Gélio Fregapani (Membro da Academia Brasileira de Defesa)
O Tratado de Não- Proliferação Nuclear (TNP)
Cinco
países são "estados dotados de armas nucleares", legitimadas pelo TNP:
Os EUA, Reino Unido, França, China e Rússia. Quatro outros países
soberanamente as possuem de fato: Índia, Paquistão, Coréia do Norte e Israel
". A África do Sul, também as teve, mas as desmontou. O TNP as proíbe, mas
essas não o assinaram.
O Irã é
acusado pela comunidade internacional de estar buscando obtê-las, o que é
considerado uma ameaça à paz mundial. Outros países têm em seu território
armas nucleares de origem americana: Bélgica, Alemanha, Turquia, Holanda
e Itália (a Ucrânia as armazenou em seu território, mas foram repatriadas para
a Rússia). Só o Irã que é ameaça? Há uma incoerência: Os que têm
capacidade de atacá-lo com essas armas o acusam de ser um “Estado Criminoso”.
Podem ter outros motivos, mas por procurar o Irã obtê-las?
O caso do
Irã não é da nossa conta. Já temos problemas suficientes, mas, mais cedo ou mais
tarde, também teremos que ter nossas próprias bombas. Quem não dispor de
armamento nuclear e de vetores para conduzirem-no está pronto para ser
chantageado, e se não ceder, pode receber um insuportável castigo. Um exemplo
poderia ser a Guerra das Malvinas, ainda que isto não possa ser comprovado: Há
quem afirme que o bombardeio "Vulcan", que pousou no Rio de Janeiro, alegando estar
em pane, conduzia uma arma nuclear. É óbvio que avisaríamos aos argentinos, e
este seria o recado que, indiretamente, mandavam os britânicos: “Se
perdermos usaremos a bomba.
Todos
notaram que, a partir desse momento os portenhos cederam muito facilmente. Por
que seria? Eles poderiam ter levado os kelpers para o interior do continente,
onde o Exército deles era muito maior, poderiam ter lançado seus dois
submarinos modernos a afundar mercantes ingleses no outro lado do mundo;
poderiam ter aceito a oferta russa de auxílio oculto, afinal, guerra é guerra.
Não ousaram. Teria sido pela ameaça nuclear? Não sabemos, mas pode ter sido.
Apenas
uma conclusão: Ou se dispõe de armamento nuclear ou se estará sujeito à
chantagem. A nossa renúncia unilateral devemos à traição do Collor, que
interrompeu o processo, do FHC, que assinou o Tratado, e à fraqueza moral do Lula,
face às pressões anglo-americanas. É hora de uma governante de coragem
denunciar esse tratado discriminatório ,se quisermos
ser realmente independentes.
Esse
tratado, o TNP, é extremamente discriminatório e procura, a pretexto da
segurança mundial, manter o status quo. Foi assinado sem contrapartida pelo
apátrida FHC e está em tempo de ser denunciado. Ou ninguém pode, ou nós também
podemos.
Os
empréstimos e a Guerra de 4ª Geração
Quando um governo necessita de recursos, seja para construir algo, seja para pagar dívidas ou mesmo para roubar, pode recorrer basicamente a três fontes: aumentar os impostos, imprimir dinheiro mesmo sem lastro ou pedir emprestado.
Aumentar
os impostos aumenta a arrecadação até certo ponto e depois declina, pois inibe
a atividade econômica. É fácil compreender que, se os impostos chegassem a 100%,
nem haveria arrecadação, pois ninguém produziria apenas para entregar o lucro, e
o nível de nossos impostos certamente já ultrapassaram o ponto máximo de
arrecadação.
Todos
sabem que imprimir dinheiro aumenta a inflação, pois havendo mais dinheiro do
que mercadorias estas aumentarão de preço – a conhecida inflação de demanda. O
que os “monetaristas” fingem não saber é que pedir dinheiro emprestado causa o
mesmo problema com o dinheiro que entra e ainda obriga ao pagamento, acrescido
dos juros, quando não atrela a uma dependência servil. Realmente, em se tratando
de uma nação, só uma coisa explica o pedido de empréstimos: a “comissão, a
propina recebida.
