Em política, é fundamental o patrocínio. Diante dessa
realidade, apresenta-se a todos os que acompanham o noticiário sobre o
andamento da Operação Lava Jato, que investiga os
responsáveis por atos de desvios vultosos de verbas da Petrobrás e de corrupção institucional envolvendo as mais
poderosas empreiteiras e funcionários do governo, a seguinte indagação: Quem protege o juiz Sérgio Moro, para que
ele possa cumprir com segurança seu trabalho?
Nos países de democracia mitigada e desmobilizante, como é o
caso da democracia brasileira, qualquer magistrado de qualquer corte tem
conhecimento do quanto é perigoso, com risco de vida, prolatar sentenças contra
políticos e empresários poderosos, em alguns casos envolvendo o próprio crime organizado
internacional, do jeito que vem acontecendo.
Mediante o instituto da delação premiada, alguns acusados de
compor cartéis de exploração da Petrobrás, pertencentes a empreiteiras de
renome nacional e internacional, estão sendo investigados implacavelmente pela
Polícia Federal. E não estão sendo poupados nem os presidentes do Senado
Federal, senador Renan Calheiros, e da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha,
além do ex-presidente da República Fernando Collor.
Está em jogo o equilíbrio político-institucional garantido,
durante anos, pela coligação Partido dos Trabalhadores –PT- e Partido do
Movimento Democrático Brasileiro - PMDB-, com seus respectivos aliados nos
partidos da base governamental no Congresso. Cunha já se declarou na oposição
ao governo e ameaça arrastar consigo às investigações outros nomes de magnitude
política.
Os adversários do juiz Sérgio Moro tentam imputar-lhe viés anti-petista
e responsabilidade nos “vazamentos seletivos” de nomes de suspeitos em fase de
apuração sigilosa. Há quem afirme que Moro tem simpatia pelo Partido da Social
Democracia Brasileira– PSDB-, porque sua esposa, Rosângela Wolff de Quadros
Mora, é assessora jurídica do vice-governador do Paraná, Flávio José Arns,
pertencente ao PSDB.
Outros comentários a respeito da segurança de Moro mencionam
elementos altamente treinados da Agência Brasileira de Inteligência –ABIN- e do
serviço de informação do Exército como permanentes acompanhantes do magistrado,
que estaria blindado por um forte esquema de segurança fora e dentro de sua
residência.
A popularidade do juiz vem aumentando, sendo possível que, a
qualquer momento, venha a ser aclamado como candidato em potencial à
Presidência da República. Por qual partido? Não se sabe. Mas é provável que não
seja por nenhum dos atuais, porque não há partido da situação e da oposição
que não tenha seu quinhão de culpa pelo estado lamentável a que o País chegou no trato da
“res publica”.
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