Com a aprovação da
admissibilidade, a Presidenta Dilma deixa o Palácio do Planalto e se recolhe ao
Palácio da Alvorada, onde permanecerá, legalmente, por 180 dias aguardando a
sessão final do Senado Federal, a ser presidida pelo Presidente do Supremo
Tribunal Federal-STF-, para deliberar sobre seu afastamento definitivo ou não.
O vice-presidente Michel Temer e sua equipe assumirão imediatamente o governo. Todos os ministros de Dilma já foram exonerados, conforme publicação do Diário Oficial da União, à exceção do presidente do Banco Central, Alexandre Trombini. Temer deve falar logo mais à Nação e anunciar sua equipe e as metas principais de seu governo com vistas a tirar o Brasil da crise política e econômica em que se encontra.
O vice-presidente Michel Temer e sua equipe assumirão imediatamente o governo. Todos os ministros de Dilma já foram exonerados, conforme publicação do Diário Oficial da União, à exceção do presidente do Banco Central, Alexandre Trombini. Temer deve falar logo mais à Nação e anunciar sua equipe e as metas principais de seu governo com vistas a tirar o Brasil da crise política e econômica em que se encontra.
Nas redes sociais, percebe-se o
intenso frisson de muitos brasileiros
cansados de ver esse processo de deterioração do cenário político e da economia
nos últimos anos, com as investigações da “Operação Lava Jato”, sob o comando
do juiz Sérgio Moro, revelando ao País os responsáveis – empresários, políticos
e funcionários públicos e privados – pelo aniquilamento da ética e da moral no
sistema político brasileiro e pelo desmantelamento de órgãos e empresas
sagrados como Petrobrás, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social -BNDES-,
Furnas, Nuclebrás, etc.
O frisson em Brasília contrasta com o desespero de petistas que foram
nomeados para cargos políticos pelo Partido dos Trabalhadores-PT-. Estima-se
que mais de 40 mil cargos federais foram preenchidos pelo PT desde o primeiro
governo de Lula, em 2003, até o atual governo Dilma. São estimativas que se
ampliam para o País inteiro, chegando a 500 mil nomeações para cargos em níveis
federal, estadual e municipal.
A demissão em massa que ameaça os
petistas e deve incorporar mais um contingente de pessoas aos 11 milhões de
desempregados do País e terá desdobramentos diretos nas eleições municipais
deste ano. Primeiramente, porque gera a frustração de eleitores do PT a serem demitidos;
em segundo lugar, enfraquece a própria arrecadação do partido, que conta com
percentual de contribuição salarial dos nomeados para cargos comissionados – o denominado
“dízimo partidário”, que varia de 1 a 20% do valor da remuneração bruta ou
líquida. Esse desconto é considerado inconstitucional pelo Tribunal Superior
Eleitoral, mas continua sendo praticado.
Além do fundo partidário (4,17
milhões de reais em 2015) e desse dízimo cobrado aos afiliados, o PT é provido
por recursos dos sindicatos que o apóiam, entre os quais a Central Única de Trabalhadores
- CUT-, com 2,7 mil sindicatos afiliados, que recebe em torno de 51 milhões de
reais de imposto sindical, e mais a Central dos Sindicatos do Brasil –CBS- e a
Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB-. Graças ao Governo
Lula, essas e demais organizações sindicais não precisam prestar contas do que
fazem com os recursos.
Com tantas contribuições, sem
contar os recursos amealhados durante os 13 anos de governo com Lula e Dilma, o
Partido dos Trabalhadores –PT- tende a perder muitos votos nas eleições
municipais deste ano e também o protagonismo nas eleições presidenciais em
2018, mas a sigla tem muito folego para fazer oposição ao governo Temer, embora
alimente, através de alguns dos seus líderes, ilusões sobre a volta de Dilma
Rousseff ao governo.
Dilma não voltará, porque
não conta nem com 10% de apoio da população. O próprio governo Temer vai se empenhar
em que o afastamento definitivo de Dilma no Senado Federal se defina dentro de
três meses (noventa dias), e não 180 dias conforme o prazo previsto.
Acredita-se que, inspirada por
acólitos de dentro e de fora do Brasil, Dilma planeje fazer a oposição a Temer
usando o Palácio da Alvorada como uma espécie de “bunker” para governo paralelo
com objetivo de desgastar Temer e provocar novas eleições presidenciais. A
esquerda sente o drama de perder o Governo e o próprio discurso ideológico
para seu projeto de se manter no poder.
Ao editar hoje 14 decretos
envolvendo medidas de combate à corrupção, Dilma tenta esvaziar a agenda
inicial de Temer. Dilma pediu urgência para as medidas, que permaneciam
engavetadas até hoje e que poderiam perfeitamente terem sido aplicadas durante
seu governo.
A Presidenta, em desespero de
causa, tenta, tardiamente, passar ao País a imagem de que não foi omissa em
relação à corrupção, mesmo tendo sido chefe do Gabinete Civil no Governo Lula,
quando ocorreu o “Mensalão”; presidente do Conselho de Administração da
Petrobrás, por ocasião da compra da usina de Pasadena, e presidente, nas “pedaladas
fiscais” e nos vultosos empréstimos do BNDES a Cuba, países africanos e aliados
bolivarianos, em condições e com objetivos ignorados pela Nação.
Nota de falecimento:
É com imenso pesar que registro o falecimento, hoje, em Brasília, de Adriano Benayon, colaborador deste blog há vários anos. Consultor em finanças e em biomassa. Doutor em Economia, pela Universidade de Hamburgo, Bacharel em Direito, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ. Diplomado no Curso de Altos Estudos do Instituto Rio Branco, Itamaraty. Diplomata de carreira, postos na Holanda, Paraguai, Bulgária, Alemanha, Estados Unidos e México. Delegado do Brasil em reuniões multilaterais nas áreas econômica tecnológica. Depois, Consultor Legislativo da Câmara dos Deputados e do Senado Federal na área de economia. Professor da Universidade de Brasília (Empresas Multinacionais; Sistema Financeiro Internacional; Estado e Desenvolvimento no Brasil). Autor de Globalização versus Desenvolvimento, 2ª ed. Editora Escrituras, São Paulo.
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