quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

O Brasil diante de uma invasão militar

Enquete encerrada por este blog revela que 57% dos votantes, contra 43%%, acreditam na possibilidade de uma invasão militar no Brasil, tantas são as riquezas naturais, no solo e subsolo e na sua plataforma continental, que o transformam num grande alvo da cobiça internacional.
A guerra, como afirma Carl Von Clauzewits, é a continuação das relações políticas por outros meios. A história da humanidade revela que impérios se criam por meio da conquista militar e econômica, sempre se impondo no cenário internacional a civilização mais forte nesses dois itens conjugados. Mas, em contrapartida, impérios começam a se desintegrar a partir do momento em que se estiolam ética e moralmente.
Vivemos a época do “choque de civilizações”, expressão título da obra de Samuel Huntington, de 1993, “Choque de Civilizações”, quando elabora a teoria segundo a qual, no pós-guerra-fria, as identidades culturais e religiosas se transformam na principal fonte de conflitos entre as nações.
Conheci Huntington quando ele veio ao Brasil para aconselhar no processo de “descompressão política” do regime militar, já no Governo Médici, quando o seu interlocutor era o ministro Leitão de Abreu,chefe do Gabinete Civil. Esse processo conduziu depois o governo Geisel à abertura “lenta, gradual e segura”. Ele (Huntington) manteve alguns colóquios reservados com cientistas políticos de Brasília.
É autor de uma teoria sobre a corrupção, atribuindo esse fenômeno, nos países em desenvolvimento, ao espaço limitado existente para o dono do capital  nacional,que, oprimido pelo capital estrangeiro,numa competição desigual, busca a política como meio de sobrevivência ,locupletando-se do Estado.
Temos, portanto, dois teóricos de porte, para definir que não só a economia dita as regras políticas de hoje, mas também as identidades culturais e religiosas, que estas,sim, criam os focos de conflito em quase todas as regiões do globo, focos que, do ponto de vista econômico, poderiam ser debelados com mais facilidade.
A economia se impõe à política, pois ambas têm plasticidade, mas não consegue dobrar a cultura e a religião, que condensam os arquétipos da humanidade.
Guerras foram, são e sempre serão manifestações presentes na história da civilização, razão pela qual nenhum país, e no caso o Brasil, como comprova a sua história, está isento de enfrentá-las. A questão que se coloca, com base na enquete, é se o Brasil, em tempo de paz, tem se preparado para seu eventual envolvimento numa guerra.
Aproveito aqui considerações de dois militares do Exército, que agregam elementos para um debate a esse respeito:


O que fazer para evitar que a guerra nos atinja

                                                        (Gélio Fregapani)

“Se a guerra se alastrar, e isto pode ocorrer, ninguém vai querer saber da nossa índole pacífica. O que vai importar, sim, é o poder de causar dano, o qual pode até fazer o inimigo desistir da luta. É claro que isso não pode ser feito com um planejamento  para vinte anos, como foi feito pelo ex-ministro da Defesa. Também pouco adiantará a compra urgente de bom material, mas em quantidade limitada. Só interessa o que sejamos capazes de fabricar. 
Obvio que vamos negociar, mas, até para negociar, se necessita ser forte. De imediato, devemos desenvolver a capacidade de resistência, mas lembrando da diferença de potencial; que 30 aviões, mesmo os melhores do mundo, nada poderão contra três mil igualmente bons; que trezentos blindados não  causariam dano a 30 mil, mesmo se não tivessem sido eliminados antes pelos modernos veículos aéreos não tripulados.
Restam-nos as “armas assimétricas” – as minas, que, sozinhas, não vencem batalhas, mas cobram alto custo, quando não mantém o inimigo à distância; os caçadores/snipers com adequados fuzis “ponto 50”, que breve serão produzidos no País por firmas brasileiras, e mísseis anticarros e  antiaéreos, que também podem ser desenvolvidos com rapidez. 
No mar, esqueçamos as fragatas, corvetas e porta-aviões. Os submarinos, enxames de lanchas torpedeiras rápidas e minagem podem ser muito mais eficientes em termos de dissuasão, e não nos interessa projetarmos poder longe de nossas costas e de nossas plataformas.
Certamente, teremos alguma folga, mas, precisamos aproveitar o tempo para integrar com a possível rapidez os índios à comunidade nacional e de alavancar uma produção em massa como uma estratégia de desenvolvimento social e nacional, livre das amarras do ambientalismo orientado do exterior.  
Não se pode nem ser pacífico sem ser forte.”


