Gélio Fregapani (Membro da Academia Brasileira de Defesa)
A questão
indígena inserida no balanço do poder nacional
A
possibilidade de declaração de independência de “nações indígenas” tem sido
denunciada por várias autoridades militares e civis. A Fundação Nacional do
Índio-Funai- foi duramente criticada recentemente até por ministros do governo.
Sabemos que há um bando de vigaristas na Funai e no Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária –Incra -, mas suspeitamos que haja outros motivos
além do financeiro apesar de lá existir um verdadeiro balcão de negócios de
terras .
O País
começa a reagir, muitos deputados (214) já assinaram um requerimento para a Comissão
Parlamentar de Inquérito-CPI- que deverá investigar a atuação da Funai
- e do Incra-, os dois órgãos responsáveis pelas demarcações de
terras indígenas e quilombolas, que tem, sistematicamente criado conflitos em
suas áreas, a ponto de merecerem, juntamente com o Ibama, o apelido de
dentes do garfo do diabo.
A reação
contra os desmandos da Funai já começou, mas o problema é mais profundo:
há um plano arquitetado pelo “Estabelecimento financeiro mundial"
para enfraquecer os países emergentes, sufocando-os de todas as maneiras,
financeira, econômica e moralmente, e se possível dividir o território, dos
mais extensos, em retalhos, como o fizeram na África na época da
descolonização.
A Índia e
a Rússia também sofrem pressões separatistas estimuladas do exterior, mas
detentoras de apreciável poder militar estão, no momento, fora do alcance. Com
a China, a segunda economia do mundo, então nem pensar, mas nós, possuidores de
abundantes recursos naturais, da água ao titânio, passando agora pelo petróleo
oferecemos um “prêmio extra”.
O nosso
País é o mais vulnerável, quer pela nossa debilidade militar, quer pela
ausência de uma cultura arraigada como na China e na Índia. Em consequência
fica fácil nos dominarem usando os métodos da Guerra de 4ª Geração. Proíbem-nos
o acesso à moderna tecnologia bélica no tocante a engenhos nucleares, e na área
espacial.
Fabricação
de mísseis, nem pensar. Sabotam-nos. A explosão do terceiro VLS brasileiro, com
a perda de vinte e um cientistas foi emblemática. Até a proibição da
comercialização de armas de defesa pessoal tentam impor à nossa população. Pior
ainda é a fabricação de munição, provavelmente já na mão de estrangeiros, desta
forma, fica mais fácil intimidar e até agredir, direta ou indiretamente.
O uso da
força, se necessário, será “justificado” para apoiar a independência de áreas
indígenas, para defender os direitos dos grupos minoritários ou mesmo o meio
ambiente. Pretextos não faltarão, e não parece difícil, pois mesmo que possamos
dispor do armamento adequado, é impossível defender um País com a população acovardada
até ante os bandidos comuns.Claro,
ainda podemos virar essa situação.
Considerações
sobre análises de Inteligência
Em uma
análise de Inteligência se procura avaliar o que existe por trás dos fatos e
vislumbrar o que pode haver adiante. Para isto, se formulam hipóteses, onde
avultam as deduções das reais intenções, ou seja, aonde os analisados querem
chegar. Depois, ao contrário de uma análise policial, que tenta provar a
exatidão da hipótese estudada, na análise de Inteligência, se procura verificar
se ela pode estar errada. Enquanto não se consegue verificar o erro, a hipótese
continua em validade. Este preâmbulo é apenas para explicar a hipótese abaixo.
Uma
hipótese sobre as intenções políticas do grupo Lula
Descontentes
com a perda de poder e com a (ainda pequena) independência da Presidente atual,
uma importante facção do PT planeja o retorno de Lula à Presidência.
Verificando que a Dilma está com mais prestígio popular do que o Lula,
pode ter decidido não bater de frente, mas fingir apoiá-la até que em setembro
ela não mais possa trocar de partido. Então em convenção, o PT escolhe Lula
como seu candidato.
Além do
PT sindicalista (que nunca suportou a Dilma), teriam a mesma idéia os ministros
da base aliada, colocados e mantidos pelo Lula, a quem naturalmente são gratos
por seus cargos e insatisfeitos com as (ainda pequenas) cobranças de
austeridade e eficiência por parte da Dilma.
Certamente
o futuro com Lula lhes seria bem mais risonho. Vale lembrar a atuação de amigos
pessoais do Lula em cargos de importância como no Gabinete da Presidência e no
Ministério da Justiça, ambos entrando em divergência com a mandatária, um no
caso da “Rose”, outro pela questão indígena. As novas, nomeadas com
independência – Gleisi Hofmann e Graça Foster já mostraram a que vieram,
contrariando o esquema anterior, corrupto e indianista. Esta hipótese, até
agora, não foi invalidada!
Neste
contexto, como pode se inserir a Comissão da Verdade? Para um analista
desavisado ela parece procurar por vingança, mesmo arriscando provocar uma
rebelião militar. Para quem procurar avaliar o que existe por trás dos fatos
seria lícito imaginar a possibilidade de uma manobra para afastar as Forças
Armadas da Presidente. Afinal, apoio popular é muito importante, da mesma forma
que ter maioria no Congresso. Muito importante em tempos normais. Em tempos
anormais só as Forças Armadas podem garantir um Governo. Todos sabem disto.
O perigo
da desunião
Diversos
países se autodestruíram por rivalidades internas, que facilitaram a
intervenção externa e até ataques e conquistas. Poderíamos citar a Iugoslávia,
mas o mais emblemático teria sido Bizâncio. O mais recente certamente a Síria.
Nós estamos nesse caminho.
Os
comunistas e seus simpatizantes cada vez mais põem as unhas de fora, provocando
uma justa reação que se avoluma dia a dia. Entre seus opositores há gente nossa que só vê o maniqueísmo comunismo x
anticomunismo e confundem nosso nacionalismo com tendências esquerdistas.
O
Governo, desde o Collor até o Lula vem provocando a divisão étnica, e a intranquilidade
no campo, uma herança maldita que a atual governante só agora inicia,
timidamente, a controlar. A justa reação mobiliza os proprietários rurais
contra as invasões; os militares contra o revanchismo, e a errônea ação
governamental tem estimulado as invasões e em consequência os conflitos.
Felizmente, há esperança de mudança.
Uma casa
dividida não se sustenta em pé. Muito menos uma nação. O ministro da Justiça,
homem do Lula, contrariando a atual orientação presidencial nada fez até
hoje para impedir os problemas de demarcação e os conflitos de
terras. Entretanto, agora ele criticou a Funai. Em entrevista, anunciou que
a Pasta terá mais poder sobre as demarcações de terras no País. Haverá
esperança de mudança?
O reabrir das feridas de 50 anos que deveriam estar
cicatrizadas leva a maus resultados. O momento é de União. O passado foi-se. O
nosso Pais depende da nossa coesão. Chega de ódio e sentimento de vingança! Se
houve excessos foram de ambos os lados e, em nome do futuro, devemos lutar
ombro a ombro contra as formidáveis ameaças existentes ao nosso Progresso.
Que Deus guarde a todos nós!
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