Atípica disputa nas eleições para
governador do Distrito Federal registra o ex-governador José Roberto Arruda
liderando as intenções de votos, embora tenha o registro de sua candidatura
cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral - TSE-.
O ex-governador, que chegou a
perder o cargo e ser preso diante de sua comprovada participação num esquema de
corrupção política com distribuição de propinas, recorreu ao Superior Tribunal
de Justiça –STJ- contra a decisão do TSE, confiante em que a voz das urnas
prevalecerá sobre a voz da justiça.
Arruda vem recebendo maior
percentual de intenções de votos na periferia do Distrito Federal, onde seu
governo implantou verdadeiro canteiro de obras, muitas ainda inacabadas, e
conta com apoio do ex-governador Joaquim Roriz. No Plano Piloto, o eleitorado
mostra-se mais arredio em relação ao ex-governador.
A assessoria de Arruda espera vitória convincente desse candidato e joga com a lentidão natural dos processos do Direito Eleitoral, que, muitas vezes,
permitem ao eleito tomar posse, ainda que em caráter interino, e se estabelecer
no poder, até que a justiça se pronuncie.
É a estratégia de criação do fato
consumado para se manter no poder, pelo menos por tempo suficiente para ganhar
fôlego no cargo e contornar as restrições éticas e legais. Mas, Arruda corre o
risco de não ser empossado, ainda que vença o pleito.
A campanha eleitoral no Distrito
Federal tem registrado lances curiosos. Um deles é a divulgação de candidatos à
Câmara dos Deputados e ao Senado Federal com centenas de cartazes espalhados pelas
margens das vias principais em conjuntos de quatro de cada candidato. Alguma
justificativa técnica baseada na ciência do marketing político? Quatro é o número
mágico para os cartazes? Poucos são os que evitam essa técnica. Também se
percebe a ausência de cartazes suspensos, como se o eleitorado só tivesse visão
dos cartazes no chão. Alguma influência, talvez, do planalto do Distrito
Federal, onde os morros são raros.
Nos cartazes, pouquíssimos os
candidatos com propostas pessoais ou partidárias concretas, o que atesta um
automatismo pouco criativo na campanha deste ano, fato que se repete no rádio e
na televisão, deixando o eleitorado sem
boas informações para escolha de nomes e de programas. Na Capital da República, reflete-se com mais intensidade os humores de um eleitorado próximo ao poder central.
Nenhum comentário:
Postar um comentário