O Estado de São Paulo continua incrementando sua política de expansão das áreas de produção de cana-de-açúcar, tornando esse setor o mais atraente para os investidores, tendo em vista a meta do Brasil de dobrar sua atual produção de etanol, em torno de sete bilhões de litros por ano, para cerca de 14 bilhões em 2030.
Para atingir essa meta, o País terá que somar aos atuais sete milhões de hectares de terras para plantio, com produção de 495 milhões de toneladas de cana, mais sete milhões de hectares, para atingir a meta de produção de um bilhão de toneladas.
Conversei recentemente com a atual secretária de Agricultura de São Paulo, Mônica Bergamaschi, jovem e promissora agrônoma formada pela Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias de Jaboticabal- UNESP-, que admite ser hoje o setor agroenergético no estado o melhor para os investidores, independentemente de outras áreas interessantes e da polêmica gerada sobre a expansão da fronteira agrícola e os desafios da preservação do meio-ambiente.
A secretária considera que São Paulo, responsável por 60% da produção de cana-de-açúcar do País, tem condições de ampliar muito mais sua área de cultivo da cana, o que vem sendo feito, nos últimos anos, através do manejo e otimização de pastagens para a pecuária, o aproveitamento de terras degradadas, o arrendamento de terras pelos produtores, a modernização do plantio e colheita e outras medidas visando ao aumento da produtividade.
A produtividade paulista, em média de 70 toneladas por hectare, chega com alguns produtores a quase 90 toneladas, mas, apesar disso, as previsões para este ano indicam uma queda de 11% na safra, que chegará a 533 milhões de toneladas, por causa da estiagem.
Sobre o risco de o Estado estimular um sistema de monocultura, em detrimento da produção de outros alimentos básicos, das condições de trabalho nos canaviais, da diversidade econômica das cidades e das condições do meio-ambiente, Mônica Bergamaschi, acredita que há uma conscientização maior hoje, a par do desenvolvimento tecnológico, para se evitar erros do passado, mas admitiu que,no mundo atual, a polêmica envolvendo produção de alimentos e sustentabilidade é inevitável, exigindo esforços para superação dos desafios.
Durante conferência aos alunos na UNESP, escola que mantém convênios de pesquisa com centenas de universidades do mundo inteiro e que hoje se situa em quinto lugar em excelência, entre todas as universidades da América Latina, Mônica salientou a sustentabilidade da produção agroindustrial brasileira e a melhoria na produtividade decorrente dos avanços tecnológicos, ressaltando o papel do Brasil na produção mundial de alimentos.
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