A Grécia firmou um acordo com a
União Europeia-UE-, para captar 80 bilhões de euros - cerca de 276 bilhões de
reais -, com o risco de ter que vender ativos estatais – obras de arte antigas,
imóveis e até ilhas – para sanar sua dívida externa astronômica de dois bilhões
de euros –quase sete bilhões de reais- da qual a Alemanha é a principal
credora.
Já escrevi uma vez, e volto a
defender a tese de que a Grécia não deve ser vista como devedora a ninguém; ao
contrário, deve ser considerada credora do mundo ocidental em decorrência da
civilização que ajudou a instituir juntamente com Roma, a Civilização Greco-Romana,
que remonta a mais de seis mil anos.
Desnecessário se torna reafirmar
que, sem os gregos e seus filósofos, escritores, sábios e instituições, como
Sócrates, Platão, Pitágoras, Aristóteles, Heródoto, Arquimedes, Euclydes, Pausânias,
Ulysses, etc. e tantos outros, além das formas e dos regimes de governo ainda
vigentes, como a monarquia e a democracia, e das religiões, mitos e crenças que
revestem o controle da humanidade, não teria o mundo ocidental as riquezas
materiais e imateriais e os códigos normativos que regem as sociedades.
Discutir o legado grego e romano
para o mundo civilizado ocidental seria chover no molhado, antes uma atitude
idiota e alienante, equivalente a reinventar a roda ou repensar a Lei da Gravidade.
A civilização greco-romana é um monumento que atinge o píncaro celeste, só
superada pela civilização sumério-acadiana, de origem cósmica e que remonta
a mais de 500 mil anos, conforme nos relata o extraordinário “cronista da Terra”
Zecharia Sitchin.
Os gregos e romanos tiveram o
privilégio de montar para o Ocidente essa civilização que hoje lhes cobra reles
valor financeiro de dívida, com ameaças de ultraje aos valores e ao orgulho
gregos. Quem leu atentamente “A Cidade
Antiga”, de Fustel de Coulanges (1830-1889) pode aferir que tais valores
gregos (e também romanos) foram
consolidados pela religião familiar e cívica e não se dissipam vergastados por nenhuma tormenta.
Seria mais fácil ruir a União
Européia como movimento político liderado pela Alemanha Federal do que a Grécia
endividada e privada de seus bens materiais. Criticar a Grécia por não ter
controle de seus gastos é inútil. Como Estado e Nação, os gregos não têm que se
submeter a nenhuma tipo de guante do FMI ou de quem quer que seja. Que o mundo
se una para ajudar a Grécia sem pressões morais e éticas. O mundo deve à Grécia uma dívida impagável.
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