quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Sem guerra civil:O caminho ainda é para o consenso e a democracia


Que ninguém tenha dúvida de que as Forças Armadas cumprirão sua missão de defesa da Pátria e garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem, conforme determina o Art.142 da Constituição Federal.

Os Comandos do Exército, da Marinha e da Aeronáutica estão atentos à boataria espalhada pelas redes sociais sobre a eclosão de uma guerra civil no Brasil a partir de uma guerrilha a ser detonada no próximo dia 15, na Amazônia, com o objetivo de derrubar o Governo Dilma Rousseff.

As redes sociais e, em especial, o  WatsApp,  reproduzem gravações contendo alertas e ameaças de um desabastecimento nacional por conta de uma paralisação dos caminhoneiros, um confisco de poupança e outras aplicações  financeiras e  manifestações em prol do impeachment da Presidente Dilma.

O ex-presidente Lula, segundo órgãos noticiosos, conversou com a Presidenta Dilma no Palácio da Alvorada aconselhando-a a aproveitar esse mês de recesso parlamentar para divulgar medidas positivas do Governo, alertando que “o impeachment está morto, mas não foi sepultado”.

A ex-senadora Marina Silva, potencial candidata ao Palácio do Planalto, jogou lenha na fogueira pregando em entrevista a cassação dos mandatos de Dilma e seu vice Michel Temer, por abuso financeiro em sua campanha de reeleição. O processo está sendo apreciado pelo Tribunal Superior Eleitoral - TSE-.

O clima fica ainda mais tenso no Brasil com a publicação de matérias pela imprensa estrangeira denunciando a corrupção no Brasil. O The Economist denuncia o que considera o desastre político e econômico brasileiro e o ex-presidente Lula é cada vez mais associado à situação atual do País. Lula teve ainda sua prisão preventiva decretada pela Justiça de Portugal, que acusa o ex-presidente de ter recebido dinheiro da Telecom (700 milhões de reais) para sua campanha presidencial.

Pelas redes sociais chovem críticas a todos os poderes, inclusive ao Judiciário brasileiro, acusado de ativismo pró-Partido dos Trabalhadores. Indaga-se qual poder tomaria a iniciativa de convocar as Forças Armadas para cumprimento de sua missão constitucional, se os três estão sob críticas e desconfiança da maioria da sociedade brasileira.

Essa maioria não quer mais saber da Presidenta Dilma Rousseff, mas não tem força para promover o impeachment, pelo simples fato de que não pode usar como alavanca uma oposição desmantelada e suspeita de cumplicidade com o Governo no saque da Petrobrás, BNDES e outras empresas e bancos. Eis porque ainda resta algum consentimento a esse governo.

Guerra civil seria uma palavra forte para o Brasil neste momento; intervenção militar saneadora, sem pretorianismo, é sempre uma possibilidade, ainda que remota, caso a situação se deteriore, mas a ideologia, seja de esquerda ou de direita, não conseguirá suplantar a cultura política brasileira, que tem reações imprevisíveis. O caminho ainda é o consenso e a democracia.

 

 

 

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