A Escola de Samba Beija-Flor,
campeã do desfile de 2015 na Sapucaí, teve um enredo enaltecendo a Guiné
Equatorial, país africano, rico em petróleo, com 1,6 milhão de habitantes e
submetida a ditadura sangrenta desde 1979, instalada por Teodoro Obiang Nguema,
até hoje no poder.
A Guiné- Equatorial faz parte de
uma lista de quatro países que tiveram 80% de uma dívida total de 1,9 bilhão de
reais com o Brasil perdoada, recentemente, pelo Governo Dilma Rousseff: Congo-Brazaville, Gabão,
Sudão e Guiné-Equatorial. Por conta dessas benesses concedidas pelo Brasil aos africanos e outros países, o Senado
Federal já pensa em mudar as regras para tais concessões.
Esse enredo da Beija-Flor, com o
estranho título "Um Griô Conta a História: um Olhar Sobre
a África e o Despontar da Guiné
Equatorial. Caminhemos Sobre a Trilha de Nossa Felicidade"? está
longe dos motivos nacionais que o
regulamento recomenda às agremiações do Rio de Janeiro. Defensores da
Beija-Flor argumentam que o samba-enredo é uma exaltação à negritude africana,
que faz parte da cultura brasileira.
No mundo global, tudo está
ligado. Assim como o futebol, as escolas-de-samba são excelentes lavanderias de dinheiro. Obviamente, o samba-enredo é válido, ainda mais quando se trata da
África. Mas, o patrocínio financeiro, de valor em torno de 10 milhões de reais,
ainda que oficial do Governo de Malabo ou garantido por investidores privados (como
garante a embaixada daquele país em Brasília), e o perdão da dívida equatoriana são práticas do velho adágio
diplomático, segundo o qual entre os países não há amizade, mas sim interesses.
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