A Presidente Dilma Rousseff
ameaça cancelar sua viagem aos Estados Unidos, marcada para outubro, se o
Governo de Barak Obama não formular um pedido de desculpas pela prática de
espionagem no Brasil.
Dilma suspendeu a ida do grupo
precursor da viagem a Washington e conseguiu a instalação, no Senado Federal,
de uma Comissão Parlamentar de Inquérito –CPI- sobre as atividades de espionagem
da Agência Nacional de Segurança - NSA, que teria monitorado e-mails, mensagens
telefônicas e papéis de Dilma e seus assessores.
Washington estaria com a ideia de
apoiar o ingresso do Brasil no Conselho de Segurança da Organização das Nações
Unidas, para aplacar a irritação do Governo brasileiro, segundo notícias
procedentes daquela capital.
É possível que a moeda de troca
entre Dilma e Obama seja o apoio às pretensões do Brasil em relação àquele
conselho, mas, a espionagem sempre foi praticada entre os países e não há
nenhuma novidade na constatação de que o Governo brasileiro foi grampeado pela
NSA.
O que importa, nesse “affaire”, é
a pergunta: “Quais informações foram obtidas pela NSA, a ponto de causarem incomum
irritação ao Governo brasileiro?” Para valerem tamanha reação do Palácio do
Planalto, teriam que ser informações estrategíssimas, comprometedoras de altas
figuras e de planos e negócios que extrapolam esse período de governo.
Como a informação conquistada e
consolidada não tem reversibilidade de uso, ou seja, não aceita ser devolvida,
mas, sim, compartilhada, o que resta com potencial de dano é a informação capaz
de gerar desgaste do governo perante a opinião pública, ainda mais em ano eleitoral.
Li as manifestações do ex-ministro e ex-governador
de São Paulo, José Serra, do Partido da
Social Democracia Brasileira –PSDB-, de solidariedade à Presidente Dilma
Rousseff, nesse caso da espionagem praticada pelos Estados Unidos. Serra foi
adversário de Dilma na última campanha presidencial e caiu no ostracismo, após
sua derrota.
Agora, retorna ao noticiário pretendido pelo
Partido Popular Socialista –PPS- para disputar as eleições presidenciais de
2014, e cortejado pela ala do candidatável e rival senador mineiro Aécio Neves,
presidente do partido, para permanecer no PSDB.
Não consigo deixar de associar
todo esse noticiário com o próximo leilão do pré-sal, marcado pelo Governo para
21 de outubro. Serra, que sempre defendeu a privatização do setor petrolífero,
até mesmo por suas ligações com a empresa de petróleo Chevron, tinha como uma
das suas principais plataformas eleitorais alterar o marco exploratório do
pré-sal em favor das empresas dos
Estados Unidos. Esta é uma boa hora para mostrar serviço....
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