Com
a situação da Presidenta afastada Dilma Rousseff praticamente definida pelo seu
julgamento final e impeachment a
ocorrerem ainda neste mês, no Senado Federal, dois fatos novos merecem
observação no quadro político brasileiro: A proposta do ministro e presidente
do Tribunal Superior Eleitoral-TSE-, Gilmar Mendes, de se avaliarem as
denúncias contra os partidos acusados de receberem propina da Petrobrás em suas
campanhas, entre os quais se destaca o PT –Partido dos Trabalhadores -, com
risco até de extinção dessas siglas, e a tentativa das esquerdas de recorrerem
ao discípulo de Antonio Gramsci, o norte-americano Saul Alinsky, para
substituir seu mestre como novo ideólogo no Brasil.
Após
13 anos no Poder, O PT deixa, com a saída de Dilma Rousseff, não apenas um país
com economia destroçada e minado perla corrupção, mas deixa as esquerdas do
Foro de São Paulo sem o discurso e a estratégia do filósofo italiano Gramsci de
conquista gradativa do poder e destruição do Capitalismo por dentro. Seu
discípulo, o pragmático Alinsky, autor do livro “Regras para Radicais” (Rulles for Radicals), faz a
cabeça de Obama e Hillary Clinton, a candidata democrata à Presidência dos
Estados Unidos, ex-secretária de Estado e esposa do ex-presidente Bill Clinton.
Qualquer
partido que transgrida a lei pode ter sua sigla cassada. Não seria má ideia o
PT livrar-se dessa sigla que se tornou maldita para oferecer uma nova opção à
esquerda brasileira identificada com o Lulopetismo. O partido abriria mão de Gramsci
e adotaria Alinsky como ideólogo. Afinal, no Foro de São Paulo, houve petistas
entusiastas de Alinsky... O problema é que ele está mais para inspirador dos
tucanos, do Partido da Social Democracia Brasileira –PSDB- do que dos petistas.
Parece-me
que ao PT não resta alternativa senão a de trocar de pele, como as cobras fazem,
se quiser manter o controle majoritário das correntes populares de esquerda no Brasil. O
partido se desgastou irremediavelmente nesses 13 anos e terá sérias
dificuldades para obter uma votação razoável e uniforme em todo o território brasileiro
nessas próximas eleições municipais. A dica de Gilmar Mendes é mais um favor do
que uma ameaça ao lulopetistas.
Quanto
ao Governo interino de Michel Temer, vai conseguindo repor o País nos trilhos,
apesar da sua baixa legitimidade popular. Temer, o tecelão e timoneiro de
Tietê, foi vaiado no Maracanã, ao declarar abertas as Olimpíadas, mas eram
vaias esperadas, porque o público carioca é por natureza antigovernista, desde
que a capital brasileira se transferiu para Brasília.
Vamos
aguardar o desfecho do processo de impeachment
de Dilma Rousseff para avaliar a nova fase política e econômica brasileira,
mas, com o trabalho da “Operação Lava Jato” em curso, as próximas eleições
municipais serão um teste decisivo para a reforma política que se reclama para
o Brasil.
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