Gélio Fregapani (membro da Academia Brasileira de Defesa)
Impressões da viagem:
A Rússia continua
o esforço para integrar seu império. Incentiva a natalidade; contribui com
11.500 dólares pelo nascimento do segundo filho e condecora as famílias
numerosas. Explora habilmente suas disponibilidades de petróleo e gás. Não
descuida de sua defesa, mesmo com um PIB inferior ao nosso. Os russos
evidenciam repudio total ao comunismo; derrubaram todas as numerosas estátuas
de Stalin (menos uma), mas estranhamente conservaram as de Lenin. Os Romanof
assassinados foram elevados a categoria de santos, com direito a igrejas e
altares.
A Mongólia tenta
firmar-se como um Estado apesar de uma população semi-nômade, habitando uma
terra semi-árida em meio aos avanços da Rússia e da China. Seu núcleo mais
organizado se desenvolve pela negociação de recursos naturais, como jazidos
minerais e incentivos ao turismo.
A China evidencia
ter um plano de desenvolvimento e o segue rigorosamente. Enfrenta suas
contradições com firmeza inigualável. Seu povo se mostrou extremamente
simpático com os turistas, pelo menos conosco, talvez “mediante ordem” embora
deixem a entrever aversão a americanos , ingleses, franceses e principalmente
aos japoneses. Seu rigoroso sistema de segurança publica parece ser bem
sucedido, coisa que não foi evidenciado na Rússia.
Os governos dos
Emirados Árabes estão solidários com os EUA, Turquia e a Arábia no confronto
com o Irã.Houve comentários
que Israel não esperaria um “concordo” norte-americano para destruir
a capacidade nuclear iraniana, mas que atacaria ainda antes das eleições
presidenciais dos EUA.
Impressões da
chegada na Pátria
Agradável
surpresa: encontrei o Mensalão andando, apesar do bloqueio do Lewandovsky e do
Toffoli, já esperados. Depois do episódio da “Raposa” não havia como confiar na
lisura de Ayres de Britto, entretanto está se revelando honesto e corajoso no
caso do mensalão,por enquanto. O que houve? Deus é brasileiro? ou será para
retirar-lhe a pecha de traidor? De qualquer forma, parabéns. “Não importa a cor
do gato,importa que cace ratos”
Para eleição em
São Paulo entre eles concorrerão um entreguista e o do “Kit Gay”. No mínimo um será
derrotado. Melhor, parece que serão os dois.
A Presidente
continua a abaixar os juros. Embora atraindo a ira dos especuladores, forçando
aos rentistas a investir em empreendimentos que tragam desenvolvimento.
Os melhores
generais do Exército alertaram publicamente que só havia munição para uma hora
de combate. Preocupante? Não, muito pior. A única fábrica de munição não é
nacional e tem sede num paraíso fiscal. O próprio Exército bloqueia, de forma
inexplicável, a fabricação de munição por nacionais. Além do mais, a guerra
mudou; será feita com bombardeios por aeronaves não tripuladas onde o que
valerá serão os mísseis.
Os atuais fuzis e tanques ficarão reduzidos a meras
armas policiais. É certo que uma ocupação militar de todo o Brasil por uma força
invasora é impossível, mas não um apoio à secessão de áreas
indígenas prenhes de minerais estratégicos. Nesse caso as velhas armas
obsoletas ainda teriam valor. É p ara esses dois tipos de ameaças que devemos
nos preparar. Nossos generais sabem. Não falam porque não querem. São homens
dignos, mas não foram, na maioria, selecionados por serem guerreiros.
A paz só pode ser
garantida pelas armas; nunca por bandos de palhaços, envergando
túnicas brancas como daquela ex-candidata ecológica, homenageada por seus
patrões em Londres.
Sem Noção
Um grupo de
aloprados na Justiça e no Ministério Publico procura, ao arrepio de todas as
leis, uma formula de processar velhos militares que combateram a guerrilha.
Para eles, prisão em combate equivale a seqüestro, e que este não terminou pois
os corpos não apareceram.
É não ter noção.
Episódios de quase meio século já deviam estar relegados à História. Seus
protagonistas, de ambos os lados, se vivos são octogenários ou quase. Quanto as
pretensas vítimas, tanto podem ter sido mortas nos porões como podem ter
recebido nova identidade em troca de alguma colaboração, dificilmente com
conhecimento de quem efetuou a prisão, dentro do principio da compartimentação
usado em qualquer órgão de Informações. Podem até ter se evadido e feito uma
plástica, como o Zé Dirceu e ter morrido sem se dar a conhecer.
Esses aloprados
parecem querer confusão. Não atentam que aqueles velhos soldados venceram a
guerrilha no chumbo e não em artifícios jurídicos. Que só permanecerão quietos
enquanto houver esperança na Justiça; que quando a injustiça jurídica
prevalecer, lutarão da maneira que sabem, e receberão apoio das legiões que os
têm por heróis. Perturbar, propositadamente a paz do País é sinal de pouca
inteligência, se não for pior, com o interesse estrangeiro em destruir a coesão
nacional.
Ainda
pode ser que esse descalabro morra em alguma instância superior da Justiça. Do
contrario certamente haverá ajustes de contas que podem conduzir a novos anos
de chumbo. Algumas pessoas são muito valentes na hora de provocar uma briga, e
muito frouxas na hora de enfrentá-la. Vejamos como se portarão na nova
situação.
Conspiração para
mudar a política econômica?
A Oligarquia Financeira
Transnacional manda recados críticos sobre a economia brasileira – que
realmente enfrenta problemas. O FMI pegou pesado, pregando que estaríamos
em grave risco. Alfinetaram nossa gestão econômica afirmando, sem argumentos,
que o Brasil ameaça repetir o cenário de colapso registrado nos últimos anos
nos EUA, Irlanda ou Espanha. Silencia sobre o magnífico resultado do nosso
agronegócio.
Sejam
ou não criticas corretas, quando o FMI e demais esquemas da Oligarquia
Financeira Transnacional começam levantá-las, tal postura merece outra
interpretação: Sentindo seus interesses contrariados iniciam as pressões. Se o
gestor não ceder, deve ser substituído por outro que “faça o dever de casa”.
Pretextos para derrubar o governo pode surgir a partir de um escândalo como o
do mensalão, ou quem sabe gerado por uma metástase do Cachoeira. Assim funciona
a prática da conspiração – que alguns pensam ser apenas uma “teoria.
Para
os bancos pode ser melhor repor FHC ou mesmo Lula no Planalto do que continuar
suportando o ataque de Dilma, que está usando a força do Banco do Brasil e da
Caixa Econômica Federal contra as manipulações bancárias. Não se pode descartar
que a onda de greves dos servidores públicos esteja sendo incentivada por isto.
Pode ser apenas uma coincidência, mas parece que não é.
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