Em sua posse, hoje, para um
segundo mandato, a Presidenta reeleita do
Brasil, Dilma Rousseff surpreendeu ao discursar de improviso, perante senadores, deputados e várias autoridades civis, militares e diplomáticas, no Congresso
Nacional, deixando uma boa impressão geral aos presentes, entre os quais o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, o presidente Nicolas Maduro, da Venezuela, o presidente José Mujica, do Uruguai, o presidente uruguaio eleito, Tabaré Vasques,a presidenta do Chile, Michele Bachelet, o vice-presidente da Argentina, Amado Boudou, o primeiro-ministro da Suécia, Stefan Lofven.Quatro mil seguranças e cerca de seis mil pessoas presenciaram a cerimônia, na Praça dos Três Poderes.
Foi um pronunciamento de 43 minutos, ao estilo do líder cubano Fidel Castro,em que demonstrou segurança em suas palavras e serenidade em seu semblante, prometendo ênfase à educação, sob o lema "Brasil, Pátria Educadora", o combate à corrupção -"a corrupção ofende e humilha brasileiros honestos e de bem" - ,a recuperação da Petrobrás e um esforço para garantir o desenvolvimento, com ajustes e rigor na economia.
Em seguida à sua posse, a Presidenta Dilma Rousseff empossou seus ministros. A nova equipe ministerial, com 39 nomes, já está sendo criticada na mídia,
nas redes sociais e por militantes do próprio PT. Não há um critério de avaliação técnica com base no que
cada ministro vai fazer em sua pasta, mas tão-somente avaliação de nomes, como
se um ministério fosse um álbum de figurinhas, algumas fáceis, outras carimbadas e outras assinadas
– essas as de maior valor.
À primeira vista, os nomes parecem compor uma boa
equipe, sendo 19 ministros do governo anterior , com quatro trocados de Pasta. Os partidos majoritários da coalizão de governo, PMDB e PT, ocupam 20 pastas.
Fica a impressão de que o critério básico adotado pela Presidente Dilma para
composição de seu novo ministério é puramente político, envolvendo nomes e
partidos que atuaram decisivamente em sua difícil campanha para sua reeleição.
Não há preocupação com a escolha de
nomes “medalhões” que impressionem pelo seu currículo ou atuação política, à
exceção do ministro Joaquim Levy, da Fazenda, ligado ao Grupo Bradesco.
O esperado é que o Governo anunciasse cada nome
escolhido com sua missão bem definida, dentro dos critérios de planejamento político-estratégico
ou de acordo com os planos setoriais de governo. Mas, parece que, no Brasil, o
improviso continua sendo a moeda de troca na política e nenhum político ou
nenhum partido, e nem mesmo o governo, pensa em planejar alguma coisa que
exceda ao horizonte do mandato presidencial.
Um nome polêmico é o do ministro dos Esportes, deputado federal por Minas Gerais, em terceiro
mandato, teólogo e apresentador de televisão, George Hilton, ligado à Igreja
Universal do Reino de Deus e pertencente ao Partido Republicano Brasileiro
–PRB- homem pouco conhecedor do mundo desportivo, mas considerado na Câmara um
bom articulador.
Flagrado pela Polícia Federal, em
2007, desembarcando em Belo Horizonte, com malas de dinheiro pertencentes à sua
igreja, Hilton tem no seu currículo parlamentar quase nenhuma iniciativa digna
de destaque e parece alheio ao mundo dos esportes, o que torna a sua nomeação
um mistério para os atletas e dirigentes brasileiros, ainda mais quando Dilma reforça o discurso contra a corrupção.
Outro nome que vem gerando
polêmica é o do ex-governador do Ceará, Cid Gomes, que será ministro da Educação,
embora tenha, durante sua gestão estadual, entrado em frequentes conflitos com
os professores que reivindicavam melhores condições de trabalho. Cid é irmão do
ex-ministro da Fazenda Ciro Gomes. Será o homem certo para o ousado lema "Brasil, Pátria Educadora".
O deputado Pepe Vargas desponta
como nova estrela do Rio Grande do Sul para o cenário nacional. Deixa a Pasta
do Desenvolvimento Agrário para assumir a Secretaria de Relações
Institucionais, encarregada de articular as relações da Presidente Dilma com o
Congresso Nacional.
O ministro da Defesa, Jacques
Wagner, ex-governador da Bahia, defende” movimentos suaves” na revisão da ditadura. Já estudou em
Colégio Militar e tem moderação na linguagem política, o que pode transformá-lo
numa das estrelas desse ministério. O ministro das Relações Exteriores é Mauro Vieira, diplomata de carreira, que atuava como embaixador do Brasil em Washington, o que torna clara a possibilidade de uma reaproximação mais estreita entre Brasília e Washington.
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