quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

O Xadrez Geopolítico Mundial

Gélio Fregapani(Membro da Academia Brasileira de Defesa)
Cada país joga o seu jogo, mas os Grandes players são os EUA e aliados contra Rússia, enquanto os “peões” servem a um ou outro lado, as vezes visando seus próprios objetivos.
 
Num lance do jogo, há anos atrás, já, tinha sido decidida pelos EUA uma guerra contra a Síria para abrir o caminho para o Irã e controlar as reservas de gás, momentaneamente impedido pela Rússia, a criação do ISIS( Estado Islamico) afetou as prioridades, sem alterar o objetivo final.
Reconhecendo o ISIS como um perigo maior do que um governo hostil na Síria, os EUA realizam alguns ataques aéreos para conter o avanço do ISIS enquanto equipam oposicionistas “moderados” para os combaterem e posteriormente derrubar o governo sírio.
O fanatismo dos combatentes do Estado Islâmico é um câncer e como tal se alastrará. Não se pode vencê-lo com charges e piadinhas, como não se extirpa um câncer com aspirinas, somente será contido com uma ação conjunta da Cristandade, tal como aconteceu nas Cruzadas, mas aparentemente o Ocidente, como um todo, não se deu conta do perigo representado pela atratividade de um califado sobre os muçulmanos nem sobre a superioridade moral sobre um Ocidente hedonista, descrente e efeminado. Menos ainda se deu conta da diferença da taxa de crescimento demográfico que ameaça inundar de maometanos quase todos os países ainda cristãos.
Entretanto, no momento, o embate principal realiza-se na Ucrânia. Enquanto a OTAN procura se aproximar da fronteira da Rússia e esta tenta afastá-la e proteger sua minoria naquele país, talvez aproveitando para ampliar seu território. A Ucrânia alia-se à OTAN para manter sua integridade territorial e a tentar (missão impossível), dominar a força uma minoria hostil e reativa. Em curto prazo esse é o único cenário onde um passo em falso pode desencadear uma guerra mundial.
Na América Latina, os EUA maquiavelicamente incentivam a derrubada dos governos hostis, aproveitando a indignação popular com a irrefreável corrupção; e estão, aliás, com habilidade, mais próximos de controlar os recursos naturais que ainda não controlam. Para isto contam com o inestimável auxílio dos movimentos indianistas e ambientalistas orientados pelas suas ONGs.
Enquanto isto a China, sorrateiramente acumula riqueza, poder, usando com perfeição os métodos nacionalistas e protecionistas e tende a se transformar no principal poder mundial.
Quanto ao nosso País, mesmo sem armamento nuclear é uma peça chave no hemisfério Sul, mas sem uma vontade unânime acaba por ser conduzido pelos interesses dos outros. A hostilidade aos EUA do atual Governo não toca nos pontos importantes que são a atuação das ONGs e o orgulho nacional que poderia ser criado pelos altivos “desaforos” da Dilma que ficam anulados pela subserviência dela aos “parceiros” da piada que é a UNASUL.
Para os EUA o importante é evitar o fortalecimento dos laços de aproximação com os BRICS, não tanto pelo Brasil mas para minar potencial econômico do bloco. Para a Rússia e China, além dos recursos naturais interessam desmanchar o tabuleiro geopolítico desenhado pelos EUA desde a II Guerra, contando com o Brasil como um aliado quase incondicional.
A união faz a força. Já a desunião...
Já diziam os filósofos gregos que a democracia com corrupção degenera em demagogia e que isto termina por exigir um governo forte que ponha ordem na sociedade. A nossa História parece comprovar esta assertiva.  Foi só entregar o poder para os políticos e deu no que está aí.
Sucederam-se ineptos, traidores e ladrões. Com Sarney teve impulso a compra de votos e com Collor, mais do que a corrupção avultou a traição à Pátria na questão ianomâmi, traição que, com FHC tomou um vulto nunca igualado.
Após, com a eleição de indivíduo reconhecidamente inepto e demagogo – o Lula, a corrupção se espalhou em todas as camadas da classe política e à sua sucessora, ainda que melhor intencionada, faltou um mínimo de habilidade; ensaiou uma faxina ética e teve que recuar em nome da “governabilidade”, ensaiou medidas econômicas nacionalistas e recuou ante as pressões da oligarquia financeira internacional, mas mesmo cedendo, aquela oligarquia decretou sua queda.
