sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Mercúrio em lâmina de vidro


A absolvição, ontem, pelo Supremo Tribunal Federal – STF-,de oito réus condenados no processo do “Mensalão” por crime de formação de quadrilha, durante o Governo Lula, para a compra de votos no Parlamento, entre os quais o ex-ministro do Governo Lula, José Dirceu, transmite à sociedade brasileira uma sensação de impunidade e abre precedentes para que a corrupção no Brasil continue a pleno vapor. Os réus terão suas penas reduzidas e alguns poderão até deixar a prisão em breve.

O próprio presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, cujo nome vem sendo apontado pela mídia como um candidato em potencial à presidência da república, nas eleições de outubro deste ano, manifestou sua insatisfação com o resultado da votação – seis votos a favor e cinco contra a absolvição – afirmando que fatos novos poderão surgir a partir de agora, em face da maioria circunstancial de ministros na Corte nomeados por influência do Partido dos Trabalhadores - PT.

Um claro sinal de que os condenados conseguiriam reverter sua situação, livrando-se da cadeia o mais rápido possível, veio da facilidade com que obtiveram, através de sites ligados ao PT, recursos financeiros para pagar suas multas perante a justiça, a título de ressarcimento aos cofres públicos. A campanha de arrecadação de fundos foi  extremamente eficaz, em especial para dois personagens chaves do processo do “Mensalão”, o ex-ministro José Dirceu e Delúbio Soares, o ex-tesoureiro petista.

Em recente pronunciamento, o general da reserva Paulo Chagas afirmou que o Exército não teme e nem serve ao PT e denunciou “a baderna e a roubalheira” que, a seu ver, o partido trouxe ao Brasil, desde que empolgou o poder. Chagas alude a possíveis planos da esquerda brasileira de promover a instabilidade, a agitação pública, para implantação de uma ditadura socialista nos moldes da preconizada pelo Fórum de São Paulo. Nesse aspecto, a reeleição da Presidente Dilma Rousseff se transformaria numa imposição, pela via do voto ou do golpe.

O general Paulo Chagas não tem mais tropas sob seu comando, mas, seu pronunciamento teria eco junto a outros comandantes da ativa das Forças Armadas, que, silenciosamente, acompanham o cenário político, e, de modo especial ,a desenvoltura do ex-Presidente Lula da Silva, que, solidário ao presidente Maduro, da Venezuela, que vem podando as franquias democráticas, se reúne com empresários e políticos e procura monitorar a Presidente Dilma Rousseff, pregando mudanças na economia e na política.

Lula, hoje, para qualquer analista político atento, atua como articulador golpista. Ele conseguiu ficar de fora do processo do “Mensalão”, embora o Brasil inteiro saiba que ele, e até a Presidente Dilma, ministra na época, tinham conhecimento de tudo.

Assim, a estabilidade político-institucional no Brasil atual se compara ao efeito de mercúrio líquido numa lâmina de vidro: Ao menor movimento brusco, escorrega e se parte em múltiplos pedaços, facilmente reconstituíveis aos interesses de quem o manipula...

 

 

 

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