É claro
que foi o que aconteceu conosco. Estamos endividados sem necessidade. A bem da
verdade, temos certa liberdade de manobra ,desde que o Lula transformou a dívida
externa em interna, numa operação mais do que suspeita de mais propinas, pois
os juros ficaram ainda maiores e a massa dos credores continuou sendo
estrangeira. Entretanto, isto permitiu à atual Presidente reduzir
soberanamente os juros, diminuindo, substancialmente, não só as despesas do
orçamento como, principalmente, a evasão de dinheiro para o exterior, atitude
talvez nem sonhada pelo governante anterior.
De
fato, alguns pontos percentuais na redução dos juros públicos, sobre a dívida
interna de trilhões de reais, liberaram centenas de bilhões anuais
para investimentos de infraestrutura e outros de governo. Como vantagem
adicional, a baixa dos juros pagos pelas empresas produtivas
diminuem custos e preços. É infundada a idéia de que juros altos
detêm a inflação. Na
verdade são uma das causas da “inflação de custos”.
É claro
que os credores não se conformarão e tentarão mudar o governo nas eleições.
Explorarão as falhas da atual administração, que aliás são numerosas, e terão
forte apoio de seus países. Essa é uma das razões da guerra de 4ª geração que
fazem contra nós, que inclui o ambientalismo inibidor do progresso, o
indianismo desagregador da coesão interna e o incentivo aos movimentos sociais
que ameaçam subverter a ordem.
E daí?
Existe alguma saída? – Sempre existe! A nossa passa pelo desenvolvimento
independente. A redução dos juros já é um bom início, os credores brasileiros
preferirão usar seu dinheiro em empreendimentos produtivos do que deixar
rendendo pouco. Os estrangeiros procurarão outros mercados melhores ou
investirão também na produção.
A queda
dos juros induziria, ainda, à desvalorização cambial, já que, eliminado o
grande diferencial entre as taxas de juros internas e as taxas deprimidas
dos EUA, Europa etc., diminuiria o afluxo do capital externo, que mesmo sendo
apenas especulador, vem “equilibrando momentaneamente” o balanço de pagamentos,
em prejuízo do futuro.
O Governo
terá que imprimir para pagar o dinheiro retirado e isto causará inflação. È o
preço, pois não há almoço grátis, mas uma certa desvalorização cambial
dificultaria a entrada de produtos estrangeiros facilitando a indústria local e
criando empregos e em consequência mercados.
Contudo,
neste mundo conturbado, convém lembrar a necessidade de ter, ao menos,
capacidade de dissuasão, pois dificilmente os exploradores desistirão de suas
posições se tiverem oportunidade de tentar conservá-las de outra forma.
Sem
Noção
Dito por Alexandre Garcia: “No Brasil, a lei é
feita por aqueles que imaginam que podem ser presos algum dia”.
Acertou em cheio!
Desde o
tempo do Getúlio, lacaios do estrangeiro chamam os nacionalistas de
comunistas e dizem que são contra a livre empresa. Eles sabem que não
são e que apenas tentam impedir o domínio estrangeiro.
Em resposta
às críticas dos especuladores, de que o BC demora a subir os juros, um assessor
disse que a estratégia do Banco Central foi, primeiro, endurecer o discurso
alertando para uma inflação preocupante e desconfortável. Depois passou, ainda
na base do discurso, a preconizar o aperto da política monetária como solução,
que faria o juro subir no mercado futuro. "".
Discurso
tem dente, e morde. Aliás, segundo fontes confiáveis, a alta dos juros não
virá no tempo do mercado, mas no do BC, indicando que os juros
subirão, talvez não na próxima reunião do Comitê de Política Monetária, neste mês, mas "é questão de tempo". Se o Banco Central se tornar
independente, o nosso País será ainda mais dependente.
A
Campanha do Desarmamento, as restrições e a redução no comércio de armas de
fogo legais incentivaram a criminalidade, cujo número só aumentou
pela certeza da não reação”. Em relação a 1980, as mortes por armas de fogo
aumentaram 346%. Os crimes são, quase todos, cometidos com armas ilegais,
geralmente, contrabandeadas pelo crime organizado. Bandidos não compram em
lojas e nem solicitam registro de seu armamento. O programa de
desarmamento no Brasil, além de propaganda enganosa, é um imenso
fracasso.
