quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Arruda tenta criar fato consumado no DF


Atípica disputa nas eleições para governador do Distrito Federal registra o ex-governador José Roberto Arruda liderando as intenções de votos, embora tenha o registro de sua candidatura cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral - TSE-.

O ex-governador, que chegou a perder o cargo e ser preso diante de sua comprovada participação num esquema de corrupção política com distribuição de propinas, recorreu ao Superior Tribunal de Justiça –STJ- contra a decisão do TSE, confiante em que a voz das urnas prevalecerá sobre a voz da justiça.

Arruda vem recebendo maior percentual de intenções de votos na periferia do Distrito Federal, onde seu governo implantou verdadeiro canteiro de obras, muitas ainda inacabadas, e conta com apoio do ex-governador Joaquim Roriz. No Plano Piloto, o eleitorado mostra-se mais arredio em relação ao ex-governador.

A assessoria de Arruda espera vitória convincente desse candidato e joga com a lentidão natural dos processos  do Direito Eleitoral, que, muitas vezes, permitem ao eleito tomar posse, ainda que em caráter interino, e se estabelecer no poder, até que a justiça se pronuncie.

É a estratégia de criação do fato consumado para se manter no poder, pelo menos por tempo suficiente para ganhar fôlego no cargo e contornar as restrições éticas e legais. Mas, Arruda corre o risco de não ser empossado, ainda que vença o pleito.

A campanha eleitoral no Distrito Federal tem registrado lances curiosos. Um deles é a divulgação de candidatos à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal com centenas de cartazes espalhados pelas margens das vias principais em conjuntos de quatro de cada candidato. Alguma justificativa técnica baseada na ciência do marketing político? Quatro é o número mágico para os cartazes? Poucos são os que evitam essa técnica. Também se percebe a ausência de cartazes suspensos, como se o eleitorado só tivesse visão dos cartazes no chão. Alguma influência, talvez, do planalto do Distrito Federal, onde os morros são raros.

Nos cartazes, pouquíssimos os candidatos com propostas pessoais ou partidárias concretas, o que atesta um automatismo pouco criativo na campanha deste ano, fato que se repete no rádio e na televisão, deixando o eleitorado  sem boas informações para escolha de nomes e de programas. Na Capital da República, reflete-se com mais intensidade os humores de um eleitorado próximo ao poder central.

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