A bela recepção ao senador Aécio
Neves, em seu retorno hoje ao Senado, teve do candidato à Presidência da República
derrotado por Dilma Rousseff resposta igualmente bela aos militantes do Partido
da Social Democracia Brasileira - PSDB-: ”Olha, eu não sou golpista, sou filho
da democracia... Não acho que exista algum fato específico que leve a
impeachment.”
Aos que pediram intervenção
militar no País e o impeachment de Dilma Rousseff, em passeata de quase 2,5 mil
manifestantes em São Paulo, no último sábado, Aécio Neves, o novo líder da
oposição brasileira, ressaltou que é radicalmente contra os que agem de forma
autoritária e truculenta.
Seguindo os passos do seu avô, o
ex-senador e Presidente eleito Tancredo Neves, que comandou a oposição ao
regime militar, Aécio promete fazer uma oposição sem adjetivos ao governo
Dilma, o que em si revela dificuldades enormes para a presidenta reeleita, que
será empossada em janeiro, com o Partido dos Trabalhadores –PT- prometendo o
comparecimento de grande massa de militantes na solenidade em Brasília, para
comemorar um ciclo de quase 16 anos de governo petista.
A legitimidade da reeleição de
Dilma não foi em nenhum momento questionada pelo senador Aécio Neves, embora o
PSDB tenha pedido ao tribunal auditoria nos resultados das eleições. Aécio foi
um dos primeiros a reconhecer a vitória de Dilma, ligando para ela após a
apuração dos resultados. O inconformismo do eleitorado anti-petista ante a
derrota não é estimulado pela cúpula partidária e pelo próprio senador, que
fareja oportunismo de golpistas de outros matizes infiltrados na massa.
Aécio percebe que muitos que
querem derrubar Dilma são pescadores de águas turvas, dispostos a
desestabilizar o quadro político-institucional e criar condições para outras
forças interferirem no atual equilíbrio estabelecido, de um lado, pelo governo
Dilma, e, de outro, pela oposição liderada por Aécio. Assim, PT, PSDB e PMDB procuram manter o controle do processo político, como têm feito nos últimos anos, sem permitir condôminos novos na cimeira do poder.
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