A pedido de minha colega e seguidora, jornalista Aline Machado, publico matéria a respeito da desapropriação das terras de agricultores em São João da Barra (RJ), texto ilustrado pelo pujante vídeo “Narradores de Açu”, que pode ser acessado abaixo.
Não se trata de mera questão relacionada ao conflito social. Aliás, embora paralelas, as teorias do conflito social (adstrito ao campo social) e do conflito político (referente à política como instrumento de conquista e manutenção do poder em todas as suas expressões) convergem para o ponto em comum, que é a pertinência com a paz social e a justiça social, ambas, nesse episódio, ameaçadas pela violação do direito de propriedade privada – um dos pilares do Capitalismo.
Rousseau condena a propriedade privada (“O primeiro que, tendo cercado um terreno, atreveu-se a dizer: isto é meu, e encontrou pessoas simples o suficiente para acreditar nele, foi o verdadeiro fundador da sociedade civil. Quantos crimes, guerras, assassínios, quanta miséria e horrores não teria poupado ao gênero humano aquele que, arrancando as estacas ou enchendo o fosso, houvesse gritado aos seus semelhantes: evitai ouvir esse impostor. Estareis perdidos se esquecerdes que os frutos são de todos e que a terra não é de ninguém!”(1750), enquanto Locke vê legitimidade na mesma, desde que seja transformada pelo trabalho: “Tomar parte daquilo que é comum e retirá-la do estado em que a deixa a natureza”(“Segundo Tratado sobre o Governo”). Segue o texto enviado por Aline Machado:
“O Web Documentário “Narradores do Açu” ,produzido por alunos da Faculdade de Filosofia de Campos, sob orientação do professor Vitor Menezes, da disciplina Narrativas Jornalísticas, vem causando grandes discussões em diversos blogs regionais e nacionais e entre instituições de ensino superior.
Abordando a desapropriação dos agricultores moradores do 5º Distrito de São João da Barra, para a Construção do Complexo Portuário do Açu, do empresário Eike Batista, o vídeo de apenas 18 minutos tem como protagonistas os próprios agricultores, que contam suas histórias vividas em suas terras produtivas, nas quais foram nascidos e criados, e que hoje serão totalmente destruídas.
A preocupação dos desapropriados está na dificuldade de manter seus trabalhos no campo e suas ocupações diárias, além de perderem as terras na qual vivem e ainda terem que ficar afastados dos familiares que moram em regiões mais próximas às terras.
O webdoc disponível no site youtube em menos de um mês de postagem, já obteve mais de oito mil acessos de usuários de todo o mundo, além de dezenas de comentários mostrando o apoio dos internautas aos moradores.
O documentário concorreu entre as pautas do portal “Comunique-se”, está sendo exibindo em duas emissoras de TV de Campos, foi exposto em diversos sites e blogs nacionais, como “Vi o Mundo’, “A Mosca Azul”, “Jornal do Brasil”, e ainda está inscrito em festivais de cinema em Macaé e Rio das Ostras.
A cópia do vídeo também estará em breve disponível na Videoteca de Cinema Popular Brasileiro, no Sindicato dos Servidores de Rio das Ostras. Toda equipe produtora do vídeo já foi convidada para participar de debates na Universidade Federal Fluminense, no Instituto Federal Fluminense, no SENAC de Campos, no Jornal “O Polifônico”, de Rio das Ostras, e ainda na Associação de Moradores do 5º Distrito de São João da Barra.”
É uma pena que as pessoas que detem o poder use o progresso de forma errada. DESTRUINDO PARA CRESCER!
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