O presidente Putin, da Rússia, alimenta a idéia de censura
na internet, ao promulgar lei que obriga o registro federal dos principais
sites com “informações perigosas”.
Aprovada pelo Parlamento russo, a referida lei, em si, seria
justificável por combater a atividade pedófila, o estimulo ao consumo de drogas
e conselhos de suicídios, mas, qualquer tentativa de censura pode se desdobrar
em repressão à liberdade de expressão, ainda mais quando se considera a pouca
tradição democrática da sociedade em que se aplica.
Além da censura em países árabes, na China, no México, Cuba
e alguns países latino-americanos, até os Estados Unidos cedem à tentação de
censurar, como o recente caso do governo dos Estados Unidos, que, por influência
do FBI, tirou do ar o megaploud, um dos maiores sites de compartilhamento de
arquivos da internet.
Em recente relatório, a Anistia Internacional denunciou a violência
praticada contra jornalistas e blogueiros em vários países, inclusive no
Brasil, acentuando que a censura na internet enfraquece as democracias.
Essa tendência mundial de controle da internet pelos inimigos
da sociedade aberta reflete a própria fragilidade do regime democrático no
mundo inteiro. O virtual e o real são mutuamente interdependentes: Se um sofre
restrições, as consequências incidem sobre o outro, e vice-versa.
Teóricos da comunicação observam que a imprensa profissional
continua exercendo sua função informativa com critérios rígidos, sem os quais
os internautas não teriam fontes de alimentação de suas atividades. Concordo,
em parte, mas os blogueiros e as redes sociais também contribuem para o
conteúdo dos jornais, revistas e emissoras de rádio e televisão, chegando, em
muitos casos, a pautar o trabalho desses
órgãos.
No todo, os meios de comunicação impressos e eletrônicos,
tradicionais ou virtuais, viabilizam a circulação de idéias e a liberdade de
expressão, criando a massa crítica para a governabilidade e legitimação da
representação política. Qualquer restrição aos mesmos redunda no enfraquecimento
da democracia.
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