Gélio Fregapani(Membro da Academia Brasileira de Defesa)
O
tabuleiro do “Grande Jogo”
Quando
o Muro de Berlim foi demolido, estrategistas aventaram o fim dos Estados
nacionais soberanos que levaria a um "governo mundial". Em
consequência da não-proliferação nuclear (pretexto para um "apartheid
tecnológico") ,do uso dos direitos humanos, para justificar intervenções e
do ambientalismo para obstaculizar a industrialização dos “periféricos,da
desnacionalização das empresas e da
destruição das tradições familiares, para que os povos nunca mais se levantassem,
além de outras medidas visando a liberalização financeira e comercial do
planeta, garantido por um poder militar aparentemente irresistível que se
mobilizou em uma "guerra de recursos" - do Afeganistão à Líbia,
passando pelo Iraque. Entretanto, a quebra do grupo Lehman Brothers demonstrou
a incapacidade dos governos dos EUA e da Europa de controlar as próprias
oligarquias, as mesmas que dirigem o núcleo do sistema financeiro global.
A
aspiração anglo-americana de um Governo Mundial durou pouco. A ascensão da
China deixava dúvidas quanto ao futuro, mas foi a partir da crise na Ucrânia
que a arquitetura geopolítica da "Nova Ordem” foi desafiada. É evidente a
queda de braço entre a Rússia e os EUA/OTAN onde a vitória tende para a Rússia.
Espera-se que nessa queda de braço predomine o bom senso que a Rússia não estenda demais suas legitimas
ambições e que os EUA se conformem coma perda de posição, ou seja, que não
degenere em uma escalada de desafios, mas ninguém pode ter certeza disso.
Auto-Estima
Sem
auto- estima não há orgulho. Sem um pouco de orgulho as pessoas, as famílias e
as nações desmancham, mas isto passa.
Nós,
brasileiros, nunca antes estivemos com tão baixa auto-estima; tudo nosso parece
ruim. A nossa corrupção é a maior do mundo (o que não é verdade), o nosso
sistema de saúde é o pior de todos (o que também não é real) temos a pior
distribuição de renda ( também é mentira) etc.
Sem
auto-estima nada dá certo, nada se realiza,
obviamente que os motivos para a baixa auto-estima são reais – temos
maus governos há mais de duas décadas e a corrupção grassa no varejo e podemos
começar a preparar-nos para fortes decepções .
O
País poderá ser submetido a uma fase mais intensa da guerra irregular - ou
"guerra de quarta geração" - movida, nas últimas décadas, pelo
aparato ambientalista-indigenista e de "direitos humanos”, dirigidos por
órgãos governamentais e fundações anglo-americanas .
Manifestações
aparentemente desconectadas entre si ocorreram no Brasil e na Alemanha, com
poucos dias de intervalo, aliadas a intenso noticiário negativo em todo o
Primeiro Mundo exagerando as nossas mazelas pois, sugerem que há uma intenção
na esteira da onda de descontentamento que se espalha pela nossa sociedade.
"Derrubar o Brasil”, em especial, impedir o desenvolvimento da
infraestrutura. Como já podíamos esperar, a reação com tal aparato intervencionista têm sido
bastante dificultada devido à omissão e à conivência de setores do governo
federal, com setores radicais dos chamados movimentos sociais, cuja manipulação
por certos interesses estratégicos internacionais é visível à luz do dia.
Tudo
indica que se aproximam tempos difíceis, que podem desembocar até na
desagregação do País. O consolo é que sabemos que a auto-estima pode mudar e rapidamente. A História nos mostra que
depois da I Grande Guerra os alemães nem
queriam mais ser alemães e em 1929 a
auto-estima dos EUA estava no chão.
Em 1940 estava no auge, assim como a
auto-estima americana após a vitória na II Guerra. Nós mesmos observamos a
diferença entre a nossa auto-estima de antes do Governo Militar, da época do
Médici e a atual. Podemos até sentir a diferença de antes das manifestações (Quando
uma revista estrangeira nos chamava de a 6º economia do mundo) e o baixo astral
em que estamos, quando a mesma revista afirma que a nossa economia vai para o
brejo.
Nós
ainda nos levantaremos. Só precisamos acreditar em nós mesmos e de confiar
menos no que vem de fora.