As Usinas Hidrelétricas não estão mais sendo feitas com reservatório, mas com um lago mínimo. A pressão
contra Belo Monte é por causa do lago, e o lago quase não existe, é
praticamente só o rio. As usinas do Rio Madeira também quase não os têm, então
há pouco armazenamento de água, só usa a água que passa, quase só a fio d’água.
Mesmo na seca, não haverá racionamento, porque as termelétricas seguram
bem o sistema, mas claro, a conta de luz terá que subir. Além da nossa conta de
luz, os produtos industrializados ficarão mais caros e o próprio meio ambiente será prejudicado. Os ambientalistas prejudicam o País em nome de uma falsa
salvação do mundo.
Brasil, desperta!
A serviço
de estrangeiros, as ONGs ambientalistas e indigenistas tentam também evitar
a nossa concorrência agrícola. Apesar das pressões das ONGs contra o
agronegócio, batemos recordes na colheita de grãos. Nos últimos cinco anos, a
safra de grãos saltou de 135 milhões de toneladas para 185 milhões.
Atacando
nesta frente, as ONGs, que dominam o Ibama, retardam ou impedem a ampliação
dos portos, o asfaltamento de estradas e a construção de eclusas nas hidrovias
para nos atingir na logística, e a cada ano a fila de caminhões nos portos
aumenta, devido ao atraso na entrega. A China acaba de cancelar a compra de dois
milhões de toneladas de soja. Culpados: As ONGs e o Ibama, que são a vanguarda
do atraso. Imaginemos o que aconteceria no nosso País se a Marina assumisse o
governo.
Foi uma
gelada o tamanho da comitiva da Presidente e o desperdício de dinheiro em hotéis de luxo na posse do Papa,
exatamente na hora das enchentes no Estado do Rio. Este foi um desgaste
desnecessário. Erros como este e a criação da Comissão da “in” Verdade
arranham, mas não deslustram seu prestígio.
O que
pode deslustrar serão os acordos com figuras espúrias da Politicalha, feitos em
nome da governabilidade. Poderíamos afirmar: Presidente Dilma, faça
uma faxina de verdade nessa gente e não se preocupe mais com a governabilidade.
Tal será o seu prestígio que os opositores nem ousarão abrir o bico.
Multinacionais
É claro
que existem multinacionais benéficas. Quase todas trouxeram algum know-how, mas
raramente algum know-wy. Certo, algo devemos às “multis”, mas, como todas as
coisas, elas também têm seu lado negativo, ampliado quando não impomos regras, ao
contrário do que fez a China. Nos últimos dez anos, as remessas de lucro para
as matrizes de multinacionais – muitas delas estatais, controladas direta ou
indiretamente por governos estrangeiros – chegaram, no Brasil, a 410 bilhões de
dólares, mais que nossas reservas internacionais conquistadas no mesmo período.
Se elas trazem dinheiro e know-how, é natural que elas mandem seus lucros para o
exterior. Só que, na indústria, na área de infraestrutura ou de
telecomunicações, quem está colocando o dinheiro somos nós mesmos.
A
Telefònica, da Espanha, por exemplo, recebeu do BNDES mais de quatro bilhões de reais
em financiamento para expansão de “infraestrutura”, nos últimos anos, e já mandou
mais de um bilhão e seiscentos milhões de dólares para seus acionistas espanhóis,
que controlam a Vivo e não entraram com dinheiro algum. Com esse dinheiro
poderíamos ter feito por nós mesmos.
Quando
uma multi estabelece no País uma indústria antes inexistente, são inegáveis os
aspectos positivos de tecnologia e da criação de empregos, ainda que se
estabeleça um vínculo de dependência e da evasão de recursos pela natural
remessa de lucros.
Por
vezes, até é um bom negócio para ambos, se ela consegue também exportar seus
produtos. Já não é tão bom quando apenas concorre com uma indústria similar
nacional, pois quase sempre a mata com um dumping e toma conta do mercado, para
depois impor seus preços. Pior ainda, quando simplesmente compra uma empresa em
funcionamento.
