terça-feira, 4 de agosto de 2015

Nova prisão de Dirceu deve gerar devassa


A nova prisão do ex-ministro José Dirceu, homem forte do Governo Lula, desta vez por suspeita de envolvimento nos atos de corrupção na Petrobrás, apurados pela “Operação Lava Jato”, leva ao coração do Partido dos Trabalhadores e do Partido do Movimento Democrático Brasileiro – PMDB-, donos da coalizão governamental que elegeu e reelegeu Dilma Rousseff e Michel Temer, respectivamente, presidente e vice-presidente do Brasil, o processo de combate aos responsáveis pela situação atual do País. Uma devassa profunda.

Que situação é esta? Antes de mencionar fatos e números, sugiro ao leitor que leia abaixo, neste blog, o artigo intitulado “Há que reverter o rumo da guerra”, do economista Adriano Benayon, doutor em economia e o maior denuncista atual do entreguismo que tomou conta do País, à custa de uma economia manipulada e descontrolada, com inflação em torno de 7,7%, dívida pública astronômica e política interna conturbada por desequilíbrios entre os três poderes.

Preso juntamente com seu irmão, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva e seu ex-assessor Roberto Marques, o ex-ministro e ex-deputado, residente em Brasília, foi levado para Curitiba pela Polícia Federal, lá devendo ficar por ser a sede da “Operação Lava Jato”. Dirceu declarou que não pretende usar a “delação premiada” para se livrar da prisão, alegando que delação não condiz com seu perfil.

Mas, inevitável será, pelo próprio efeito dominó, que as investigações sobre o envolvimento do homem forte do Governo Lula e do PT na corrupção na Petrobrás conduzam ao interior do poder que controla o Brasil há décadas, atingindo figuras proeminentes e que até agora se vêm mantendo “blindadas”  e suando frio no anonimato.

Dirceu já se encontrava em prisão domiciliar em decorrência da sua condenação no processo do “Mensalão” – a compra de votos do governo Lula no Congresso Nacional-, mas agora, nas apurações da corrupção nos âmbitos da Petrobrás, Eletrobrás e Nuclebrás, e do BNDES e outros órgãos estatais, ninguém em Brasília, que tenha culpa, consegue dormir direito...

Há, atualmente, um processo de mudança interna das variáveis do poder político no Brasil, com renovação das lideranças, embora não propriamente das práticas ditadas pela cultura política patrimonialista, cartorial e clientelista.

Uma mudança não revolucionária, mas apenas na forma, mas que será suficiente para varrer do cenário político muitas personalidades que atuaram nas últimas décadas e que hoje se tornaram anacrônicas. A devassa da “Operação Lava Jato” tende a conduzir ao Parlamentarismo, com novos atores protagonistas.

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