Esta
não!
O governador de um Estado localizado
na fronteira foi preso por ter uma pistola em sua casa, registrada, mas com a
licença vencida. Incrível, só os malfeitores podem ter armas, e sem licença.
Proteção, não existe e justiça muito menos. Claro, um governador pode
determinar escolta da PM, mas o cidadão de bem, proibido de ter uma arma, não
tem como se defender. E isto é orientado do exterior, para que os brasileiros
se acostumem a não reagir quando ameaçados.
No
afã de desarmar as pessoas de bem, o Exército, erroneamente, declara que seus
oficiais não tem capacidade técnica para
dar instrução de tiro e assinar um laudo, ou seja não podem ensinar
oficialmente o uso de uma pistola, necessitando para isto uma autorização, como
se fosse civil.Ser um instrutor nato,é um dos requisitos para ser um oficial e
treinar a tropa no uso e manuseio de varias armas. Provavelmente seja o único
país no mundo em que o seu próprio Exército declara a incapacidade de seus
oficiais. Deve ser coisa do Ministro da Defesa, o mesmo que assinou a Convenção
dos Direitos dos Povos Indígenas.
Protocolos superdimensionados, que forçam as
altas patentes a interromperem suas agendas de trabalho para, em Brasília,
reverenciar visitantes das mais modestas origens – como as delegações militares
da Serra Leoa, de Antiguae Barbados –, são parte do legado de punhos de renda
que a Era Amorim deixa ao funcionamento interno do Ministério. Eta ministro
pernicioso!
O Min. Zawascki, ao avocar para o STF o
julgamento da Operação Lava- jato, mandou liberar todos os 12 investigados,
inclusive o doleiro Youssef . Avocar o julgamento para o STF é justificável por
envolver um deputado (o André Vargas), mas
mandar liberar todos os investigados do desvio de 10 bilhões, não é.
Pressionado talvez pela opinião pública o ministro voltou atrás, menos quanto
ao mais importante.
A raposa no galinheiro - Citado pelo
ex-secretário do Tesouro americano como 'confiável e competente', Armínio Fraga
está cotado para comandar o Banco Central americano. Fraga presidiu o Banco
Central brasileiro durante o governo de FHC e atua como conselheiro econômico
do candidato à presidência, Aécio Neves. Perguntaríamos: a serviço de quem?
Existe a guerra comercial SIM,. E o povo
brasileiro deve saber .
- Os EUA sabem que sua riqueza depende de
suas empresas e cuida delas como cuida das suas Forças Armadas, mesmo sem leis
específicas, não permite a venda de empresas estratégicas e conservam as
estatais de infraestrutura. Na França, a venda de certas empresas para
estrangeiros passa a ser proibida. Um novo decreto do governo francês amplia a
medida já existente para o setor de defesa e segurança. O veto do executivo francês agora abrange
também os setores de energia, água, telecomunicações, transporte e saúde.Da
China nem se fala.
- O uso da espionagem para obter segredos
industriais e vantagens comerciais sempre existiu e continua, cada vez mais
eficiente graças às novas tecnologias. Nós não espionamos, não protegemos
nossas indústrias, Assim não teremos nunca condições de competir.
O Governo cuida das nossas empresas como
cuida das nossas Forças Armadas, isto é, faz tudo para prejudicá-las.
- Podemos sentir as digitais desta guerra
na invasão das grandes empresas (Odebrecht, OAS e Andrade Gutierrez e
outras). Na campanha “Copa sem povo”, no
grupo encapuzado que atacou o prédio da embaixada brasileira em Berlim,
justificando como um protesto contra os gastos excessivos da Copa, na atuação
das Fundações apoiadoras e financiadoras do aparato ambientalista-indigenista
em campanha contra os grandes projetos de infraestrutura e a energia nuclear.
Chama a atenção a fúria da guerra contra a Petrobrás, muito além dos desvios e
roubos realmente existentes. “Os militares chamam isto de Guerra de Quarta
Geração”. Assinale-se o vale tudo para estancar a proliferação de concorrentes
na área do enriquecimento do urânio e a evidente sabotagem nos nossos
lançamentos de foguetes em Alcântara. A
partir destes fatos é fácil tirar conclusões.
