quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

PMDB assume comando total do Congresso Nacional


O ritual de mudança do comando do Congresso Nacional começa amanhã, quando o Senado Federal elegerá o senador Renan Calheiros,57 anos, do Estado de Alagoas, para a presidência, em substituição ao senador e ex-presidente da República José Sarney, do Estado do Maranhão, ambos pertencentes ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro–PMDB-, agremiação majoritária na Casa.
Renan Calheiros, ex-deputado federal e ex-ministro da Justiça do Governo de Fernando Henrique Cardoso, político experiente e considerado pelos seus pares como “excelente enxadrista”, conta com o apoio da coalizão que governa o Brasil, liderada pelo Partido dos Trabalhadores – PT-, da presidente Dilma Rousseff, e que tem como espinha dorsal o PMDB, do vice-presidente Michel Temer.
Outro político do Nordeste  brasileiro e do PMDB, o deputado Henrique Eduardo Alves, do Estado do Rio Grande do Norte, apoiado pela coalizão, é o virtual favorito na eleição à Presidência da Câmara dos Deputados, a ser realizada na segunda-feira.
Henrique Alves, 64 anos, nascido no rio de Janeiro,  um dos mais antigos deputados, no exercício de sucessivos  11 mandatos, pertence ao tradicional clã político do ex-governador e ex-ministro Aluízio Alves e consolidará a estratégia oficial de garantia da base de apoio ao governo no Congresso Nacional, no momento em que o PT sofre desgastes decorrentes do processo do “Mensalão” e da condenação de importantes figuras do partido envolvidos na compra de votos parlamentares durante o Governo do Presidente Lula.
Controlando as duas Casas, o PMDB assumirá a posição de fiador dos principais projetos do Governo Dilma Rousseff e da sua caminhada para a reeleição em 2014, mantendo na chapa seu atual vice Michel Temer.
Garantia de governabilidade, num momento de turbulências políticas, e de preservação da estabilidade democrática, o Congresso Nacional terá como primeira tarefa a aprovação do Orçamento para este ano, cuja votação será iniciada já no dia cinco próximo, e como um desafio a busca de entendimento com o Supremo Tribunal Federal – STF- em torno do controle da constitucionalidade.
 O STF quer a perda imediata dos mandatos dos parlamentares condenados pelo “Mensalão”, enquanto a Câmara dos Deputados entende que só ela tem a prerrogativa constitucional de, mediante votação secreta e por maioria de dois terços dos seus membros, determinar a cassação.
A menos que haja alguma rebelião ( probabilidade quase nula)  na base parlamentar de apoio ao Governo, os favoritismos de Renan Calheiros e de Henrique Alves tendem a garantir ao PMDB o comando do Congresso Nacional e confirmar a capacidade de adaptação das elites oligarcas brasileiras às transformações políticas, sociais e ideológicas experimentadas pelo Brasil nas últimas décadas, sob o vendaval da globalização e do avanço da tecnologia virtual.

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