Com
a popularidade do governo da Presidente Dilma Rousseff desabando de 54,2%, em
junho, para 31,3%, em julho, segundo pesquisa realizada pela Confederação
Nacional dos Transportes –CNT- e divulgada nesta terça-feira, torna-se evidente
que o barco de sua reeleição em 2014 começa a fazer água, obrigando a atual coalizão
governamental, liderada pelo Partido dos Trabalhadores –PT- e pelo Partido do
Movimento Democrático Brasileiro –PMDB- a providenciar imediatamente botes
salva-vidas.
As
manifestações de junho, a vaia recebida recentemente pela Presidente Dilma, durante
encontro com prefeitos de todo o País, as dificuldades econômicas e financeiras
internas, atingindo o setor industrial, e a pressão dos preços dos alimentos em
geral, aqui e no mundo inteiro, elevando a taxa inflacionária para 10%, nos
últimos 12 meses, além do persistente quadro de recessão da economia
internacional, apontam para uma real dificuldade de reeleição da Presidente,
embora as pesquisas ainda confiram sua vitória sobre os prováveis adversários
listados.
Como
botes salva-vidas, o PT ainda aposta numa reforma política via plebiscito para
ser aplicada em 2014, enquanto o PMDB, mais prático, pensa numa reforma
elaborada pelo próprio Congresso Nacional e submetida a referendo. À esta
altura, apenas uma questão se impõe como urgente: A manutenção ou não do
instituto da reelegibilidade, que se transformou num estorvo para os atuais
detentores do poder. Delenda a reelegibilidade para os cargos executivos! É a
palavra de ordem do momento político brasileiro.
Via
plebiscito ou referendo, a tendência é que a reelegibilidade seja derrubada, e
isto ensejaria uma saída honrosa para a Presidente Dilma, o PMDB - que controla
a Câmara dos Deputados e o Senado Federal, principais redutos de uma safra de
políticos que vem sendo repudiada - e o PT, que vem sendo execrado como partido
que frustrou um amplo espectro da sociedade, por conta de fisiologismos,
desmandos administrativos e violações de princípios éticos e morais, dos quais
o “Mensalão”, do Governo Lula, se transformou em símbolo, embora a compra de
votos parlamentares tenha sido inicialmente engendrada durante o governo
Eduardo Azeredo, do Partido da Social Democracia Brasileira - PSDB-, no Estado
de Minas Gerais.
O
tempo urge e o Governo e os políticos, de olhos nas ruas, apesar do aparente
quadro de calmaria, se esforçam para arranjar darma que os proteja de alguma recaída dos internautas, durante a
visita do Papa e a realização da Copa do Mundo, ou de uma nova demonstração de
força dos, supostamente, libertários “Anonymous”,
que já mostraram sua capacidade não apenas de derrubar sites oficiais, mas
também de derrubar governos...
Hanna
Arendt, em seu estudo “As Origens do Totalitarismo” (1951), adverte sobre a
banalização do terror e a manipulação das massas como condições que
viabilizaram o Nazismo e o Stalinismo, mas, em determinado trecho, se não me
falha a memória, observa que, quando a convulsão sociopolítica ocorre, impõe-se
a voz que grita mais alto no meio da turba...
Mas,
a proposta brasileira é de liberdade, preferencialmente com democracia. Isto
pressupõe que, finda a reelegibilidade, o sistema eleitoral-partidário brasileiro
se reajuste para uma recriação da representação política em geral, com novos candidatos e novas ideias
para um Brasil melhor.
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