quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Dilma discursa de improviso ao estilo de Fidel Castro

Em sua posse, hoje, para um segundo mandato, a Presidenta  reeleita do Brasil, Dilma Rousseff surpreendeu ao discursar de improviso, perante senadores, deputados e várias autoridades civis, militares e diplomáticas, no Congresso Nacional, deixando uma boa impressão geral aos presentes, entre os quais o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, o presidente Nicolas Maduro, da Venezuela, o presidente José Mujica, do Uruguai, o presidente uruguaio eleito, Tabaré Vasques,a presidenta do Chile, Michele Bachelet,  o vice-presidente da Argentina, Amado Boudou, o primeiro-ministro da Suécia, Stefan Lofven.Quatro mil seguranças e cerca de seis mil pessoas  presenciaram a cerimônia, na Praça dos Três Poderes.
Foi um pronunciamento de 43 minutos, ao estilo do líder cubano Fidel Castro,em que demonstrou segurança em suas palavras e serenidade em seu semblante, prometendo ênfase à educação, sob o lema "Brasil, Pátria Educadora", o combate à corrupção -"a corrupção ofende e humilha brasileiros honestos e de bem" - ,a recuperação da Petrobrás e um esforço para garantir o desenvolvimento, com ajustes e rigor na economia.
Em seguida à sua posse, a Presidenta Dilma Rousseff empossou seus ministros. A nova equipe ministerial, com 39 nomes, já está sendo criticada na mídia, nas redes sociais e por militantes do próprio PT. Não há um critério de avaliação técnica com base no que cada ministro vai fazer em sua pasta, mas tão-somente avaliação de nomes, como se um ministério fosse um álbum de figurinhas, algumas  fáceis, outras carimbadas e outras assinadas – essas as de maior valor.
À primeira vista, os nomes parecem compor uma boa equipe, sendo 19 ministros do governo anterior , com quatro trocados de Pasta. Os partidos majoritários da coalizão de governo, PMDB e PT, ocupam 20 pastas.
Fica a impressão de que o critério básico adotado pela Presidente Dilma para composição de seu novo ministério é puramente político, envolvendo nomes e partidos que atuaram decisivamente em sua difícil campanha para sua reeleição. Não há preocupação  com a escolha de nomes “medalhões” que impressionem pelo seu currículo ou atuação política, à exceção do ministro Joaquim Levy, da Fazenda, ligado ao Grupo Bradesco.
O esperado  é que o Governo anunciasse cada nome escolhido com sua missão bem definida, dentro dos critérios de planejamento político-estratégico ou de acordo com os planos setoriais de governo. Mas, parece que, no Brasil, o improviso continua sendo a moeda de troca na política e nenhum político ou nenhum partido, e nem mesmo o governo, pensa em planejar alguma coisa que exceda ao horizonte do mandato presidencial.
Um  nome polêmico é o do  ministro dos Esportes, deputado  federal por Minas Gerais, em terceiro mandato, teólogo e apresentador de televisão, George Hilton, ligado à Igreja Universal do Reino de Deus e pertencente ao Partido Republicano Brasileiro –PRB- homem pouco conhecedor do mundo desportivo, mas considerado na Câmara um bom articulador.
Flagrado pela Polícia Federal, em 2007, desembarcando em Belo Horizonte, com malas de dinheiro pertencentes à sua igreja, Hilton tem no seu currículo parlamentar quase nenhuma iniciativa digna de destaque e parece alheio ao mundo dos esportes, o que torna a sua nomeação um mistério para os atletas e dirigentes brasileiros, ainda mais quando Dilma reforça o discurso contra a corrupção.
Outro nome que vem gerando polêmica é o do ex-governador do Ceará, Cid Gomes, que será ministro da Educação, embora tenha, durante sua gestão estadual, entrado em frequentes conflitos com os professores que reivindicavam melhores condições de trabalho. Cid é irmão do ex-ministro da Fazenda Ciro Gomes. Será o homem certo para o ousado lema "Brasil, Pátria Educadora".
O deputado Pepe Vargas desponta como nova estrela do Rio Grande do Sul para o cenário nacional. Deixa a Pasta do Desenvolvimento Agrário para assumir a Secretaria de Relações Institucionais, encarregada de articular as relações da Presidente Dilma com o Congresso Nacional.
O ministro da Defesa, Jacques Wagner, ex-governador da Bahia, defende” movimentos suaves” na revisão da ditadura. Já estudou em Colégio Militar e tem moderação na linguagem política, o que pode transformá-lo numa das estrelas desse ministério. O ministro das Relações Exteriores é Mauro Vieira, diplomata de carreira, que atuava como embaixador do Brasil em Washington, o que torna clara a possibilidade de uma reaproximação mais estreita entre Brasília e Washington.

 

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