sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Sem Marina,PV se aborta como terceira opção


O Partido Verde tem ido com muita sede ao pote enchido pela senadora Marina Silva nas últimas eleições presidenciais, quando a candidata conseguiu 19,6 milhões de votos – a terceira colocada.
Esse desempenho de Marina Silva tornaria o PV uma sigla apta à disputa do poder em todos os estados, nas próximas eleições para vereadores e prefeitos, pois sua imagem ficou fixada de forma muito positiva na mente do eleitorado. Mas, a saída de Marina desfaz, nos principais redutos eleitorais, as ilusões sobre um crescimento robusto.
A imagem de Marina Silva é uma coisa, enquanto a imagem do PV é outra,ainda é apenas de expectativa, numa opção para o eleitor que não quer votar nas demais siglas que se revesam no controle do governo federal. Percorri mais de 50 municípios paulistas e levantei dados concretos, que me permitem essa observação.
A maior estrela verde, a senadora Marina, não se submeteu aos controladores do PV em São Paulo, entre os quais o deputado federal José Luiz Penna, acusado de praticar nepotismo interno. Sem o diálogo necessário, Marina deixou a sigla, na qual conseguira imprimir no eleitorado uma nova esperança.
 A minha impressão é de que, embriagados pela nova injeção de ânimo, dada pela votação obtida por Marina Silva na última disputa presidencial, são muitos os afiliados que consideram o PV como terceira opção certa no sistema partidário, esquecendo-se de que o PSB também se robusteceu.Sem Marina, o PV volta a ser apenas uma incógnita como terceira opção.
Esses afiliados eufóricos se comportam com certo comodismo, esquecendo-se de que o PV ainda tem provar no poder que merece a confiança do eleitorado, trabalhando sério em suas propostas, uma delas -que rendeu muitos votos a Marina Silva- a causa da sustentabilidade. Marina, antes de sair, atirou, acusando a atual direção partidária de sabotar a afiliação de simpatizantes dessa causa, por medo de perder o controle do Partido.
Não apenas com sede, mas muita fome, o PV em vários estados tem pressa de desfrutar de um poder que ainda não consolidou pelo voto, mediante adesões e negociações para obtenção de cargos com outros partidos maiores, com vistas às eleições municipais. Abraçando ursos e dividido em várias correntes internas, “os verdes” que se cuidem...
Sem unidade ideológica e uma reestruturação, qualitativa e quantitativa, o partido poderá deixar de crescer o quanto se espera, porque o PV ainda é uma incógnita em muitos municípios. Sua estagnação ou até recuo interessa a muitos poderosos...
O aborto do PV como nova alternativa de poder seria um retrocesso no sistema eleitoral-partidário e para a política do País, pois, em diversos países da Europa e da América do Sul, os partidos verdes vêm seguindo uma trajetória ascendente.

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