O Brasil precisa “ser passado a limpo’(como diria Boris Casoy), em matéria de história. Como não sou historiador, embora digam que o jornalista é um historiador apressado, penso que essa revisão nos métodos e conteúdos da História do Brasil ensinada nos colégios primários, secundários e superiores torna-se urgente, tantos são os vícios expostos pela comunicação.
Agora mesmo, o historiador Eduardo Bueno, que faz vinhetas sobre a História do Brasil para o canal de televisão History Chanel, comete grande injustiça contra o escritor Euclides da Cunha, que narra ,m sua obra memorável “Os Sertões”, a revolta de Canudos, na Bahia, em 1897, liderada por Antonio Conselheiro – talvez a maior tragédia brasileira.
Bueno começa a apresentar a Guerra de Canudos como “Guerra do Fim do Mundo”, de autoria do escritor peruano e prêmio Nobel de Literatura Mário Vargas Llosa. Por instantes, deixa o expectador com a impressão de que Llosa é o narrador daquele drama não só brasileiro, mas universal. Até que, timidamente, no final, esclarece que Canudos serviu para revelar a grande obra do jornalista Euclides da Cunha, “Os Sertões”.
Subserviência ao escritor e canal estrangeiros? Restrições a Euclides da Cunha? Afinal, Llosa não fez nada mais do que pegar carona na obra euclidiana, que já ganhou traduções no mundo inteiro há décadas e dispensa penduricalhos, ainda que oferecidos por um grande escritor como Llosa.
O jovem historiador simplesmente transformou numa obra-prima de ficção da literatura de Lhosa um acontecimento real, um grande drama épico do Brasil, que só veio ao conhecimento do povo graças à obra magnífica “Os Sertões”. Euclides e a sua obra revelaram Canudos, e não o oposto, como afirma Bueno.
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Causa-me estupefação o silêncio que se estende, da parte da mídia e dos historiadores e políticos, sobre as denúncias da vedete Virgínia Lane retificando que Getúlio Vargas não se suicidou, mas, sim, foi morto em seu quarto por quatro homens encapuzados, fato de que ela foi testemunha ocular. A gravação com a confissão de Virgínia Lane à Rádio Globo circula na internet, mas parece que a verdade não interessa nem mesmo aos historiadores.
Considerando – se que Getúlio Vargas é um dos estadistas mais respeitados e reconhecidos no mundo inteiro, pelo seu gênio político, sua biografia não pode ficar à mercê de manipulações políticas. As denúncias de Virgínia Lane merecem uma investigação no âmbito do Congresso Nacional, com apoio do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e demais órgãos pertinentes, para que as próximas gerações tenham a verdade histórica.
No ano passado, houve proibição de comemorações, no âmbito militar, do movimento de 31 de março de 1964, como se fosse possível passar uma borracha e apagar os fatos acontecidos e que resultaram na implantação do regime de exceção. Os historiadores aceitaram a proibição e evitaram pronunciamento contra ou a favor daquele regime aos jornais.Vamos ver o que acontecerá no próximo mês...
Pelo que se pode observar, a interpretação da história de todos os povos está eivada de elementos da filosofia nietzschiana, e a História do Brasil, como as demais, é “humana até demais”, como gosta de afirmar o jovem historiador Eduardo Bueno. Sinceramente,gostaria de vê-lo numa de suas vinhetas relatando a morte de Getúlio Vargas...
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