A Presidente, além de incompetente, acuada ao extremo, nada consegue fazer além de tentar sobreviver, vendendo até a alma. Por sua história de guerrilheira não soube pedir o apoio dos militares para que a garantissem contra as pressões advindas da corrupta politicalha quando contrariada e das pressões internacionais. Ao contrário, Dilma permitiu humilhações a eles como a Comissão da ”falsa” Verdade e a colocação de um inimigo como Ministro da Defesa afastando assim os únicos que poderiam protegê-la.
Na hora em que ela poderia amparar-se no nacionalismo dos militares faltou-lhe a vontade viril transformadora inibida por sua história esquerdista. Agora que até a opinião pública a repudia, está perdida. Ou sofrerá um impeachment ou será neutralizada e dominada pelas forças que ensaiou combater.  Quanto ao Legislativo, que só pensa em tirar vantagem, o sorvedouro de recursos é algo estarrecedor. O Poder Judiciário está dobrado e corrompido em nível medular.
A saúde econômica do País ingressa em um período difícil, em parte pela inépcia governamental, em parte pela corrupção generalizada, mas principalmente pela atuação da oligarquia internacional que, atuando maquiavelicamente no complicado xadrez mundial, cria as condições para se apropriar do petróleo e outras riquezas, pelas beiradas, de forma a dificultar uma possívell reação. Tenta colocar no governo um novo FHC.
Por último, mas não por fim, a insegurança no campo e nas cidades, o acovardamento da população desarmada e ensinada a não resistir prepara a nação a ceder ante qualquer ameaça, (Guerra de 4ª Geração), que nos deixa ainda mais vulneráveis do que nossa debilidade militar.
O merecido descrédito político ,somado à permanente sensação de insegurança, tirou a esperança dos brasileiros.  Não há condições de mudar nada no nosso País.  Ninguém sabe de nada, ninguém quer nada, um autêntico carnaval travestido de Semana Santa .O Governo, como está, não pode persistir, é clara a aspiração de mudança, mas qual, se dentro da legalidade não se vê nada melhor?
Fosse somente um problema interno ,terminaríamos por seguir a teoria do sábio grego e resolver o problema com um governo forte, mas a orientação externa é de impedir, a qualquer custo, o surgimento aqui de uma potência que possa agir com independência e contam com o auxílio de legiões de compatriotas que, no afã de derrubar um mau governo ,estão dispostos a prejudicar o País, o que é uma tolice evidente. 
Uma nação pode sobreviver até aos gananciosos, mas terá dificuldade para superar os danos causados pela tolice aproveitada pelo inimigo externo, se for grande o número de ingênuos que não visem em primeiro lugar ao interesse nacional. Estamos em dificuldades reais. Pior ainda, não acreditamos em nós e apreciamos falar mal de nós mesmos. Ainda o pior de tudo, estamos desunidos.  Já se disse que uma casa dividida não se sustenta em pé.
Sem noção
1- Rodrigo Janot, o Procurador Geral da República, está em Washington, para falar mal da própria Pátria. Parece que o objetivo é ajudar seus colegas americanos a ferrar a Petrobrás. Janot é o mesmo que, ao discursar na abertura do ano legislativo, se referiu à revisão da lei da anistia, citando o parecer da revanchista comissão.
2- O Exército Brasileiro foi e é ainda um dos grandes culpados do desarmamento civil, portanto, não somente do morticínio de cidadãos indefesos ,como do acovardamento geral da nação pela cooperação com o incentivo a “não resistência”. É muita ingenuidade. Na Amazônia ,fala em Estratégia da Resistência, mas como com o povo acovardado? Que guerra ele quer ganhar? Que tome  consciência das consequências do que faz”.
3-É de uma ingenuidade de estarrecer o internacionalismo dos nossos governos. Poderíamos ter construído a hidrelétrica de Itaipu totalmente em nosso território, nas Sete Quedas. Optamos por ajudar o Paraguai com uma sociedade e deu no que deu. Durante o governo tucano, optou-se por favorecer aos cartéis norte-americanos e no governo petista a financiar obras em outros países. Agora se pensa fazer uma hidrelétrica no rio Uruguai, juntamente com a Argentina. Será que nunca aprenderemos?
4-Todos reclamam da queda de preço das ações da Petrobras. Então por que não recomprá-las? Parece que o George Soros as está comprando.
5-Todos são iguais perante a Lei, mas os índio são melhores e tem mais direitos. Aliás os negros também tem seus privilégios, mas os mais diferenciados são os gays. Sobre esses talvez seja proibido até dizer que são privilegiados pela Lei.
