segunda-feira, 30 de julho de 2012

Putin, mais um inimigo da internet


O presidente Putin, da Rússia, alimenta a idéia de censura na internet, ao promulgar lei que obriga o registro federal dos principais sites com “informações perigosas”.

Aprovada pelo Parlamento russo, a referida lei, em si, seria justificável por combater a atividade pedófila, o estimulo ao consumo de drogas e conselhos de suicídios, mas, qualquer tentativa de censura pode se desdobrar em repressão à liberdade de expressão, ainda mais quando se considera a pouca tradição democrática da sociedade em que se aplica.

Além da censura em países árabes, na China, no México, Cuba e alguns países latino-americanos, até os Estados Unidos cedem à tentação de censurar, como o recente caso do governo dos Estados Unidos, que, por influência do FBI, tirou do ar o megaploud, um dos maiores sites de compartilhamento de arquivos da internet.

Em recente relatório, a Anistia Internacional denunciou a violência praticada contra jornalistas e blogueiros em vários países, inclusive no Brasil, acentuando que a censura na internet enfraquece as democracias.

Essa tendência mundial de controle da internet pelos inimigos da sociedade aberta reflete a própria fragilidade do regime democrático no mundo inteiro. O virtual e o real são mutuamente interdependentes: Se um sofre restrições, as consequências incidem sobre o outro, e vice-versa.

Teóricos da comunicação observam que a imprensa profissional continua exercendo sua função informativa com critérios rígidos, sem os quais os internautas não teriam fontes de alimentação de suas atividades. Concordo, em parte, mas os blogueiros e as redes sociais também contribuem para o conteúdo dos jornais, revistas e emissoras de rádio e televisão, chegando, em muitos casos, a pautar  o trabalho desses órgãos.

No todo, os meios de comunicação impressos e eletrônicos, tradicionais ou virtuais, viabilizam a circulação de idéias e a liberdade de expressão, criando a massa crítica para a governabilidade e legitimação da representação política. Qualquer restrição aos mesmos redunda no enfraquecimento da democracia.


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