segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Molduras e retratos para eleições de 2014

Em recente entrevista a um jornal paulista, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) lançou um repto ao Partido dos Trabalhadores, afirmando que não tem receio de disputar a próxima eleição presidencial, em 2014, contra Dilma Rousseff ou José Inácio Lula da Silva.
Em outras palavras, interpreto que ele deve ter muita fé na moldura do PSDB e no seu retrato e não tem nenhuma preocupação com a moldura do PT e o retrato que nela estará inserido. E mais, Aécio confia tanto na moldura tucana, que mencionou outros nomes dentro do PSDB em condições de serem retratos, entre os quais os do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e de Goiás, Marconi Perillo.
Antes da eleição de Dilma, vi Aécio Neves, numa entrevista com Maria Gabriela, afirmar que o PSDB e o PT acabariam se entendendo na composição do poder para 2014. Pelo tom camarada que a Presidenta Dilma Rousseff tem usado para dialogar com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, não duvido que o arco das alianças partidárias ostensivas ou discretas abrigue no seu ponto zênite interesses comuns dos dois partidos.
O problema maior será o ponto nadir, porque, dentro do PT há uma ala que não concorda com esse flerte petista-tucano, e dentro do próprio PSDB há rixas entre o ex-governador José Serra, apoiado pelo senador Aloysio Nunes, e o governador Geraldo Alckmin.
As posições de Lula e FHC em relação a esse quadro serão decisivas, em termos de pacificação, a menos que Lula, pressionado pela ala mais radical do PT, reivindique sua própria candidatura. Nesse caso, o imbróglio ficará para Dilma Rousseff, que terá a máquina governamental na mão e o dilema de decidir a quem ela apoiará.
Mas... a Presidenta Dilma Rousseff  não demonstra, mas parece que está gostando do poder.Com o seu jeito de quem não entende de política( conforme arguta observação da atriz Fernanda Montenegro), ela vai desfilando no exterior em posição altiva, falando em ajuda brasileira a países da Europa e do  Leste Europeu em crise financeira, numa linguagem adulta e consciente( para o jornal “O Estado de S.Paulo” , de forma inoportuna).
Dilma não parece assustada com a travessia do Rubicão - essa enorme crise financeira de 2008 com atuais desdobramentos no mundo inteiro. Se conseguir manter ,em patamares convincentes para a nação, certos indicadores sociais e econômicos eideticamente associados às eleições municipais do próximo ano, estará em condições de repetir, em 2014, a frase do general romano César,“alea jacta est”, e se candidatar à reeleição.

Nesse caso, Dilma disputando a sua reeleição, o prefeito paulista Gilberto Kassab, que fundou o Partido Social Democrático -PSD- prometendo apoiar a reeleição de Dilma, pode não estar agindo com oportunismo, como a enquete aqui realizada apontou por unanimidade, mas, sim, com realismo até visionário.

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