6-A punição maior para os Juízes condenados por crime ou corrupção é a aposentadoria imediata com vencimentos integrais
Dilma isolada
A Presidente está sem noção de “o que fazer”. Isolada, encurralada, sem base parlamentar nem apoio social, contestada até dentro do PT, com um novo esqueleto no armário aflorando a cada dia, tudo tende a piorar. A rigor Dilma teria uma chance: Fazer uma faxina radical, mas para isto precisaria de decidido apoio militar para evitar que o Congresso a tire no mesmo dia que começar a faxina. Esse apoio é difícil de conseguir mantendo um inimigo das Forças Armadas no Ministério da Defesa.
Os apagões e a Marina
Claro, o setor elétrico tem outros problemas, mas o seu subdimensionamento e vulnerabilidade à seca não teria a dimensão atual se sucessivos governos não tivessem se curvado às pressões do aparato ambientalista-indigenista internacional, em sua insidiosa campanha contra o desenvolvimento da infraestrutura física do País, que se assemelha a uma virtual guerra econômica permanente.
No setor energético, esse aparato intervencionista é diretamente responsável por: 1) atrasos, encarecimentos e até mesmo cancelamentos de numerosos projetos, principalmente, de usinas hidrelétricas e 2) uma reorientação nos critérios de projeto das usinas hidrelétricas, reduzindo drasticamente os seus reservatórios, para privilegiar os chamados empreendimentos "a fio d'água" - com a consequente redução da capacidade de armazenamento de água, para fazer frente a secas prolongadas.
É certo, estamos em meio de uma guerra econômica, mas o inimigo tem aliados nacionais, uns enganados por uma propaganda eficiente, outros traidores mesmo, comprados ou não. A principal é  Marina Silva, a queridinha da casa real britânica. Essa pessoa já causou mais dano ao nosso País do que os corruptos somados e com a provável queda do Governo atual pode vir a assumir uma posição onde cause ainda mais dano. Quem sabe em novas eleições, com o apoio da imprensa internacional, venha a ser a nova presidente.
O interesse nacional tem de falar mais alto.
A situação é preocupante. Colocados ativistas políticos nos postos chave, estes aproveitaram suas funções para roubar, roubar para o partido e para si mesmos. Estes canalhas (a maioria do PT), merecem, sim, a pena capital, mas eles, não as empresas, como a Petrobras, que já ficou muito prejudicada e para piorar a situação o preço do petróleo segue em queda, provavelmente, respondendo também a fatores geopolíticos. Se o preço cair abaixo de 45 US$ por barril o pré sal deixa de ser lucrativo.
Com a instabilidade política atual ,persiste o assédio para que se desnacionalizem as poucas grandes empresas públicas e privadas que ainda lhe restam, sendo o principal ataque, naturalmente, sobre a Petrobrás  essa campanha encontra eco em pessoas que não enxergam o prejuízo que isto significaria.
 A Petrobrás é a espinha dorsal do desenvolvimento industrial brasileiro. A cadeia produtiva e comercial do petróleo e do setor naval representa mais de 10% do nosso produto interno bruto, constituindo a principal ancora da indústria de bens de capital.  É uma empresa criadora e difusora de tecnologia, de investimentos e de produtividade que beneficiam toda a economia.
Foi graças aos seus esforços que se descobriu as reservas do pré-sal e é ainda graças à sua tecnologia original de produção que o Brasil já retira do pré-sal, em tempo recorde 700 mil barris diários de petróleo, que brevemente alcançarão mais de 2 milhões, assegurando autossuficiências e a exportação de excedente. Entretanto, só o corte de investimentos previsto, da ordem de 30%, já provocará impacto negativo de 1 ponto percentual no PIB, sem contar a queda na arrecadação tributária, aumento do desemprego e outras consequências nefastas para uma economia já combalida.
A perda de know how já é difícil de mensurar. O prejuízo que causaria a destruição da Petrobrás então seria inimaginável.  O desgaste e a desnacionalização da Petrobrás interessam a muita gente, mas não ao Brasil.
Há quem esteja convencido de que, sem ruptura institucional completa, não há esperança de o Brasil deixar de continuar afundando, com a corrupção desenfreada, mas mesmo para isto não é preciso acabar com a Petrobras e nem derrubar a economia. Além disto os postulantes parecem ser da mesma laia, sendo que alguns, para tomar o poder, se declaram simpáticos a certa privatização, mesmo que os novos donos sejam estrangeiros. Esses são ainda mais perigosos do que os corruptos.
Obs: O mundo não para no carnaval
Deus nos proteja!

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