sábado, 7 de setembro de 2013

"Povo global" é desafio para Obama na questão da Síria


Assisti pela televisão a Vigília pela Paz do Papa Francisco, na Praça de São Pedro, no Vaticano, e leio que o Presidente Barack Obama, “Prêmio Nobel da Paz”, apela ao Congresso dos Estados Unidos para que autorize o ataque à Síria, sob o argumento de que o Presidente Bashar al-Assad usou arsenal químico contra os rebeldes.

Comenta-se que seria um “ataque cirúrgico”, mas a proposta formal de Obama ao Congresso autoriza o Presidente a usar as Forças Armadas dos Estados Unidos para combate em solo e “dentro, para e a partir da Síria”, ou seja, uma intervenção militar em todo o Oriente Médio ou qualquer outra parte do mundo.

Nesse momento, Obama não se preocupa com a Organização das Nações Unidas – ONU-, mas o Brasil já deixou claro que apoiaria qualquer iniciativa se fosse autorizada pela ONU. As condições desse apoio teriam sido objeto de conversações mantidas entre a Presidente Dilma e os Presidentes Obama e Putin, na Rússia.

A questão para Obama não é apenas congressual, mas, sim, se o povo dos Estados Unidos aceitaria uma nova intervenção militar de vasto alcance no mundo islâmico. O povo brasileiro não apoiaria, segundo pesquisas informais que vêm sendo realizadas nos sites de navegação. Os católicos do mundo inteiro, atentos à vigília papal, certamente repudiarão o ataque desejado por Obama. Idem para os muçulmanos....

Aqui e acolá, a voz popular no mundo inteiro, aparentemente impotente diante  da força militar dos Estados Unidos, clama pela solução pacífica do conflito na Síria, mas o Império tem interesses e “razões de Estado” que o povo ignora...

Desde Bodin, passando por Hobbes e Maquiavel, entre outros, e chegando-se  a Noam Chomsky, em recente obra (“Razões de Estado”),  o debate sobre a ideia de que o Estado há que ser forte e o governante astuto tem justificado muitas guerras e mortes, mas o aspecto hodierno desse tema é  a globalização, que altera os padrões de consentimento popular aos morticínios perpetrados  pelas guerras.

Não há um estado mundial, mas centros de poder e a dominação de algumas potências, com hegemonia dos Estados Unidos, que, em caso de ataque à Síria, contra a vontade do “povo global”, teria que arrostar com consequências imprevisíveis para o futuro dessa nação e da própria paz mundial.

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