Em vez de considerar
que a situação da Presidente Dilma Rousseff é semelhante à de um sapo que não sai
da panela, mesmo quando a água esquenta -como sugere o ex-presidente Collor, em
recente entrevista -,eu prefiro comparar a situação de Dilma à de alguém que
caiu numa areia movediça e que tem que ter cuidado para não se mover muito para
tentar escapar, senão será engolida mais rapidamente.
O processo de impeachment ainda não foi instalado, mas
Collor tem razão quando afirma que será irreversível, caso venha a ser
iniciado. Esse processo por si é um gerador de instabilidade
político-institucional por efeito inercial, a partir da cadeia sucessória,
envolvendo os partidos e todo o sistema político.
Comenta-se a possibilidade
que o Partido do Movimento Democrático Brasileiro –PMDB- se decida a deixar a
coalizão governamental com o Partido dos Trabalhadores, a partir de 15 de
novembro, quando realizará sua convenção nacional.
Neste caso, a mudança
de governo seria inevitável, mas, eu não acredito que o PMDB deixará o governo,
porque a sua estratégia sempre foi ocupar maiores espaços e manter a coalizão. Assim
é que já reivindica o controle do estratégico ministério da Saúde como condição
a continuar apoiando Dilma no Congresso Nacional.
Prefiro acreditar que
o PT pode sair do Governo, mas o PMDB não, porque sempre foi o partido a servir
de eixo de sustentação da estabilidade política, ainda que a Presidência da
República seja ocupada por representantes de outra sigla. É assim desde o
advento da Nova Republica, com Ulysses Guimarães e Tancredo Neves monitorando
os passos do partido, até agora, com José Sarney, Michel Temer e Renan
Calheiros. É o partido das empreiteiras, que mandam e desmandam no Brasil há décadas.
A aprovação da CPMF
será difícil, mas não impossível, caso o PMDB decida arrostar com as consequências
dessa antipática medida, dando apoio e recebendo mais espaço de poder. A CPMF
renderia seis bilhões de reais aos cofres públicos, segundo estimativas oficiais.
Outra medida que pode
ser aprovada pelo Congresso Nacional, com menor dificuldade, é a reabertura dos
bingos e cassinos, que proporcionariam, de imediato, cerca de 300 mil empregos
e mais de 10 bilhões de reais por ano. Cassinos são explorados em 134 países,
mas o Brasil patina no atraso em relação a essa poderosa fonte de turismo e
divisas.
Somente com essas duas medidas, seria coberto metade do rombo orçamentário de 30 bilhões de dólares, tornando viável alguma reação concreta da Presidenta Dilma diante da queda vertical de sua popularidade, com apenas 8% de aprovação à sua gestão.
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