quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Prisão de Eduardo Cunha gera tensão política


O juiz Sérgio Moro, da "Operação Lava Jato", decretou ontem a prisão preventiva do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, que  foi efetuada hoje de manhã, em Brasília, na residência de Cunha, por agentes da Polícia Federal. Após o almoço, Cunha foi transportado num pequeno jato da polícia para Curitiba, onde será interrogado respondendo a acusações que lhe  são feitas. O fato ocorre no momento em que o Presidente Michel Temer se encontra em visita oficial ao Japão.
 
Refrescando a memória do leitor, Eduardo Cunha foi o principal responsável pela execução do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, processo que teve desdobramentos imediatos, como a derrota completa do Partido dos Trabalhadores -PT- nessas eleições municipais e o desmantelamento do Lulopetismo no poder após 12 anos.
 
Cunha é acusado pela Procuradoria Geral da República de ocultar 13 milhões de dólares em conta no exterior e outras quantias ainda sob investigação, oriundas de propinas e comissões envolvendo operações com a Petrobrás no exterior. Deixou a Presidência em setembro e teve seu mandato cassado depois de longo processo na Comissão de Ética da Câmara dos Deputados, onde foi acusado de ter mentido.
Pertencente ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro -PMDB-, Eduardo Cunha é temido ainda pela possibilidade de que se disponha a prestar delação premiada na Lava Jato, pelo muito que sabe como político da linha de sucessão presidencial e pelo amplo número de inimigos que fez em vários partidos.
Não há prazo para manutenção de Cunha nas dependências de Curitiba, mas  em Brasília o clima é de grande expectativa sobre o estrago que ele pode causar em várias instâncias dos três poderes no Brasil. Há quem diga que o próprio grupo que ocupa o Palácio do Planalto teme uma delação premiada de Cunha.
Após a realização do segundo turno das eleições municipais, marcado para o dia 30 de outubro, em 92 municípios com mais de 200 mil habitantes,  é possível que novas prisões envolvendo políticos de renome sejam efetuadas pela "Operação Lava Jato".

Nenhum comentário:

Postar um comentário