Muita coincidência entre a
desclassificação da Espanha da Copa do Mundo no Brasil e a abdicação do Rei
Juan Carlos, em favor de seu filho Felipe VI, dois eventos ocorridos ontem,
simultaneamente.
O time espanhol não chegou a
participar da Copa, conforme dizem os comentaristas, mas a verdade é que
aparentou um cansaço, um desentrosamento e uma falta de criatividade indignos
de um Campeão do Mundo. O seu toque –de-bola cheio de preciosismo, querendo
fazer o gol sem chutes de fora-da-área, simplesmente foi um convite irrecusável
à Holanda e ao Chile para uma goleada.
Quanto ao Rei Juan Carlos, seu
papel , durante 39 anos de reinado,foi importante após o Franquismo, quando o
ditador Generalíssimo Franco manteve o poder na Espanha a ferro-e-fogo, de 1939
a 1976, etapa encerrada não sem uma tentativa de um golpe-de-estado, em 1981,
liderado pelo coronel Antonio Tejera Molina, que chegou a invadir o
Parlamento e chegar à tribuna com arma
em punho.
Debeladas as ameaças de golpes, foi
assinado o Pacto de Moncloa, e coube ao Rei Juan Carlos consolidar a democracia
parlamentar e apaziguar uma sociedade que viveu uma Guerra Civil , de 1936 a
1936, que resultou em cerca de um milhão de mortos.
O Rei Juan Carlos era sobrinho de
Dom Pedro de Orleans e Bragança, da Família Real do Brasil. Muitas vezes
hospedou Dom Pedro em sua residência, no
Palácio de Zarzuela- um vínculo familiar e dinástico muito importantes para as
relações entre o Brasil e a Espanha.
Em sua despedida do trono, Juan Carlos
mereceria, talvez, um melhor resultado da seleção espanhola na Copa do Mundo,
ao menos uma classificação para as oitavas ou quartas-de-final, mas, em
política, o sol se põe para quem se afasta do poder e nasce para quem assume. O
time espanhol, com o novo Rei Felipe VI, certamente sofrerá uma mudança geral,
a começar pelo técnico Del Bosco, para se adaptar ao novo monarca
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