As Forças Mambembes da Sexta Potência Econômica

(Paulo Ricardo da Rocha Paiva)

“Alerta, nação indefesa! São dados para registro e cobrança quando o País amargar uma humilhação, com ou mesmo sem combate, pelos “senhores da guerra”. Cidadão, converse com os militares, os oficiais e graduados, investigue o percentual dos armamentos e das viaturas em disponibilidade nos quartéis. 
O Ministério da Defesa precisa se impor, pois metade dos blindados, aviões e belonaves está indisponível, sem condições de combate, todos caducando. Tropas motorizadas ainda estão concentradas no Sul, região que carece, sim, mas de tropas/brigadas de infantaria mecanizada. Estudos e levantamentos com uma detalhada radiografia das Forças Armadas, repetitivos, mostrados pelos militares a governantes e políticos, têm alertado sobre a penúria do equipamento, explicitando também as conhecidas distorções na distribuição de efetivos no território nacional, sem que lhes sejam repassados os recursos para transferências e instalações mais do que necessárias. 
A Brigada de Infantaria Paraquedista é um exemplo: Sua mudança para Anápolis/GO, procurando o centro geométrico do País, já virou estória da carochinha. E não basta transferir unidades. Somente se patrulhariam razoavelmente as fronteiras se o efetivo ínfimo que temos na Amazônia fosse bem dotado de meios anfíbios e de helicópteros.
Dizer, então, que o índice de disponibilidade de meios se alce a “animadores” 70%, isto é estória para inglês ver. Estariam computadas na conta as "viaturas sobre rodas”? Aí fica forte: Veículos de autoridades, ônibus de bandas de música, transportes administrativos em geral, seria considerar toda a tralha do "incrível exército de brancaleone"!  Fontes fidedignas dizem que as viaturas que ainda rodam o fazem graças ao excelente nível dos mecânicos e às unidades de manutenção que fazem milagres, mesmo com cortes repetitivos nos parcos recursos provenientes do orçamento da união.
Blindados! Que lástima, dos refugos do Vietnã, talvez nem 50% das viaturas blindadas de transporte de pessoal estejam ainda serpenteando, pelo menos nas condições ideais de um CHARRUA, protótipo que a MOTO PEÇAS de São Paulo testou e que, se encomendado pelo governo desde 1980, já estaria renovado em versões atualizadas. Mas o total dos recursos desviados, das obras do PAC, somado aos de alguns “ministérios propinados” do Poder Executivo, seria bem chegado para manutenir as geringonças de algumas unidades sobre lagartas. Ademais, não falta dinheiro para encomendar à indústria nacional. No painel do “impostômetro”, a arrecadação já alcança os 4 (quatro) trilhões de reais. Afinal de contas que sexta potência é esta que não se garante? E há quem diga: somos a quinta.
 Helicópteros! O Comando Militar da Amazônia dispõe de doze, um piadão  para a grande região norte! Mas as acusações persistem: Os militares não patrulham as fronteiras! Defesa antiaérea, perigo! Como garantir as principais fontes geradoras de energia do País? Os mísseis antiaéreos portáteis, hoje, são mais do que necessários; enquanto não dispusermos dos três grupos desta artilharia com material de ponta, um para cada hidroelétrica (Itaipú, Tucuruí e, futuramente, Belo Monte). Que o povo exija segurança. A situação é bem mais periclitante do que se pensa: às fontes de energia se somam a Amazônia e ao pré-sal. Em contrapartida, é incrível, o cidadão não se liga, muito menos os governantes, quiçá os políticos: “As usinas constituem alvos prioritários para as grandes potências, que cobiçam nossos invejáveis recursos naturais” 
E a Marinha, como pode esta Força, considerada a mais bem aparelhada, operar com mais de um terço dos principais equipamentos indisponível? Quem disser que metade dos seus muito poucos navios está no estaleiro erra por pouco. E quanto à aviação naval, como assegurar a posse do pré-sal com irrisórios 23 caças  ultrapassados; destes, quantos estão voando ainda? Com a palavra o Ministro Celso Amorim. E o nosso aeródromo, o São Paulo, a Força Naval já recebeu recursos para fazê-lo sair da Baía de Guanabara em um, simples que seja, exercício no entorno da área pré-sálica?
Vou fechar com a FAB, descaso, os caças de interceptação ainda são comprados, uma estória antiga que, deslavadamente, já se arrasta há anos. Lamentavelmente, a 6ª potência econômica continua à mercê dos membros da "gang dos cinco" para adquiri-los.  Uma cadeira cativa no CS/ONU requer muito mais do que 200 caças obsoletos. Cidadão, pergunte a quem de direito, deste total, quantos ainda estão voando em condições de combater? Talvez um pouco mais do que a metade.  Atenção povo de Manaus, "bombardeios cirúrgicos dos todo poderosos”, a cidade é sede de comando militar de área e está tiranicamente distante da concentração dos comandos aéreos que, de alguma forma,  disporiam de meios, ainda que fragilíssimos, para esboçar alguma reação.
O fato é que, se o circo começar, e isto pode ocorrer de repente, ninguém vai querer saber da nossa índole pacífica. Vai importar, sim, para nossa juventude na linha de frente, o poder de dissuasão de que dispõe, não para lutar, mas, sobretudo, para fazer o inimigo desistir da luta. Por isso mesmo, fica difícil acreditar que ainda não tenhamos denunciado o vil TNP. Seria bem mais barato, extremamente oportuno e permitiria postergar por prazo mais suave, sem afogadilho, as outras providências, todas baseadas em gastos astronômicos com material bélico de última geração que ainda não fabricamos.”



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