domingo, 9 de março de 2014

General brasileiro é destaque, na TV AL JAAZERA, em missão inédita e perigosa da ONU no Congo

 
Um general brasileiro está cumprindo uma das mais árduas missões de paz da ONU, embora a mídia brasileira não tem divulgado o tema com detalhes. Em todas as missões de paz anteriores, os militares não podiam entrar em confronto com as forças rebeldes atuantes nas guerras civis, o que não representava ausência de riscos.
 
Já houve caso de militar brasileiro ser feito de escudo humano por rebeldes. Por outro lado, no Haiti, as forças brasileiras têm cumprido sua missão de forma exemplar, sendo, inclusive, objeto de estudos de outras nações. No terremoto que devastou o Haiti, infelizmente, tivemos militares mortos, dentre eles um companheiro meu de turma do curso de infantaria da AMAN.
 
Mas, no Congo, a coisa é mais complexa. Uma guerra que dura anos e que já vitimou milhões de pessoas levou a ONU a tomar uma decisão mais ousada e autorizar que a Força de Paz  confrontasse os rebeldes e arrancasse deles as armas, se necessário, com o uso da força. Para esta missão difícil foi designado o general Santos Cruz, um oficial comandos e guerra na selva com larga experiência, que atuou no Haiti, e que, depois de estar na reserva, foi convocado a vestir a farda para cumprir esta missão em defesa dos cidadãos daquele país.
 
Lembro-me deste oficial quando era major e comandava a Seção de Instrução Especial (SIEsp) da AMAN, enquanto eu era cadete. Nessa época,  embora eu fosse um dos cadetes com melhor desempenho em corridas e com a metade de sua idade, ele  alcançava um desempenho melhor do que o meu nas corridas do TAF (Teste de Aptidão Física). A sua missão era dirigir uma seção de instrução que tinha como finalidade desenvolver atributos na formação militar dos cadetes que exigiam exercícios exaustivos com elevado nível de estresse, nada diferente do que se espera em uma escola militar de alto padrão como a AMAN, e demais escolas militares.
 
E por que faço esses comentários? Porque a reportagem da Al Jazeera o fez. Os atentos jornalistas árabes falam do nosso general e mostram a bandeira que ele ostenta no braço para todo o mundo. Brasileiros como esse – em um momento que nossos jovens precisam de referência, merecem ser destacados. Afinal, o general Santos Cruz, hoje com 62 anos, trilhou uma carreira de abnegação e atualmente cumpre uma missão que busca garantir a defesa de direitos humanos de cidadãos do Congo, pondo em risco a sua própria vida.
 
Como o general, há outros militares, oficiais, subtenentes, sargentos, cabos e soldados, do Exército e demais forças, que, em nome do cumprimento da missão, vão para outros países defender direitos humanos de cidadãos que sequer têm a sua nacionalidade. Se fazem isso por outros povos com entusiasmo, é certo que o fariam com igual ou maior ânimo pelo seu próprio povo.
 
No Brasil, embora pouco divulgado, as Forças Armadas têm saído em defesa da sociedade em várias situações, como em casos de enchentes e outras calamidades públicas, ou mesmo no esforço de conter o avanço da criminalidade, como aconteceu no Morro do Alemão (RJ), em que Exército e Marinha colocaram em retirada os “donos” do morro, permitindo o Estado ter condições de assumir o controle da localidade. Se o Estado não o fez, seja porque não instalou serviços públicos, ou por outra razão qualquer, é outra questão. As Forças Armadas cumpriram sua missão juntamente com a também valorosa Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro.
 
A Aeronáutica, também muito atuante, especialmente nas missões de resgate e salvamento, tem dado um grande exemplo de como atuar com eficácia em operações perigosas em regiões inóspitas, como aconteceu no acidente da Gol, em que um avião caiu no meio da Floresta Amazônica.
 
o vídeo abaixo, o general Santos Cruz fala da importância da presença do Estado após a retomada do território. O que o Exército brasileiro tem realizado no Haiti e no Congo, no sentido de restabelecer e manter o controle de áreas dominadas pelo crime, infelizmente não foi feito no Morro do Alemão, no Rio de Janeiro, e a comunidade outra vez sofre nas mãos dos que estão expulsando novamente o Estado de lá. Este modelo usado pelas Forças Armadas, que consegue garantir com eficácia os direitos humanos, é desconhecido de instituições que têm comissões com esse nome, mas na realidade violam direitos humanos e gostam de, levianamente, atacar o Exército, aproveitando-se da desinformação da população.
 
Contudo, a verdade sobressai a propaganda.  Se por alguma razão a verdade não vêm à tona em sua forma mais cristalina por lentes nacionais, os olhos atentos dos jornalistas árabes da Rede Al Jazeera, acostumados a assistirem a guerras de perto e a sofrerem os seus efeitos, colaboraram neste aspecto.
 
De lá, eles informam a nós brasileiros sobre nossos heróis desconhecidos pelo nosso povo. Por saberem o quão terrível é a guerra e não se permitirem ao debate de direitos humanos retóricos, esses jornalistas disseram para o mundo, inclusive para os brasileiros, a importância que tem o nosso Exército. Enquanto outras falantes instituições não conseguem sustentar, sequer internamente, sua reputação de defensoras de direitos humanos.
 
Os oficiais e praças do Exército em missão têm suas famílias aqui no Brasil. Outros, que servem em lugares difíceis e estão disponíveis para o cumprimento de tarefas perigosas, também têm suas famílias. Esses cidadãos que arriscam a vida, ou pelo menos as deixam disponíveis por um juramento, merecem ser lembrados e destacados para que a nossa sociedade saiba que há pessoas boas e altruístas que defendem e seguem valores compatíveis com os que se esperam para um país que tem tudo para ser potência, mas precisa ainda eliminar o que faz dele um país de terceiro mundo.
 
Abaixo está disponível o link de acesso ao vídeo sobre o general Rubens Teixeira:
 
 Rubens Teixeira é oficial da reserva do Exército Brasileiro formado em infantaria pela Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN-1991), em engenharia de fortificação e construção (IME-1997) e mestrado em engenharia nuclear (IME-2002). É  doutor em Economia (UFF), pós-graduado em auditoria e perícia contábil (UNESA), formado em Direito (UFRJ), aprovado para a OAB/RJ, professor, escritor, membro da Academia Evangélica de Letras do Brasil, dos Juristas de Cristo e da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra.

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