Estudo da Brand Finance Football aponta cinco clubes da Inglaterra, dois da Espanha, um da Alemanha e um da Itália entre as marcas futebolísticas mais valorizadas do mundo, acima dos 100 milhões de dólares, e situa apenas quatro clubes brasileiros (Corintíans, São Paulo, Internacional e Flamengo) um bem abaixo dos 100 milhões e três na faixa dos 50 a 30 milhões de dólares – posições realmente ridículas.
Não sei quais são os critérios que a empresa adotou parta realizar essa pesquisa, além do patrimônio financeiro e da organização dos clubes, mas eles não me parecem tão relevantes quanto a realidade do futebol mundial, onde o Brasil é o país que detém o título de pentacampeão do mundo, bem à frente dos ingleses, espanhóis e alemães, e único país a participar de todas as copas mundiais.
Capitalismo retardado, dependência econômica, colonialismo cultural, seja qual for a expressão para se designar o fosso entre países desenvolvidos e países emergentes, no futebol, pelo visto, não se aplica aquele “mito de Eldorado” do mercado mundial de pedras preciosas, segundo o qual o ouro, a prata, o diamante bruto e demais metais e pedras “selvagens” encontrados em sua forma natural nos trópicos têm valor intrinsecamente maior do que os descobertos nos países frios.
O “eurocentrismo” e o imaginário europeu da Idade Média, aliados às expedições expansionistas e à descoberta do Novo Mundo, a partir do século XV, contribuíram para o fascínio pela aventura e conquista de regiões desconhecidas e temerárias nas Américas, habitadas por indígenas e pontuadas por cidades douradas.
Ainda hoje, os metais e pedras preciosas extraídos nas selvas amazônicas, africanas ou asiáticas continuam tendo o seu valor diferencial no mercado, mormente quando cotejados com os seus similares sintetizados em laboratório. Evidentemente, o “ouro negro”, o petróleo, foge à regra, não importando o subsolo de sua origem, mas apenas as suas qualidades e abundância.
Mas, o futebol, esporte de maior audiência mundial, na era da comunicação global, envolve um império financeiro em torno de sua organização e prática. A FIFA que o diga... E o futebol brasileiro, de modo especial, que tem analogia com o diamante bruto e selvagem” lapidado pelas grandes empresas de comunicação e de artigos esportivos, carrega consigo a sina da desorganização,típica de economias emergentes, em plena preparação da Copa do Mundo.
Com os clubes brasileiros tão desvalorizados, mesmo sendo o país o único pentacampeão do mundo, o Brasil, de custos elevados e desenvolvimento quasimodo, vai sendo mais uma vez solapado em suas riquezas naturais,entre as quais a sua vocação futebolística.
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