Com o início, nesta terça-feira, dia 21 de agosto, da transmissão
da propaganda eleitoral gratuita pelas emissoras de rádio e televisão, os
candidatos às eleições municipais de outubro ganharão maior visibilidade e
mostrarão o potencial verdadeiro dos partidos, não somente para esse pleito,
mas para as eleições presidenciais de 2014.
Dentre os 135,8 milhões de eleitores brasileiros, os mais de
200 mil eleitores residentes no exterior poderão acompanhar pela internet e
suas redes sociais os programas, ou gravações dos mesmos em vídeos, o que mostra
o poder da comunicação global em relação aos processos políticos em todos os
países, onde é garantida a liberdade de expressão.
No Brasil, a justiça eleitoral baixou normas regulamentadoras
da participação de 448.495 candidatos a 57 mil vagas de vereador, 15.443 candidatos
a 5.563 prefeituras, 15.701 candidatos a vice-prefeito (registros do Tribunal
Superior Eleitoral, com base nos pedidos efetuados pelos partidos), e dos mais
de 80 milhões de internautas estimados, assegurando a liberdade de expressão e
procurando coibir abusos de ambas as partes.
Creio que a fiscalização, embora complexe, não será difícil,
inclusive na utilização das urnas eletrônicas e na fiscalização na apuração dos
votos, porque não há nada na legislação que esteja fora do alcance dos
programas de monitoramento da internet montados sob orientação do Tribunal
Superior Eleitoral.
Bizarrices à parte na propaganda eleitoral, ela é, sem
dúvida, o mais completo e fascinante retrato sem retoques da sociedade
brasileira, produto da cultura política de um país detentor de imensos recursos
naturais e cheio de contrastes políticos, econômicos e sociais, aparados pela
unidade linguística quase que miraculosa, diante da miscigenação, das idiossincrasias
regionais e da influência (positiva ou negativa) cultural exercida sobre o
Brasil por potências capitalistas, empresas transnacionais e centros
internacionais de poder: Influência ampliada pela globalização.
Uma questão que se coloca? Em quais aspectos os resultados das
eleições municipais servirão de referência para as eleições presidenciais de
2014?
Penso que, basicamente, em dois aspectos, embora outros
pudessem ser identificados (por exemplos,o agravamento da crise financeira internacional provocando
desdobramentos indesejáveis no âmago da população para os atuais detentores do
poder, com eventual emergência de uma
força de oposição capaz de alterar as condições de governabilidade ou até as opções
de alternância do poder).
O primeiro diz respeito ao poder em si. Evidente que os
partidos que mais conquistarem prefeituras e cadeiras, solidificando e
ampliando suas bases, terão maior potencial eleitoral para disputar vagas para
a Câmara dos Deputados, o Senado Federal e a presidência da república em 2014, perfilando-se
para a sua permanência no poder nas próximas décadas.
O segundo aspecto desta eleição municipal diz respeito a uma
provável renovação dos quadros políticos brasileiros, com a revelação de novos
talentos e novas lideranças nacionais e regionais, ainda que já se mencionem,
em recentes pesquisas, os altos índices de aceitação de Lula (69,8%) e Dilma (59%)
junto à opinião pública, muito à frente de lideranças como Eduardo Campos, atual
governador de Pernambuco, e Aécio Neves, senador de Minas Gerais.
De concreto, nessas pesquisas, pode ser considerada a
tendência irreversível de crescimento do Partido Socialista Brasileiro - PSB-,
de Eduardo Campos, talvez como opção confiável para a alternância de poder, ao
lado do PT, PSDB e PMDB.
Mas, o imponderável em política não pode ser desprezado,
principalmente diante da velocidade crescente com que as transformações no país
e no mundo vêm ocorrendo. As mudanças previstas pelo calendário maia até 21 de
dezembro de 2012 são interpretadas com exagero, a ponto de se falar em fim do mundo...
Mas, é certo também que, até 2014, muita água passará sob a ponte...
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