quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

"Rolezinhos" podem ser a oposição emergente


Os “rolezinhos”, encontros de entretenimento marcados por grupos de internautas jovens em determinados shoppings, começam a preocupar a Presidente Dilma Roussseff,     que teme que essa nova mania no Brasil se transforme em manifestações de protestos políticos de grande intensidade nas ruas, como aconteceu em junho do ano passado.

Dilma se reuniu com seu ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e com sua ministra da Cultura, Marta Suplicy, e pediu que monitorem esses movimentos, pois teme que os “black-blocs”, agitadores de ruas, e até o crime organizado se infiltrem nos "rolezinhos" e provoquem perturbação da segurança pública.

O papel dos “black-blocs” até agora é suspeito, pois sua ação , caracterizada por atos de vandalismo, serve aos interesses do governo , ao desacreditar os legítimos e democráticos  protestos de ruas contra a corrupção e outros problemas políticos. Por esse prisma, o Brasil pode estar se preparando para um embate entre os “rolezinhos”,como oposição emergente, e os “black-blocs” como grupo paragovernamental de controle das massas.

Os “rolezinhos” são convocações feitas, pelas redes sociais, por jovens da periferia de São Paulo, para atrair adeptos a reuniões programadas para os shoppings centers com objetivo inicial meramente de diversão e namoro, mas essa onda começa a chegar a outras capitais com objetivos também de passeio/protesto. Há um calendário definido para "rolezinhos" em quase todo o |País.

A polícia e as seguranças dos shoppings têm ordens para reprimir esses movimentos aparentemente inocentes, mas, segundo o governo, com potencial de violência, pois há casos de “arrastões” nas lojas feitas por bandidos infiltrados.

A politização dos “rolezinhos” parece inevitável e o governo tem razões para temer a distorção do movimento. Jovens de Brasília organizaram um “rolezinho” para o próximo dia 25, no Shopping Iguatemi, no Lago Norte, com todas as características desagradáveis para um governo que não quer saber de oposição e debate e que só pensa na reeleição da Presidente Dilma em outubro.

Pelo facebook, mais de 1 200 internautas já confirmaram sua presença, e a causa para a reunião é “protestar contra a privatização dos espaços públicos, o subfinanciamento governamental das políticas sociais e a criminalização da pobreza”.

O movimento em Brasília tem ainda por objetivo “conhecer uma rapaziada esperta e umas gurias mil graus que queiram protestar contra toda forma de opressão e discriminação. Uma agenda explicitamente política, o que menos interessa atualmente ao Governo Dilma. Um dos líderes desse “rolezinho” é o estudante de Ciências Sociais da Universidade de Brasília, Franklin Rabelo de Melo.

Nesses “rolezinhos”, pode estar surgindo a verdadeira oposição da classe média brasileira ao atual modelo político imposto pelos neoliberais, com imensos sacrifícios ao País. E o combustível vem, mais uma vez, das redes sociais, que têm causado tormento aos inimigos da sociedade aberta.

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