- Nossos Governos, em maior ou menor grau, tem
se pautado pela predominância do dinheiro, notadamente de estrangeiros, para os
quais, criar bilhões (sem lastro)
depende de um clic nos computadores,
o que os habilita a comprarem o que quiserem, tanto bens de produção, como
patrimônios, como consciências.
- Tudo tem acontecido desde a queda de Vargas
para gaudio das transnacionais e mesmo de estatais estrangeiras, que compram os
nossos meios de produção com dólares sem lastro e garantem os lucros e os
transferem ao exterior. Essa é a origem das brutais dívidas públicas, em cima
das quais as taxas de juros se encarregam de levá-las à estratosfera, com a
composição deles.
Brasil, Desperta!
Plataformas
dos candidatos
Ainda
não começou, oficialmente, a campanha eleitoral, portanto este ensaio se refere
apenas à impressão que os candidatos deixaram até o momento. As opiniões
basearam-se nas plataformas apresentadas, em seus discursos e em programas de
partido. Deve ser considerado como um”flash” instantâneo, que ainda pode
evoluir.
O programa do PT usa o mote “de um
"projeto nacional de desenvolvimento”. As diretrizes pregam maior presença do Estado na economia,
com fortalecimento das empresas estatais e das políticas de crédito do BNDES,
Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal para o setor produtivo.
Dilma ainda não apresentou um claro
programa para um possível próximo governo, mas deu a entender um esforço na
questão da habitação urbana e na expansão do agro negócio e manutenção da
política de valorização do salário mínimo.
Não se pronunciou quanto a questão indígena, nem evidenciou qualquer
planejamento coerente para modificação do atual descalabro na segurança
pública, nem na saúde ou educação. Não há evidências de metas coerentes para a
política fiscal e monetária. Nos últimos tempos tentou contentar, sem sucesso,
o mercado financeiro tendo tornado sua atuação semelhante a era FHC com
prejuízo do País. Ainda não definiu seu vice, o que representará o grupo com
que pretende governar, mas a tendência parece ser para o grupo mais corrupto (e
mais influente)
Num novo governo pode-se esperar a
manutenção de excessiva solidariedade aos governos esquerdistas da América do
Sul e a hostilidade aos EUA. Não foi evidenciado que haveria um forte combate à
corrupção, que é seu principal defeito. Isto dependerá principalmente da
necessidade de aliados e do apoio desses para governabilidade.
É provável que a oligarquia financeira
internacional procure impedir a reeleição e não conseguindo tudo fará para que
seu governo não dê certo. Especula-se que a radicalização insuflada por ela
jogue a reeleita totalmente para os braços dos que a apóiem, ou seja para a
esquerda e isto tende a levar o País a uma guerra civil. A esperança, pequena,
é que, abandonada pelos radicais da esquerda, Dilma se apóie nos nacionalistas
das Forças Armadas, da industria e do agro-negócio.
Os
indicadores, até agora, apontam para a probabilidade de que um segundo governo
Dilma seja ainda pior do que o atual, com possibilidade e guerra civil.
Aécio
Neves
O ideário do PSDB tende para o
neo-liberalismo com fortes ligações com o Primeiro mundo, em situação
subordinada.
Aécio também não apresentou um claro
programa para um possível próximo governo, mas genericamente afirma encarnar a
“mudança de verdade" para o país, e querer valorizar o Legislativo, que
considera estar “de cócoras" em relação ao governo do PT. Em seus discursos foca a comparação entre o
governo do PT com os governos comandados pelo PSDB. Defende uma reconciliação
do país com o passado, com a gestão de FHC na presidência. Também não se
pronunciou quanto a questão indígena ainda que tenda a tratar deste assunto de
forma ainda mais internacional do que o governo atual.
Também não evidenciou
qualquer planejamento coerente para modificação do atual descalabro na
segurança pública, embora nesta última haja expectativa de um saudável
endurecimento na atual permissividade da legislação. Em certa ocasião disse ser
a favor da redução da maioridade penal para 16 anos em casos
"específicos", como na prática de crime hediondo e reincidência.
Num possível governo pode-se esperar o
afastamento não só dos governos esquerdistas da América do Sul como do resto do
Terceiro Mundo, inclusive dos BRICS, uma
aproximação com os EUA e a renuncia a tentativa de política independente.
