O governador do estado
de Pernambuco, Eduardo Campos, do Partido Socialista Brasileiro – PSB-, está
sendo estimulado a se posicionar como candidato à Presidência da República em
2014,antes mesmo que o senador Aécio Neves, do Partido da Social Democracia
Brasileira –PSDB-, do Estado de Minas Gerais, se consolide como presidente da
sigla e potencial candidato a desbancar a reeleição de Dilma Rousseff e do vice
Michel Temer.
Aécio Neves vem enfrentando
resistências em São Paulo (leia-se o ex-candidato à Presidência e ex-ministro e
ex-governador José Serra), que postula seu nome para presidir o PSDB e voltar
ao topo do cenário político, deixando o ostracismo a que foi relegado no
principal estado do País.
Ainda com a bancada do
PSB apoiando o Governo Dilma no Congresso, Eduardo Campos se empenhou muito em viabilizar
os contatos dos governadores que estiveram recentemente em Brasília reclamando
verbas e condições para um novo pacto federativo entre União, Estados e Municípios,
como desdobramento da aprovação da nova lei de distribuição dos “royalties” do
petróleo beneficiando os estados não produtores.
O pacto em estudo,
cujas negociações têm como um dos coordenadores o ex-Presidente José Sarney,
apresenta como seus principais temas a
descentralização das ações que, antes do Governo Lula, eram da competência dos
estados e municípios e que foram usurpadas pela União, e uma ampla reforma
fiscal e tributária.
Com essa nova ofensiva
política do governador Eduardo Campos, o senador Aécio Neves se caracteriza
cada vez mais como voz da Oposição, mas esta se enfraquece como um todo, na
medida em que o próprio PSDB se encontra dividido e o Democratas se mantém
impotente para exercer papel mais ofensivo.
Conversando com o
ex-ministro Henrique Hargreaves, um dos homens fortes do Governo Itamar Franco,
ele observou que a oposição no Brasil praticamente inexiste e que a situação de
um governo sem oposição não é saudável para a democracia.
Quanto ao futuro de
Eduardo Campos, continua uma incógnita. Se continuar apoiando o governo, mesmo
mais fortalecido em seu vôo solo, não poderá disputar a Presidência com chances
reais de sucesso. Se descambar para a oposição, terá que se compor com Aécio
Neves, que tem primazia para ser cabeça de chapa com qualquer nome. Se Campos
ficar estacionário entre o Governo e a Oposição, poderá ser atropelado pelos
dois lados. O dilema shakespeariano, “ser ou não ser”, é a questão que afeta o
Governador.
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