Em pleno desenrolar da Copa do
Mundo, os principais partidos políticos envolvidos na disputa e manutenção do
poder começam a marcar seus territórios para as eleições presidenciais e
parlamentares de outubro.
O Partido do Movimento
Democrático Brasileiro - PMDB-, líder da coalizão com o Partido dos Trabalhadores
- PT-, que governa o Brasil, firma sua posição como governo e não como “partido
do governo”, segundo palavras do vice-presidente da República, Michel Temer,
uma das principais lideranças da agremiação. Para bom entendedor, o PMDB não
abre mão de ser protagonista, como já vem sendo controlando o Congresso Nacional,
mas deseja mais ministérios caso seja reeleita a chapa Dilma/Temer.
O PT, por sua vez, se movimenta
em busca de autonomia no poder, embora tendo sua imagem associada à Presidente
Dilma Rousseff, que disputa a reeleição com apoio do ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva. Dilma depende do PT e foi eleita com apoio do partido, mas é
considerada como, ideologicamente, vinculada ao Partido Democrático Trabalhista
- PDT-, outrora agremiação do legendário Leonel Brizola. Essa falta de vínculo
histórico com o PT gera ranço de algumas lideranças petistas contra a atual
presidente, algo com efeito de águas que não se misturam e ideias que não se
sintonizam.
A relação de Dilma Rousseff com o
PT, à exceção de sua linha direta com Lula (linha às vezes curto-circuitada)
mais parece uma rapsódia política, com variadas melodias populares em torno do
tema principal da permanência do partido no poder, ainda que completamente
desfigurado de sua fisionomia original.
O mais importante fato
político-eleitoral dos últimos dias é
essa demarcação territorial que vem sendo feita pelos partidos. O PMDB, o PT e
o Partido da Social Democracia Brasileira –PSDB- trocam farpas, estabelecendo
uma tripolarização da disputa em outubro. O candidato do PSDB, Aécio Neves, propôs
um “tsunami” para varrer esse governo que considera contaminado pela corrupção.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, figura de maior destaque do partido,
corrobora a proposta de Aécio Neves, causando irritação e resposta imediata do
seu êmulo, o ex-presidente Lula, que acusou Fernando Henrique de comprar no
Congresso Nacional votos para sua reeleição.
O Partido Socialista Brasileiro –PSB-
que tem o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, como candidato
presidencial, compondo chapa com a ex-senadora Marina da Silva, não aceita
ficar como mero espectador dessa partilha territorial eleitoral, e começa a criticar o Governo Dilma Rousseff, embora
mantendo-se distante dos ataques pessoais trocados entre Fernando Henrique e
Lula.
Assim, fica bem clara a distribuição
espacial dos territórios eleitorais em outubro, no day after da Copa do Mundo, com ou sem vitória da Seleção
Brasileira: PMDB ,PT e alguns outros
menores partidos de esquerda, juntos , apoiando Dilma, enfrentam PSDB, DEM
(Democratas) e PSB, restando ainda a incógnita sobre o lado para o qual penderá o Partido Social Democrático –PSD-,
uma agremiação mais propensa a se definir pelo voto útil, conforme o desempenho
dos candidatos em primeiro turno.
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