quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Judiciário ausente no resgate de Jango e suspense na autópsia

 
 
Esta homenagem ao ex-presidente João Goulart, falecido em 1976, durante exílio na Argentina, mais parece a senha de algum movimento político em articulação do que propriamente a simbólica reescrita da história, mesmo porque essa segue seu curso irreversível, com seus fatos e suas consequências.
Jango- o apelido de João Goulart - era vice de Jânio Quadros, e assumiu, aos 43 anos de idade,após a renúncia do titular. Governou de 1961 a 1964 e foi deposto pelos militares, depois de terem declarado a vacância da presidência e o presidente da Câmara, Ranieri Mazilli, ter assumido interinamente. Sob seu governo, Jango viu implantado o Parlamentarismo, de 1961 a 1962, mas conseguiu o restabelecimento do presidencialismo pelo plebiscito de 1963.
Empenhado em promover reformas de base, entre as quais a reforma agrária e a nacionalização das refinarias de petróleo, Jango foi visto como esquerdista ,a serviço do movimento comunista na construção de uma república sindicalista no Brasil. Conseguiu contra si a união das forças conservadoras na "Marcha da Família  com Deus pela Liberdade", que reuniu cerca de 500 mil pessoas em São Paulo exigindo a saída de Jango.
O Congresso Nacional anulou a sessão de 2 de abril de 1964, quando foi declarada vaga a Presidência da República, então ocupada por Jango. Os autores alegam que a vacância  não poderia ter sido declarada porque Jango se encontrava em solo brasileiro, e não no exterior.Os senadores Randolfe Rodrigues e Pedro Simon são os autores do projeto de resolução  que anulou a histórica sessão.
O Congresso Nacional devolveu agora, simbolicamente, o mandato do ex-presidente ao seu filho João Vicente Goulart, em cerimônia a que estiveram presentes a Presidente Dilma Rousseff e os presidentes da Câmara dos Deputados, deputado Henrique Alves, e do Senado Federal, senador Renan Calheiros.
Fizeram autópsia do cadáver de Jango em Brasília, para apurar suspeitas de envenenamento do ex-presidente pelas forças de repressão militares no Cone Sul e ,após receber as honras militares, o corpo de Jango voltou para São Borja, no Rio Grande do Sul,onde permanecerá sepultado.

Dois detalhes chamam minha atenção nesse ritual de resgate do ex-Presidente João Goulart, com endosso dos ex-presidentes ainda vivos (Sarney, Collor, Fernando Henrique e Lula): A ausência do presidente do Supremo Tribunal Federal( ou seja, do  chefe do Poder Judiciário), ministro Joaquim Barbosa, nas cerimônias, e o suspense na autópsia nos restos mortais de Jango.Quando e como será divulgado o resultado? 
 

 

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