Governo e Oposição fazem jogo de
informes e desinformes, pelos meios de comunicação e pelas redes sociais,
alardeando votos conquistados contra e a favor da admissibilidade do processo
de impeachment da Presidenta Dilma Rousseff, no grande embate de Plenário que
ocorrerá amanhã na Câmara dos Deputados.
O grande jogador de futebol Didi
dizia que “treino é treino e jogo é jogo”, numa alusão à diferença de empenho
de cada equipe em virtude da motivação pelo prêmio que se disputa. A aprovação
autorizando a abertura de processo, por 38 a 27 votos, do parecer do deputado
Jovair Arantes, da Oposição, na Comissão instalada para decidir com base nas
denúncias de prática de “pedaladas fiscais” pela Presidenta Dilma Rousseff, que
teria cometido crime de responsabilidade, não deve ser projetada para o
Plenário. Na Comissão foi treino, e no Plenário é jogo, e jogo pesado.
A Oposição precisa conquistar 342
votos dos 513 deputados, maioria absoluta, de dois terços, para que o processo
continue e seja remetido ao Senado Federal. O Governo necessita de 171 votos
para barrar o processo. As duas partes garantem que conseguirão os votos
almejados, contando com traições, perdões, infidelidades e... ambições dos
parlamentares.
O Governo continua prometendo
cargos e verbas tentadores, diante da grave situação econômica dos Estados,
além de alívio aos parlamentares envolvidos nos crimes apurados pela “Operação
Lava Jato”. Mas, Dilma não tem mais condição de continuar governando, pois
perdeu o comando do processo por ter se afastado das bases políticas e
empresariais e se desgastado junto ao Povo. Perdeu legitimidade e eficácia; perdeu
a governabilidade.
A Oposição com Temer também promete
as mesmas coisas para angariar votos. O balcão de negócios funciona igualmente
para os dois lados, mas a diferença fundamental é que um eventual
governo-tampão de Michel Temer, com apoio dos investidores, empresários e de
boa parcela da classe média e do eleitorado petista frustrado, oferece melhores
perspectivas de segurança aos políticos em termos de cargos, verbas e votos nas
eleições municipais deste ano, que definirão o potencial dos partidos para a
disputa presidencial de 2018. Ser ou não-ser agora com Dilma em queda, ou ser
ou não-ser com Temer em cenário terapêutico, eis a questão que gera indecisões
até a última hora.
Temer também corre o risco de ser
cassado junto com Dilma, se o Tribunal Superior Eleitoral –TSE- resolver ou for
pressionado a puni-los por terem utilizado recursos irregulares na campanha de
reeleição da chapa. Mas, esta espada de Dâmocles sobre a cabeça de Temer é
melhor do que a rejeição popular a Dilma e a estagnação que tomou conta do País.
Por ora, o melhor é escapar do pântano, segundo intuição dos políticos.
Prometer o que não pode se pagar,
e prometer aquém do que ambiciona o político, nesse jogo em que prevalece a
ética de resultados, e não a ética pessoal, seria um risco tanto para o Governo
quanto para a Oposição. Se alguém está indeciso para votar, é porque não está
satisfeito com o que lhe foi oferecido. A hora é de negociar, e o preço do
voto, que sempre foi e será a moeda corrente da política, é altíssimo nesta e o
será na undécima hora.
Não vou me omitir em opinar sobre
o resultado de amanhã, em respeito aos meus leitores de fora do Brasil: A
Oposição ganhará, com reduzida folga, porque, tratando-se de uma disputa dentro
do campo político, com transição horizontal do poder, há um fenômeno típico dos
vasos comunicantes, onde os níveis de água (força) se equilibram. Mas o
desgaste imenso do Governo Dilma e do Lulopetismo fará pender para o lado de
Temer, a única esperança do momento para que o País deixe a estagnação, não
obstante a pouca popularidade deste. De resto, mudar é a tendência que se
verifica nos demais países bolivarianos, que tiveram sua economia desmantelada.
Há um velho adágio político no Brasil: "Eleição e mineração, só na apuração". Mas, a maioria dos brasileiros demonstra interesse ver Dilma fora do governo, com ou sem impeachment. Isto deve influenciar a votação de amanhã.
Há um velho adágio político no Brasil: "Eleição e mineração, só na apuração". Mas, a maioria dos brasileiros demonstra interesse ver Dilma fora do governo, com ou sem impeachment. Isto deve influenciar a votação de amanhã.
Nenhum comentário:
Postar um comentário