A
massa de manobra que se articula contra a Presidenta Dilma Rousseff, neste
domingo, dia 15, tem o propósito de desestabilizá-la e provocar sua renúncia ou
,mais à frente,seu impeachment, além de expurgar do
governo o Partido dos Trabalhadores –PT, que administra a coalizão
governamental com o Partido do Movimento Democrático Brasileiro- PMDB, ao qual
pertence o vice-presidente Michel Temer, que (assumiria?) a chefia da nação em
caso de saída de Dilma.
Espera-se que mais de uma milhão de pessoas compareçam
às ruas das principais cidades brasileiras, convocadas por intermédio das redes
sociais e dos aparelhos celulares de telefonia, os novos instrumentos de
mobilização popular utilizados no mundo inteiro e irreversíveis como tais, com tendência
ao aprimoramento das inovações tecnológicas na área da float information.
Cenário, sem dúvida, capaz de desafiar os mais experimentados cientistas políticos
e analistas de marketing, porque, convocando-se pelas redes sociais, sabe-se
que o efeito é como epidemia, mas ainda não se tem um antídoto contra esse
fenômeno. Só resta aos ocupantes do Palácio do Planalto usar as mesmas armas da
internet para neutralizar a ação adversária, cuja consequência é imprevisível.
Com
a situação atual, foi um erro cometido pelo Palácio do Planalto enviar a
Presidenta Dilma Rousseff ao Salão Internacional da Construção Internacional,
em São Paulo, na manhã desta terça-feira, quando a Presidenta foi
estrondosamente vaiada e correu até risco de vida, pois a exaltação dos
manifestantes revelava sua disposição de atacar o comboio presidencial até as
últimas consequências.
Será
que a segurança presidencial não previu que a presença de Dilma em São Paulo, hoje,
soaria como uma espécie de provocação à massa, depois do que ocorreu na semana
passada, com o “panelaço” registrado nas principais capitais durante o discurso
de Dilma pela televisão. Pelo menos, o fato de hoje serviu c para a segurança como teste ao que
vem no domingo...
O
que fazer? Só resta à Presidenta aguardar o domingo e se preparar para
responder, com palavras e ações, aliados a uma boa comunicação social ( o que o regime militar sabia muito bem fazer|) aos
clamores que vêm das ruas, que, desta vez, parecem que serão mais intensos do
que os registrados em junho de 2013, quando não houve tanta articulação como
vem ocorrendo hoje da parte dos internautas. As Forças Armadas e a Força
Nacional de Segurança Pública estão bem alertas ao desfecho desse movimento,
que pode significar o início de uma ruptura político-institucional, pois o conflito
social tem natureza epidemiológica, como escrevi no artigo anterior.
Mas,
vale o exercício de uma pergunta aos que desejam a saída de Dilma Rousseff: Quem
seria colocado no lugar dela, sem se considerar o vice Michel Temer, talvez contaminado por pertencer ao PMDB? Qual nome
seria capaz de resolver a situação econômica e política em que o Brasil se
encontra? As medidas que vêm sendo adotadas para sanar a economia estão
erradas? As investigações sobre corrupção na Petrobrás e noutras áreas estão falhas? A classe mais pobre (20 milhões de brasileiros) e os recém-incorporados
à classe média (29 milhões de brasileiros), que ajudaram a eleger Dilma,
concordam com a sua saída?
O
melhor caminho para mudanças no Brasil, que não é nenhuma republiqueta, ainda é
o voto, a menos que o Governo Dilma/Temer não consiga restabelecer, em médio
prazo, a confiança em sua administração. Nesse caso, a legitimidade da
defenestração seria estabelecida pela perda da eficácia, lembrando-se que governabilidade= legitimidade + eficácia,
velha equação política.
Eficácia que, como ponto nevrálgico do
processo em curso, começa a ser torpedeada pelos Presidentes do Senado Federal,
Renan Calheiros, e da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, que ameaçam dar uma
cama-de-gato na Presidenta por ela ter permitido que seus nomes fossem
incluídos na lista negra da corrupção na Petrobrás pelo procurador-geral da
República, Rodrigo Janot. Ambos teriam, mesmo, coragem de esfaquear o próprio
PMDB? Essa crise só terá solução com a coalizão fortalecida. Se ela for
cindida, haverá estilhaços para todos os lados.
O ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso, que defende a manutenção de Dilma no Governo, prefira, talvez, a mudança pela via democrática do que ver o PMDB novamente na Presidência, situação que reduziria chance do Partido da Social-Democracia - PSDB-chegar à Presidência, em 2018, aproveitando-se do desgaste da coalizão atual.
O ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso, que defende a manutenção de Dilma no Governo, prefira, talvez, a mudança pela via democrática do que ver o PMDB novamente na Presidência, situação que reduziria chance do Partido da Social-Democracia - PSDB-chegar à Presidência, em 2018, aproveitando-se do desgaste da coalizão atual.
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