terça-feira, 14 de julho de 2015

Grécia é credora do mundo Ocidental

A Grécia firmou um acordo com a União Europeia-UE-, para captar 80 bilhões de euros - cerca de 276 bilhões de reais -, com o risco de ter que vender ativos estatais – obras de arte antigas, imóveis e até ilhas – para sanar sua dívida externa astronômica de dois bilhões de euros –quase sete bilhões de reais- da qual a Alemanha é a principal credora.
Já escrevi uma vez, e volto a defender a tese de que a Grécia não deve ser vista como devedora a ninguém; ao contrário, deve ser considerada credora do mundo ocidental em decorrência da civilização que ajudou a instituir juntamente com Roma, a Civilização Greco-Romana, que remonta a mais de seis mil anos.
Desnecessário se torna reafirmar que, sem os gregos e seus filósofos, escritores, sábios e instituições, como Sócrates, Platão, Pitágoras, Aristóteles, Heródoto, Arquimedes, Euclydes, Pausânias, Ulysses, etc. e tantos outros, além das formas e dos regimes de governo ainda vigentes, como a monarquia e a democracia, e das religiões, mitos e crenças que revestem o controle da humanidade, não teria o mundo ocidental as riquezas materiais e imateriais e os códigos normativos que regem as sociedades.
Discutir o legado grego e romano para o mundo civilizado ocidental seria chover no molhado, antes uma atitude idiota e alienante, equivalente a reinventar a roda ou repensar a Lei da Gravidade. A civilização greco-romana é um monumento que atinge o píncaro celeste, só superada pela civilização sumério-acadiana, de origem cósmica e que remonta a mais de 500 mil anos, conforme nos relata o extraordinário “cronista da Terra” Zecharia Sitchin.
Os gregos e romanos tiveram o privilégio de montar para o Ocidente essa civilização que hoje lhes cobra reles valor financeiro de dívida, com ameaças de ultraje aos valores e ao orgulho gregos. Quem leu atentamente “A Cidade Antiga”, de Fustel de Coulanges (1830-1889) pode aferir que tais valores gregos  (e também romanos) foram consolidados pela religião familiar e cívica e não se dissipam   vergastados por nenhuma tormenta.
Seria mais fácil ruir a União Européia como movimento político liderado pela Alemanha Federal do que a Grécia endividada e privada de seus bens materiais. Criticar a Grécia por não ter controle de seus gastos é inútil. Como Estado e Nação, os gregos não têm que se submeter a nenhuma tipo de guante do FMI ou de quem quer que seja. Que o mundo se una para ajudar a Grécia sem pressões morais e éticas.  O mundo deve à Grécia uma dívida impagável.

 

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