Uma
crise de responsabilidade por parte das autoridades legalmente constituídas vem
assolando o Brasil, estabelecendo uma espécie de acefalia ética e moral das
instituições públicas e privadas.
O
ex-presidente Lula sempre nega, com êxito, que não tinha conhecimento de um
esquema de corrupção baseado na compra de votos parlamentares para apoio ao seu
governo, o processo denominado “Mensalão”, que levou à condenação do seu
ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e outros parlamentares e empresários.
Lula
não foi ao menos convocado para depor perante o Supremo Tribunal Federal - STF-,
e toda a nação, aparentemente, acredita que Lula não sabia que o ministro José Dirceu
liderava o esquema de compra de votos .
Agora,
a Presidente Dilma Rousseff, que disputa a reeleição em outubro, é isentada
pelo Tribunal de Contas da União – TCU-de culpa pela compra, pela Petrobrás, da
usina de Pasadena, nos Estados Unidos, operação que causou vultoso prejuízo à
estatal brasileira. Mas, como é possível que a Presidente Dilma não soubesse
das negociações feitas pelos seus subordinados? E agora, por causa das
eleições, o TCU a isenta de culpa?
O
candidato do Partido da Social
Democracia Brasileira -PSDB - à Presidência, senador Aécio Neves, com chance
real de vencer Dilma, é acusado (mas
nega) de ter favorecido sua família , quando governador, construindo aeroporto
de 14 milhões de reais em terras desapropriadas de seu tio-avô, no município de Cláudio, no estado de Minas
Gerais. As obras estão lá, para qualquer cidadão conferir.
O
então técnico da seleção brasileira de futebol. Luiz Felipe Scolari,
cinicamente, responsabilizou pelo retumbante fracasso do time brasileiro na
Copa do Mundo os “seis minutos de apagão” na partida contra a seleção da
Alemanha, nas quartas-de-final, quando o Brasil perdeu de 7 a 1. Em nenhum
momento, o “balcão de negócios” que é a seleção foi mencionado pelo técnico e
os dirigentes da Confederação Brasileira de Futebol - CBF.
Declarações
evasivas e cínicas, fuga de responsabilidade por erros cometidos no trato da
coisa pública e linguagem política esquiva têm sido práticas comuns no Brasil
de hoje pelos governantes e pelas autoridades investidas em cargos e
atribuições que dependem da confiança e do voto popular. Um péssimo exemplo às
novas gerações de brasileiros.
Como
é possível a um país que almeja uma cadeira no Conselho de Segurança da
Organização das Nações Unidas cultivar práticas tão deletérias ao bem comum é a
causa da governabilidade? Ninguém sabe, ninguém viu, eis a ética prevalecente no
poder brasileiro atual.
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