As declarações de apoio ao novo
ministro da Defesa, Aldo Rebelo, durante sua posse, feita com veemência pelos Comandantes
do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, extensivas à Presidenta Dilma
Rousseff, como comandante-em-chefe das Forças Armadas, podem ser observadas
como institucionais, e não partidárias.
Não foram declarações de apoio ao
governo do Partido dos Trabalhadores - PT-, e nem mesmo incondicionais, mas, sim,
adstritas à preservação do regime democrático, cabendo às Forças Armadas o cumprimento da sua missão constitucional,
qual seja, a manutenção dos poderes constituídos, da lei e da ordem.
Assim como há um movimento
visando ao impeachment da Presidenta
Dilma, há forças contrárias que preconizam um golpe de esquerda no País, com
estímulo dos regimes bolivarianos vizinhos. Portanto, preservar a estabilidade
democrática é o objetivo dos pronunciamentos dos três comandantes, que, em
hipótese alguma, coonestarão processos de qualquer natureza, inclusos desmandos administrativos,
corrupção e agitações que afetem a ordem e o progresso do País.
Em sua última manifestação, no
dia 5 de outubro, o presidente do Clube Militar, general Gilberto Pimentel, fez
ácidas críticas afirmando que “governabilidade não se compra, é conquistada”,
acentuando que o novo ministério do “toma-lá-dá-cá” é pior do que o anterior.
Pimentel concluiu: ”O governo
está terminado. Não tem legitimidade. O melhor a fazer para não prolongar a
agonia seria que a presidente se afastasse livrando-nos de suas trapalhadas e
permitindo um recomeço que, de qualquer forma, não será fácil”.
Um pronunciamento como este do Presidente
do Clube Militar é mais do que suficientes para deixar intranquilo o Palácio do
Planalto, que, não faz muito tempo, mandou punir 150 militares da reserva que
tinham feito críticas ao Governo, na gestão do ministro da Defesa Celso Amorim.
O próprio decreto da Presidenta
Dilma, induzida pelo ex-ministro Jacques Wagner e sua assessoria, retirando dos
comandantes militares a autoridade para promoção de oficiais, gerou pruridos e
insatisfações ainda não debeladas dentro das Forças Armadas.
Há um silêncio quase obsequioso
do Planalto a respeito, mas a química desse processo continua corroendo a
autoridade presidencial, apesar da empatia entre o novo ministro Aldo Rebelo e
os comandantes.
Ainda não houve a revogação explícita
do decreto, como querem os militares para os quais é inaceitável qualquer
manobra jurídica ou publicação de errata para encobrir a essência do decreto;
mas, o provável é que Rebelo, com sua perspicácia, consiga essa revogação. Caso
contrário, o decreto continuará fermentando insatisfações.
Há muitos equívocos nas análises
sobre o posicionamento das Forças Armadas no Brasil. Com seu protagonismo
histórico da modernidade brasileira, os militares continuam compondo o grande
partido mudo, mas atento e presente nas decisões nacionais. Para as Forças
Armadas, os matizes ideológicos não se sobrepõem aos Objetivos Nacionais
Permanentes: Democracia, Justiça Social, Progresso, Paz Social, Soberania,
Integridade do Patrimônio Nacional e Integração Nacional.
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