Acontece
em todas as áreas, inclusive na rural. Na área de comunicação, a Oi, (que
também recebeu dinheiro do BNDES, emprestado), e era a última esperança de
termos um player de capital majoritariamente nacional em território
brasileiro, corre o risco de se tornar agora uma empresa portuguesa, com a
entrega de seu controle à Portugal Telecom, na qual o governo português – que
já dificultou inúmeras vezes a compra de empresas lusitanas por grupos
brasileiros, no passado - conserva mecanismos estratégicos de controle. Ou
aprenderemos com a China a controlar as multinacionais ou deixaremos de ser uma
nação e nos reduziremos a uma expressão geográfica.
Um pouco de orgulho
Felizmente
,no caso da Usina de Belo Monte, tivemos um pouco de orgulho. Em abril de 2011, a Comissão
Interamericana de Direitos Humanos determinou a interrupção imediata da
construção do empreendimento diante de uma denúncia de entidades que dizem
representar as comunidades indígenas da região e que alegam que não foram consultadas.
A
construção de Belo Monte não foi suspensa e a Corte recebeu do governo fortes
puxões de orelha. O Itamaraty afirmou que o governo brasileiro considera as
“determinações” precipitadas e injustificáveis. O diretor-geral da Agência
Nacional de Energia Elétrica afirmou que a OEA "conhece muito pouco
para dar um parecer deste". Mais direto, o então ministro da Defesa
respondeu “a OEA que vá cuidar de outro assunto".
Foi
animador ver o nosso País responder altivamente à uma exigência internacional.
Agora, na reunião dos BRICs, na África do Sul, a Presidente deu nova
demonstração de altivez, se retirando e não comparecendo ao jantar oferecido
aos governantes na abertura da reunião, após ter esperado por mais de uma hora
pelo Presidente da África do Sul, Jacob Zuma, com quem teria uma audiência
marcada. Vai longe o tempo em que nossos ministros tinham que tirar os sapatos
e chegavam com o pires na mão.
Neste
sentido há alguma esperança na coragem da Presidente, principalmente
quando órgãos internacionais estão exigindo a abolição da anistia, numa
evidente intenção de quebrar a nossa já periclitante coesão interna. Que a
Presidente não nos decepcione.
Traição, malandragem e coragem
O Governo FHC fez o possível para
desnacionalizar a Petrobras, tendo vendido 60% das ações na bolsa de Nova
Iorque, com a promessa de que, no mercado interno, o preço do combustível seria
o preço internacional e que ,portanto, haveria expectativa de grandes lucros.
Seu
sucessor, com o DNA populista e caloteiro descumpriu a promessa (felizmente).
Juntamente com o loteamento da direção da Petrobrás entre seus incompetentes
correligionários, manteve os preços baixos para segurar a inflação, o que foi
bom, fossem quais fossem os motivos que o movia. Essa política foi até exagerada,
pois chega a prejudicar os investimentos da empresa.
Naturalmente
os acionistas estrangeiros não se conformam. Não era isto que esperavam, mas
deveriam saber que a Petrobrás é uma companhia estatal, que se destina antes ao
desenvolvimento do País do que a dar lucro aos seus acionistas. Fizeram uma
aposta, baseados na promessa de um apátrida onde ele só poderia garantir o
cumprimento, se fizesse o sucessor, mas não conseguiu.Foram
enganados por um malandro que, no caso, felizmente tomou a atitude mais favorável
ao seu País, apesar dos esquisitos negócios de seus comparsas, onde certamente
a corrupção imperou.
Agora os
especuladores internacionais da Petrobrás, sentindo-se lesados, pensam em
recorrer às cortes internacionais pela propaganda enganosa sobre “a Arábia
Saudita em que o Brasil se transformaria, em breve, com a exploração de
petróleo e gás de alta qualidade na camada pré-sal”, e desencadeiam no País uma
forte campanha para “leiloar” as jazidas. Para isto, inventam que a Petrobrás
quebrou, e financeiramente tudo fazem para prejudicar a empresa.Confiemos
na coragem da atual Presidente. Não se trata de direito líquido e certo dos
especuladores. Eles fizeram uma aposta perdida.
Incoerência
Os
adversários da Revolução de 64 se esquecem de que ela já acabou. Já é um fato
histórico, como a Proclamação da República, que pode ou não ser revertido, mas
sempre estará marcada na História. Com seu fanatizado revanchismo
alguns velhos adversários podem fazê-la reviver. Provocar eles provocam,.
Que
tenham vivido uma Feliz Páscoa e que Deus guarde a todos nós.
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