Com dois milhões de pessoas nas
ruas (estatísticas dos organizadores das passeatas) das principais cidades
brasileiras, no último dia 15,protestando contra a Presidente Dilma Rousseff,
cujo governo, instalado há três meses, conta com a desaprovação de 62% do
eleitorado, segundo estatística publicada hoje pelo Instituto Datafolha, não
resta dúvida sobre o fio-de-navalha em que caminha a governanta.
As manifestações do dia 15 foram
pacíficas e mostraram a robustez da democracia brasileira, mas desta vez não
havia nas ruas os baderneiros profissionais infiltrados na massa, como aconteceu
em junho do ano passado. A maioria dos integrantes das passeatas era de
manifestantes dos partidos de oposição receosos de que o impeachment de Dilma mal articulado resultasse num argumento para
que as forças conservadoras estimulassem um golpe militar.
A arrogância do Palácio do
Planalto, que, inicialmente, colocou dois ministros, o da Justiça, Joaquim
Cardozo, e o da Secretária-geral da Presidência da República, Miguel Rosseto,
para minimizar a importância das manifestações, custou caro à Presidenta Dilma
Rousseff, em especial nas pesquisas de popularidade. Dilma, em seguida, deu
entrevista falando em diálogo e humildade para aceitar críticas até da
oposição.
Não caiu o governo, conforme
muitos brasileiros desejam, mas este governo se comunica muito mal com a
população e não tem argumentos para reprimir moralmente as denúncias de corrupção
que brotam diariamente envolvendo os partidos da coalizão, PMDB (Partido do
Movimento Democrático Brasileiro) e PT ( Partido dos Trabalhadores).
Vejo como alternativa “preventiva
e terapêutica” para que não haja mais à frente uma ruptura
político-institucional (impeachment,
renúncia ou golpe civil ou militar) no Brasil atual, a mudança do sistema de
governo, do presidencialismo para o parlamentarismo. Nesse sistema, há as
figuras do Chefe do Governo (Primeiro-Ministro)
e do Chefe do Estado(Presidente) e o entrosamento entre o Executivo e o
Legislativo segue rituais específicos.
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