O
recesso parlamentar, que se encerrou com a reabertura hoje dos trabalhos na
Câmara dos Deputados e no Senado Federal, teve como destaques quatro fatos
políticos de repercussão nacional: A declaração de Lula sobre sua alma
inocente, a irada defesa de Lula feita pelo senador Roberto Requião, do Paraná,
a declaração do vice-presidente Michel Temer de que o Partido do Movimento Democrático
Brasileiro –PMDB- quer eleger o presidente em 2018 e o anúncio da candidatura
do ex-ministro e ex-governador Ciro Gomes à Presidência da República pelo
Partido Democrático Trabalhista - PDT-, partido do falecido e polêmico político
Leonel Brizola.
Ante
a escassez de notícias políticas, vale aquele ditado “caiu na rede é peixe”, e
a imprensa e as redes sociais consomem com avidez qualquer fato novo, como foi
o caso do factoide (“fato ou notícia forjada para atrair a atenção da opinião
pública”, segundo dicionários da Web) produzido pelo ex-presidente Luiz Ignácio
Lula da Silva, no dia 20 de janeiro: ”Não há neste país uma viva alma mais
honesta do que eu”.
Honestidade
à parte, as investigações da Operação Lava Jato sobre o patrimônio de Lula vêm
tomando conta das redes sociais, onde a satanização do ex-presidente e do
Partido dos Trabalhadores –PT- já é uma realidade a provocar efeitos nas
eleições municipais deste ano.
O
curioso, todavia, é que saiu em defesa do PT o ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso, oposicionista do Partido da Social Democracia Brasileira - PSDB-, afirmando
que a Presidente Dilma é honrada e que o PT é um partido importante para a
política brasileira, por representar grande parcela da opinião pública, não
podendo ser extinto por causa das mazelas que vêm sendo apuradas contra alguns
dos seus dirigentes.
Um
abraço de urso de FHC, quando fala em honradez de Dilma e se cala sobre a
honestidade de Lula, além de lançar um raciocínio segundo o qual o PT é
passível de extinção depois de o próprio partido de FHC, PSDB, protocolar junto
à Procuradoria-Geral Eleitoral representação em que pede a extinção do PT. É
o famoso morde e assopra...
Na
onda de denúncias divulgadas sobre o patrimônio de Lula, desponta um herói de
capa-e-espada, que os ingleses chamam de swashbuckler, para
defender com ira o ex-presidente Lula. Trata-se
do senador Roberto Requião, do PMDB do Paraná, acusando a grande imprensa de
tentar desmoralizar a imagem e a obra de Lula em benefício do “capital vadio”.
Repicando sobre essa defesa feita por Requião, o filho mais velho de Lula, Luis
Inácio, ganhou as redes sociais com suposta advertência sobre o efeito
incendiário no País que causaria a prisão do seu pai.
Em
meio ao caos provocado pelas investigações da Operação Lava Jato, o PDT
anunciou que o ex-ministro da Fazenda de Itamar Franco e ex-governador do
Ceará, o paulista Ciro Gomes, será o candidato da legenda na disputa de 2018
para o Palácio do Planalto. É fácil constatar nas redes sociais uma rejeição
odiosa contra o nome de Ciro Gomes, taxado como oportunista e demagogo. Seu
irmão Cid Gomes, que governo o Ceará e exerceu por três meses o Ministério da
Educação, é uma figura pouco conhecida nacionalmente, além de controverso pela
forma agressiva com que tratava os professores.
Em
campanha por todos os estados brasileiros em busca de consolidação de seu nome
para permanência na Presidência do PMDB, o vice-presidente Michel Temer
anunciou que o partido terá candidato próprio nas eleições de 2018. Ameaçado de
ser destituído junto com Dilma do comando do governo, em decorrência de prática
de abusos na campanha da reeleição de ambos, Temer parece tranquilo e nem mesmo
a ameaça de impeachment o assusta.
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