Não sei aonde as revoltas contra Ahmadinejad,
depois as “primaveras árabes”, e agora o Brasil, vão conduzir. Mas uma coisa é
certa. A democracia “off-line” está ruindo e as instituições precisam
aperfeiçoar o que estou chamando de “Democracia em Tempo Real”.
O Brasil tem mais linhas celulares que habitantes. Segundo o Ibope Media, em dezembro de 2012, éramos 95 milhões de Internautas, quase metade da população. Não vou ser um romântico ao supor que um sertanejo de Riachão (MA) esteja conectado, mas estamos caminhando rapidamente para que isso aconteça em alguns anos.
E quem está pensando nas instituições nessa situação? Quem está discutindo instituições na Democracia em Tempo Real?
Por um lado, a tecnologia permite o sonho dourado
da demoscopia: Obter em tempo real uma amostra significativa e qualificada do universo
amostral, rastreando tendências e mapeando o pensamento da população. Para quê
a burocracia das cabines eleitorais, se as pessoas se manifestam
plebiscitariamente nos Facebook e outras redes sociais.
Por outro lado, a enxurrada de dados não nos dá
tempo para extrair informação útil. A grande parte das opiniões desse mundo em
tempo real são frágeis, rasas e pueris. Pessoas que escrevem “isso aê manu, tô
c/ vc tb” falam mal do Feliciano sem nem saber o que ele propõe.
Posicionam-se contra a Proposta de Emenda Constitucional 37 por perceberem que os que querem controlar o Ministério Público têm ligações com a turma do “Mensalão”, mas são incapazes de citar o nome do autor da PEC.
Posicionam-se contra a Proposta de Emenda Constitucional 37 por perceberem que os que querem controlar o Ministério Público têm ligações com a turma do “Mensalão”, mas são incapazes de citar o nome do autor da PEC.
Sugiro que o recurso de tempo real (Teleinformática) seja seriamente pensado como futuro substituto das eleições formais (com cabines eleitorais). Que o processo plebiscitário seja uma rotina, na qual dezenas de propostas serão votadas diariamente por eleitores devidamente qualificados e registrados.
Que as grandes emendas sejam debatidas em todas as mídias, em
especial a eletrônica. O legislativo será futuramente um órgão
sistematizador e foro de debates, mas o poder de aprovação será exercido de
forma direta pelos cidadãos online.
Naturalmente, esse processo será conduzido por
etapas. Será necessário um cadastramento dos eleitores através de um recurso
eletrônico de segurança (“Tokens eleitorais” como os dos bancos?).
Será necessário assegurar que todo e qualquer brasileiro tenha um acesso à Internet a menos de x quilômetros de sua casa.
Será necessário assegurar que todo e qualquer brasileiro tenha um acesso à Internet a menos de x quilômetros de sua casa.
Será necessário que, antes de votar, todo eleitor tome ciência prévia dos elementos fundamentais da matéria em questão (como hoje o internauta clica em “aceito e concordo” quando contrata um serviço ou acessa um site restrito).
Será necessário classificar temas de votação
acessíveis ao voto eletrônico (consultivos), e temas que precisarão de um
debate de X meses, antes de submetido ao voto (reforma eleitoral, por exemplo).
O momento dessas manifestações é ideal para se pensar o Brasil como estadistas, e não como
políticos, que estão pensando em sua própria sobrevivência.
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