O maior aqüífero
do mundo não é o Guarani (45 mil quilômetros cúbicos de reservas), como se
imaginava, mas o de Alter do Chão, pitoresca localidade turística entre os estados
brasileiros do Pará, Amazonas e Amapá, eleita pelo jornal inglês “The Guardian”
como a mais bela praia do mundo.
Segundo
informação divulgada pelo blog Eco4u (http://eco4u.wordpress.com/about/)
o novo aqüífero foi descoberto , em 1960, pela Petrobrás e a Companhia de
Pesquisas e Recursos Minerais- CPRM -, que perfuraram 1.500 metros e
encontraram reservas estimadas em 86 mil quilômetros cúbicos de água doce, com 437.500
quilômetros quadrados de extensão e 545 metros de espessura.
À margem direita
do rio Tapajós, a 32 quilômetros de Santarém, o aqüífero de Alter do Chão tem
potencial para abastecer a população mundial durante 500 anos, segundo afirma
Milton Matta, geólogo da Universidade Federal do Pará.
O aqüífero
Guarani se estende por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Dois terço dele
situam-se no Brasil, nos estados de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul,
São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais A maioria dos brasileiros
desconhece que centenas de cidades (entre as quais Londrina, Campo Grande, Ribeirão
Preto, Marília, São José do Rio Preto) são abastecidas por esse aqüífero.
Já defendi, em diversos artigos, o planejamento político-estratégico para gerenciamento dos
recursos hídricos do Brasil, um país que dispõe de 13,7% (há quem afirme que
17%) do total de água doce do planeta, salientando a importância da água como
bem natural escasso e vital, bem como o crescimento da demanda do precioso
líquido para agricultura, utilização industrial e consumo humano.
A água doce representa apenas 3% do total de água existente
no planeta e os aqüíferos respondem por 95% desse total, sendo utilizados por
mais de dois bilhões de pessoas. A escassez
torna-se motivo potencial de conflitos entre os países para a conquista dos
mananciais desse bem cada vez mais estratégico.
No Brasil, 80%, dos mananciais
estão localizados na região norte, onde há pequena população, e os 20%
restantes nas regiões mais populosas, o que configura o dilema de o País ter muita
água, onde há pouca gente, e muita gente, onde há pouca água.
Projetos como os de desvio das águas do Rio São Francisco –
já em execução - para a bacia do Nordeste e da possível conexão do rio
Tocantins com o São Francisco sempre suscitam polêmicas entre os
ambientalistas, mas continuam na pauta do governo brasileiro, exigindo acurados
estudos estratégicos, em face da ambição que a água desperta como fator de
poder mundial.
Até a água salgada merece estudos permanentes: A questão do
mar territorial e patrimonial se coloca a todo instante desafiadora, como
agora, quando se constata que imensa área do Pré-Sal, onde o Brasil investe na
exploração de petróleo, situa-se em zona internacional, que os Estados Unidos e
algumas outras potências não reconhecem como de domínio econômico exclusivo do
Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário