Aproveito a quase unânime
aprovação, pelo Senado Federal (e pela imprensa brasileira), do nome do jurista
Luís Roberto Barroso para o Supremo Tribunal Federal –STF – para observar como
a figura de um jurista, dentro da doutrina do “Direito como fato social”, se
sujeita a formidáveis adaptações.
Não sinto e não vejo em Joaquim
Barbosa, ministro e atual presidente do STF, algum interesse em disputar
qualquer cargo eletivo. Pelo que diz e pensa, publicamente, demonstra até certa
abulia para a política. Mas... Ninguém pode negar a assombrosa notoriedade
adquirida por esse jurista, no Brasil e no exterior.
Num país, onde a escravidão negra
atingiu uma das escalas mais vergonhosas, na história moderna, desponta um
negro, de origem humilde, de Paracatu, cidade do Estado de Minas Gerais, que
revela invulgares talentos e formação para as lides jurídicas.
Joaquim é o terceiro negro nomeado
para integrar o STFl( antecederam-no Hermenegildo de Barros(1919-1937) e Pedro
Lessa(1907-1921), também contribuindo,
talvez, para resgatar do
esquecimento a que foi relegado o sergipano Tobias Barreto(1839-1889), também
negro e um dos maiores juristas e i intelectuais brasileiros de todos os tempos.
É expressiva a popularidade de Joaquim
Barbosa, junto à classe média e na Internet, embora os institutos de pesquisas,
assim como a mídia em geral no Brasil, dominados pelos brancos (como já foi
dito pelo próprio ministro) evitem divulgar dados a respeito.
Obviamente, essa notoriedade veio
da sua nomeação para o STF e sua participação como relator no processo do
“Mensalão”, a compra de votos parlamentares durante o Governo Lula, cujos
condenados são parlamentares famosos, dentre os quais os petistas José Dirceu,
que foi ministro, o ex-presidente da Câmara dos Deputados, deputado João Cunha, e o deputado José Genoino.
Relativamente novo, com 58 anos
de idade, Joaquim Barbosa só não seguirá a carreira política, se não tiver
mesmo interesse, porque votos (e muitos) não lhe faltarão para nenhum cargo
eletivo, inclusive o de Presidente da República.
Vi uma foto recente do ministro
numa revista, durante um show do cantor Djavan, no Rio de Janeiro, em que
Joaquim Barbosa, de roupa esporte, está abraçado com um grupo de tietes do
cantor – Martinália, Glória Maria e o próprio Djavan. Foto que, creio, tão cedo
se repetirá com um Presidente do STF, pois, normalmente, os juízes são avessos
a aparições públicas dessa natureza.
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