sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Debates sucumbem ao fascínio do poder

Puristas desejam que os debates na televisão entre a Presidente Dilma Rousseff, que tenta a reeleição pelo Partido dos Trabalhadores -PT- e o desafiante Aécio Neves, do Partido da Social Democracia Brasileira -PSDB-, se limitem à abordagem dos seus planos de governo, deixando de lado ataques e ofensas pessoais nos campos da ética e da moral.
 
Os últimos debates foram, na verdade, troca de acusações entre Dilma e Aécio. Dilma mostrando as razões que levaram seu desafiante a perder as eleições no seu próprio reduto, o Estado de Minas Gerais, como quem diz: "Se perdeu em sua casa, como ousa pedir votos para o resto do Brasil".
Aécio insiste em colocar as apurações de corrupção na maior empresa estatal brasileira, a Petrobrás, mostrando-se indignado com a falta de medidas punitivas aos responsáveis por parte do governo Dilma.
 
Puristas afirmam que a campanha presidencial no Brasil descambou para um embate  entre os marqueteiros João Santana, de Dilma, e Paulo Vasconcelos, de Aécio, mas o fato evidente  é que João Santana se transformou no pesadelo de Aécio, que compara seus métodos ao empregado pelos nazistas.
 
Mas, o fato concreto é que os debates realizados nas televisões Bandeirantes e Sistema Brasileiro de Televisão -SBT-, nos quais as trocas de acusações foram violentas,  não serviram para definir nenhum favorito para vencer as eleições no próximo dia 26 de outubro.
 
Esperava-se maior desenvoltura de Aécio Neves -um político profissional e acostumado à atividade tribunícia como deputado e senador-  e que envolvesse Dilma, uma executiva. Mas, para surpresa geral, a presidente Dilma soube se defender e atacar equilibrando as ações e criando esperanças concretas para sua reeleição.
 
As pesquisas indicam que os dois candidatos estão empatados tecnicamente e que a disputa será renhida nas urnas. Os puristas não têm que condenar a lavagem de roupa suja em plena televisão, feita pelos dois candidatos.Afinal, na disputa eleitoral, o que importa é a vitória. Essa de convencer o eleitorado mostrando seus planos de governo é uma tese muito bonita da democracia, mas para ser aplicada em primeiro turno. O segundo turno, que é uma corrida de 100 metros rasos, requer mais pragmatismo, pois está em jogo o poder com todo seu fascínio. Que se danem os bons modos! - diriam os pragmáticos. Et por cause, a fama de João Santana...

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