O Supremo Tribunal
federal – STF- começa, nesta segunda-feira, a julgar se o “Mensalão” realmente existiu,
ou seja, se, durante o Governo Lula, houve compra de votos de parlamentares da
base do governo para votação a favor de importantes matérias, entre as quais as
reformas previdenciária e tributária.
O relator do processo, ministro
Joaquim Barbosa, apresentará seu relatório, que envolve denúncias contra 37
réus – parlamentares, ministros e empresários-, com desvios de 350 milhões de
reais.
É óbvio que a denúncia
do empresário Marcos Valério à revista “Veja”,acusando o presidente Lula de ter
tomado conhecimento de tudo, joga mais lenha na fogueira, às vésperas de
realização das eleições municipais, quando o Partido dos Trabalhadores - PT- lança
nova cartada para sua manutenção no poder nos próximos anos.
Duas coisas parecem
patentes nesse momento político brasileiro: Não haverá tempo suficiente para desdobramentos
eleitorais do “Mensalão”, considerando-se a proximidade do pleito, e a base
eleitoral do PT, composta dos beneficiários dos
programas assistencialistas do “Fome Zero”, não balançará mesmo diante do
veredicto do STF,porque se encontra
devidamente “blindada” pelo Governo Dilma para não se deixar contaminar pelos
fatos.
O eleitorado tem uma
espécie de “personalidade” configurada pela cultura política do país a que
pertence.Não há nesse processo do “Mensalão” e mesmo nas denúncias contra o
Governo Lula o que poderia se denominar “elemento surpresa”. E o eleitorado
gosta de ser surpreendido... como diria Napoleão Bonaparte em relação aos
homens em geral, de acordo com a sua técnica de governo na França.
Acredito que, independentemente
do que aconteça no julgamento, doravante, esse processo já está sendo digerido
pelo sistema político brasileiro, perdendo suas características de contencioso
revolucionário,embora deva permanecer em sua memória histórica.
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