Duas figuras brasileiras eminentes
emitiram, nestes dias, grave diagnóstico sobre a atual situação política do
País: Não há governo, em decorrência dos desentendimentos entre os poderes
Legislativo e Executivo, o que provoca o agravamento da crise política e econômica
do País.
O ministro Marco Aurélio de
Mello, do Supremo Tribunal Federal - STF-, durante palestra no Insper, faculdade
de São Paulo, disse que “precisamos reconhecer, com desassombro, que hoje não
há governo no Brasil”, e acentuou que se torna preocupante o aumento da
inflação e do desemprego.
O ministro é defensor da renúncia
coletiva da Presidente Dilma Rousseff, do vice-presidente Michel Temer e do
presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, os três situados na cadeia
da sucessão presidencial. Marco Aurélio quer evitar soluções traumáticas como o impeachment, renúncia ou destituição presidenciais.
Marco Aurélio, que é primo do
ex-presidente Fernando Collor de Mello, vem omitindo, nesta sugestão de
renúncia coletiva, a sua posição sobre o presidente do Senado Federal, senador
Renan Calheiros, que é terceiro na linha sucessória e que também é alvo de
críticas nas redes sociais. O quinto na cadeia sucessória é o Presidente do
Supremo Tribunal Federal, ministro Ricardo Lewandowski, que tem flertado com a
área militar.
A ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, da
Rede Sustentabilidade, ainda virtual candidata à Presidência da República pelo
seu novo partido, deu entrevista ao jornalista Roberto D´Ávila, na Globonews, afirmando que Dilma foi
reeleita sem programa de governo e que só o marketing eleitoral não ajuda agora
a governar o Brasil, que precisa resgatar a ética e a dignidade políticas.
A calamidade ocorrida em Mariana,
Estado de Minas Gerais - maior tragédia ambiental no Brasil -, causada pelo rompimento
da barragem de contenção de resíduos minerais do Fundão, da empresa Samarco,
praticamente matando o Rio Doce e outros mananciais de abastecimento de água de
uma região com população de mais de 300 mil habitantes, é considerada por
Marina como produto da negligência das empresas mineradoras, a Vale do Rio Doce
e a australiana BHP Billiton Ltd.
Ex-ministra do Meio-Ambiente,
Marina Silva tem tudo para capitalizar, nas próximas eleições, a situação de
descaso do governo federal e dos últimos governos de Minas Gerais com o meio ambiente,
considerando-se que há mais de 317 barragens quase sem fiscalização em Minas. A
própria Samarco considera em situação periclitante suas barragens de Santarém e
Germano, próximas a Fundão.
Um discurso limpo e bem articulado com a plataforma
de defesa do meio-ambiente torna Marina Silva uma candidata fortíssima – eu diria
favorita - ao Palácio do Planalto, nas eleições de 2018, ou em qualquer disputa antecipada, concorrendo com Lula
ou sem Lula e com Aécio Neves ou Geraldo Alkmin.
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