Há
um adagio popular gaúcho que diz: “Se a lagoa ondula, é porque a traíra é
grande”. A Presidente Dilma Rousseff anuncia que, em caso de sua
reeleição, vai mudar a equipe e já anuncia a substituição do até
aqui superministro da Fazenda, Guido Mantega, diante dos resultados negativos
da política econômica, que colocam o Brasil em recessão técnica, quando muitos
países em desenvolvimento crescem, e em situação de aumento da inflação acima
dos índices previstos.
No
sistema de governo presidencialista brasileiro, o ministro da Fazenda, detentor
da chave do cofre do tesouro federal, é uma espécie de primeiro-ministro
parlamentarista. Mas pode ser comparado a técnico de futebol, que só se garante
no cargo com resultados positivos, sendo defenestrado quando perde. Mantega já está sendo "prestigiado".
Acho
estranho que o noticiário registre satisfação do meio empresarial com a possível saída
de Guido Mantega. Até parece que os empresários não têm força para impor seus
interesses na formulação e execução da política econômica ou não contribuíram para que Mantega permanecesse à frente da Pasta da Fazenda no governo Dilma Rousseff...
Com
42% das intenções de votos em São Paulo para a candidata Marina Silva, do
Partido Socialista Brasileiro –PSB -, o receio do Partido dos Trabalhadores de
que sua candidata não seja reeleita é concreto, a ponto de o ex-presidente Lula
tentar evitar que o ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, homem
fortemente ligado à banca internacional, possa se bandear para o lado de
Marina.
Meirelles
é uma espécie de biruta humana para os capitalistas internacionais. Se ele se bandear
para o lado de Marina, será um forte indicador de que a eleição de Marina será
inevitável. Em caso contrário, prevalecerá o clima de disputa com esperança
para Dilma.
Não
é só Meirelles que funciona como biruta do quadro sucessório atual. Alguns
próceres do Partido da Social Democracia Brasileira - PSDB-, que tem o
ex-senador Aécio Neves como candidato, estão trabalhando por baixo em favor de
Marina e minando as chances do mineiro.
É
uma verdadeira cama-de-gato em Aécio
aplicada pelo governador de São Paulo, Geraldo Alkmin, que fez
propaganda eleitoral para sua reeleição mostrando o deputado federal gaúcho Beto
Albuquerque, do PSB, candidato a vice-presidente na chapa de Marina. O
candidato a senador por São Paulo, José Serra, com eleição certa, aceita que
seu nome seja ventilado, para compor eventual ministério de Marina, pelo
presidente do Partido Popular Socialista - PPS-, ex Partido Comunista
Brasileiro (PCB), pelo seu presidente, deputado federal Roberto Freire.
Deveria
Aécio Neves, quando postulou seu nome à disputa presidencial dentro do PSDB, ter observado,
com a típica desconfiança dos mineiros, que os paulistas não abrem mão do poder
central em nome de outro estado, por mais aliado estratégico que seja. Havendo
segundo turno, os próceres do PSDB apoiarão Marina, ficando comprovado que o
PSDB é um partido eminentemente paulista e sob domínio dos paulistas, que nunca
põem todos seus ovos numa só cesta.
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