Quanto a corrupção, há a expectativa que seja combatida no varejo, embora no
atacado se espere a continuação das desnacionalizações do governo FHC a preço
vil.
É provável que os petistas nomeados que
infestam os cargos públicos, antes de entregarem suas funções, façam o possível
para inviabilizar a administração, causando graves prejuízose que os movimentos
radicais, auto intitulados de sociais, agora apoiados pela cúpula dos partidos
derrotados, criem badernas em conjunto havendo possibilidade de guerra civil,
especialmente se contarem com a participação do bloco nacionalista, revoltados
com as desnacionalizações e com a subordinação do País .
Os indicadores, até agora, apontam para
a probabilidade que um governo Aécio tenha poucas ligações com o País e que
tenda a aceitar um desmembramento do mesmo.
Eduardo
Campos / Marina
O programa do PSB prega o
estabelecimento de um regime socialista que pretensamente aboliria os
antagonismos de classe. A socialização realizar-se -ia gradativamente, até a transferência ao domínio social de
todos os bens passíveis de criar riquezas, mantida a propriedade privada nos
limites da possibilidade de sua utilização pessoal, sem prejuízo do interesse
coletivo. Um programa essencialmente comunista, como suas raízes.
Campos
também ainda não apresentou um programa claro de governo, e tudo indica que não
tem programa algum, salvo de uma socialização difusa e seu discursos fala da falta de diálogo
atual, promete reduzir a inflação de 6% para 4% sem dizer que para isto
precisaria reduzir os salários.
Escolhendo
Marina para vice, comprometeu-se com a agenda ambientalista-indigenista que
pretende paralisar o progresso. Seu governo seria de um descalabro total e não
resistiria três meses. Marina
exigirá, em troca de seu apoio, a
perseguição ao agro negócio, às grades empresas, expansão da agenda
indigenista e quilombola, em resumo, exigências que por si só acabariam com o
progresso e com os empregos .
Os indicadores apontam para que não
pense realmente na possibilidade de ser eleito, mas sim de popularizar seu nome
para o futuro e ampliar sua força política, significativa apenas em Pernambuco
.
Jair
Bolsonaro
Seu
partido não tem maior significação para ele. Foi escolhido só porque apresentou
menores exigências de cargos e ele foi aceito porque puxa votos que servem para eleger mais
deputados.
A posição do Bolsonaro é conhecida:
orgulho nacional e desenvolvimento. Sua personalidade algo destemperada, que
tem sido o obstáculo a aceitação dele pelas massas, no momento em que o País
ameaça voltar ao caos de 1963 deixa de ser desvantagem para se tornar a
personalidade necessária para o momento, com o handicap de não estar alinhado
com os EUA como os conspiradores do início da Revolução.
Embora ainda sofrendo restrições pelos violentos ataques da imprensa
comunicante, aos poucos encarna as aspirações dos nacionalistas e dos que se
ressentem da indução à desorganização familiar por setores do atual governo.
Bolsonaro, até agora, foi o único a
apresentar uma plataforma , com as intenções descritas a seguir:
Redução
da maioridade penal;
Política
de planejamento familiar;
Política
de defesa da família (contra o Kit Gay);
Revogação
total do Estatuto do Desarmamento;
Contra
a indústria de demarcação de terras indígenas;
Contra
o exame de Ordem (OAB);
Contra
quaisquer tipos de cotas (estimulam o
ódio);
Pelo
fim da ideologia nas escolas;
Valoração
das Forças Armadas (contra a Comissão da Verdade);
Contra
o Marco Civil da Internet ( regulamentado por decreto)
Contra
as atuais políticas de direitos humanos;
Contra
o auxílio reclusão , e
A
favor do trabalho forçado em presídios.
Os
indicadores apontam para que, tal como Campos, não pense realmente na
possibilidade de ser eleito, mas sim de difundir suas idéias, mais ainda do que popularizar seu nome para o futuro e
ampliar sua força política entretanto, parte das idéias apresentadas, cada vez
mais são desejo explícito de significativa parte do povo brasileiro e pode
repetir o fenômeno Enéas ou mesmo os do Jânio e do Collor.O que é certo é que o
Bolsonaro , na remota possibilidade de ser eleito, realmente tentará realizar o
que se propõe
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